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O Rock Britânico: desde muito antes dos Beatles

Por Márcio Ribeiro
Postado em 22 de julho de 2003

O rock feito na Inglaterra somente conquistou respeito mundial após o surgimento dos Beatles. Todavia, muito antes do quarteto de Liverpool ser formado, já haviam algumas bandas tocando em Londres e arredores. Entre 1954 e 1963, quando finalmente "Please, Please Me" chegou a No.1 nas paradas britânicas, existe uma rica história de pessoas e lugares que de uma forma ou outra influenciaram e ajudaram a moldar o rock inglês como nós o conhecemos. Este texto tenta trazer à luz alguns desses personagens menos festejados e, na medida do possível, dar uma certa ordem cronológica aos eventos significativos e pertinentes à popularização do rock.

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Como muitos devem já saber, tudo começou com o skiffle trazido por Lonnie Donegan em 1954. Entretanto, somente em 1956 é que "Rock Island Line" se tornaria um gigantesco sucesso, levando praticamente todo garoto na Inglaterra a formar ou entrar em uma banda de skiffle. Lonnie, que primeiro gravou com o Chris Barber Jazz Band, aproveita o bom momento e reafirma sua carreira montando sua própria banda, The Lonnie Donegan Skiffle Group.

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Com bandas de skiffle surgindo a cada esquina, a industria fonográfica evidentemente quis faturar com a nova moda, o que deu a oportunidade para algumas das primeiras bandas a aparecerem.

Entre bandas de skiffle lembradas deste período temos Johnny Duncan & the Bluegrass Boys, the Bob Cort Skiffle Group, Les Hobeaux Skiffle Group, the Original Barnstormers Spasm Band. Destaque especial para a rainha do skiffle Nancy Whiskey, como também ao the Chas McDevitt Skiffle Group. Sem esquecermos evidentemente do grupo donde surgiu Lonnie Donegan, the Chris Barber Skiffle Group, um apêndice do the Chris Barber Jazz Band.

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Todos estes acima gravaram material que tocava nas rádios, se apresentaram na televisão e alimentaram a mania skiffle em meninos como Roger Daltrey, John Lennon e Jimmy Page. Logo cada um também teria sua banda de skiffle, bandas estas que não tardariam a fazer a transição de skiffle para o rock.

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O Skiffle nasceu originalmente em meio ao circuito de jazz, o que facilitou o seu acesso em redutos específicos do gênero. Contudo, dado a sua popularidade, o gênero também encontrou refúgio em redutos de música folk. Em maio de 1956, dois australianos do circuito de luta livre abriram um Café Bar em Old Compton Street e batizaram o lugar de The 2I's Club. Este seria um dos marcos de Londres nas décadas de cinqüenta e sessenta, onde todo músico iniciante ora simplesmente freqüentava ou se apresentava. O local foi o berço de várias carreiras de roqueiros ingleses.

Um dos primeiros grupos de skiffle a aparecer puxando um pouco mais para o rock foi o de Tommy Steele, descoberto em 1956 tocando no 2I's Club. Seu primeiro hit foi "Come On Let's Go" que lançou uma carreira respeitável e que durou até o surgimento da Beatlemania.

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Uma das primeiras bandas a tocarem no 2I's foi The Vipers Skiffle Group, um conglomerado de cerca de oito rapazes dos quais quatro tocavam o violão e cantavam, um cuidava da bateria, outro do esfregão de roupa e dois no 'tea chest bass', um baixo improvisado feito de uma caixa de madeira, um cabo de vassoura e uma corda. Com o clube se tornando naquele mesmo ano o ponto musical alternativo da cidade, mais e mais bandas tiveram seu momento de glória tocando no 2I's.

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Entre 1957 e '58 começaram a surgir as criações de produtores, idealizações essencialmente para vender a esta nova geração de ouvintes. É o que passamos a chamar de teen pop, trazendo à tona figuras como the Mudlarks, Laurie London, Jim Dale, Colin Hicks, Russ Hamilton, Jackie Dennis e Cuddly Dudley.

Até então, havia uma total falta de mercado especificamente para o jovem, primeiro porque eles nunca tiveram autonomia financeira até depois da Segunda Guerra Mundial e, conseqüentemente, a tendência era do jovem ouvir e absorver os mesmos gostos de seus pais. Embora nenhum destes primeiros artistas mencionados sejam propriamente rock, o mero fato deles aparecerem contribuiu para o desenvolvimento do mercado jovem por parte da indústria fonográfica.

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Com a queda definitiva do skiffle em meados de '59, the Vipers rapidamente se eletrificou, enxugando a banda para um quinteto, e agregando um repertório cada vez mais roqueiro. Outro grupo a aparecer com alguma significância, mesmo que relativa, seria The Worried Men. Não tanto pela banda em si, que seria rapidamente descartada, mas pelo seu cantor principal, Adam Faith. Em dois anos, Faith se tornaria um dos principais cantores românticos do gênero rock balada, junto com Mike Berry e Bill Fury. The Worried Men também teria outro músico a fazer certo nome, o baterista Tony Meehan, que passaria a tocar depois com o pessoal do The Vipers.

Embora Tommy Steele sempre tenha sido admirado por fazer uma música um pouco mais suja do que o resto, nenhuma destas atrações mencionadas até aqui poderiam fazer frente a qualquer roqueiro americano. Rock na Inglaterra ainda era uma macaquice, visto geralmente como mera imitação ou satirização do que os ex-colonos americanos faziam. Contudo, além de Steele surgiram também outros roqueiros, como Terry Dene lançando "Pretty Little Pearly" e Wee Willie Harris e sua versão de "Riot in Cell Block #9" a manter o interesse do rock inglês para os seus jovens.

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Surgiam também algumas big bands ou pequenas orquestras assumindo um repertório que inclui instrumentais de rock 'n' roll. Dois exemplos mais populares são o Lord Rockingham's XI e The John Barry Seven.

Com o interesse crescente, o leque de opções roqueiras rapidamente passa a se ampliar. O 2I's Club têm músicos constantemente se integrando em formações diversas. Com isso, aos poucos foram-se formando um grande número de bandas, algumas mais duradouras e significativas do que outras. Das mais significativas está a história de dois garotos de Newcastle, Hank Marvin e Bruce Welch, que passaram a morar em Londres, atraídos pela cena musical. Freqüentando o 2I's, fazem amizades e logo formam uma banda, the Five Chestenuts que gravaria o compacto "Teenage Love" antes de se desfazerem. No processo conhecem outro rapaz, dono de uma ótima voz. Nasce assim o fenômeno conhecido por Cliff Richard & the Drifters.

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Este é o inicio da virada musical do rock inglês. Cliff Richard é uma história à parte pois foi o primeiro a lançar um compacto que chegou entre as dez mais vendidos da semana, um sucesso comercial que o rock inglês nunca tivera até então. Apesar de todo o sucesso de Tommy Steele ou The Vipers, estes nunca soaram tão bom quanto os roqueiros americanos. O primeiro compacto de Cliff Richard, "Move It", ainda estava longe de ser um sucesso internacional, mas é efetivamente o primeiro 'mega hit' dentro do gênero rock produzido pelos ingleses. Rapidamente a imagem de Cliff Richard seria comprada a de Elvis Presley, com costeletas largas e um violão na cintura. E como Elvis, não demoraria muito para empresários e produtores moldarem seu menino de ouro para cantar baladas e tocar o coração das mães e não só das filhas. Igualzinho ao Elvis.

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Contudo, o legado de Cliff Richard fez dele uma celebridade na Inglaterra até hoje. Outra forte contribuição ao rock é a formação de sua banda the Drifters, que após passar por algumas mudanças no seu plantel, absorveria alguns membros do The Vipers, criando em janeiro de 1959, outra banda importantíssima, The Shadows. Sua formação até outubro de 1961 seria com Hank Marvin e Bruce Welch, ex- 5 Chestenuts respectivamente nas guitarras líder e rítmica, Jet Harris no baixo e Tony Meehan na bateria, ambos ex-Vipers, além de Cliff Richard, que começou no Dick Teague Skiffle Group, banda que nunca gravou coisa alguma. Cliff cuidava apenas dos vocais.

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Outra banda a surgir no final de 1958, na mesma época que Cliff Richard & the Drifters e com muito prestígio foi Vince Taylor & the Playboys. Conseguiram gravar uma série de compactos dos quais o mais significativo foi o segundo, "Brand New Cadalliac/Pledging My Love", antes de se desfazerem. Em uma longevidade de aproximadamente seis meses gravariam "Brand New Cadillac", que seria um dos primeiros rocks realmente rebelde escrito por um inglês, o próprio Vince Taylor.

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A canção foi gravada no EMI Studios de Abbey Road. Embora o número fosse bastante popular nos shows da banda, a BBC jamais permitiu sua execução em televisão ou rádio. A canção falava em Cadillac e Ford, o que infringia uma política interna da emissora contra propaganda de produtos. Além do mais, a canção era cheia de observações agressivas, outro tabu da emissora. Ela se tornaria um sucesso internacional em 1979 com The Clash, o que demonstra quão a frente de seu tempo Vince Taylor & the Playboys realmente eram.

Vince Taylor acabaria tendo uma carreira de grande sucesso na França. Apesar de juntos por tão pouco tempo, the Playboys é lembrado por ter tido o melhor guitarrista e os dois melhores bateristas do rock inglês. O primeiro na batera foi Brian Bennett, deixando os Playboys para se juntar à banda de Marty Wilde. Para surpresa de muitos, ele foi substituído por um desconhecido Bobby Woodman, que logo seria votado como um baterista superior ao Bennett. Woodman foi o primeiro baterista inglês a tocar com dois bumbos. Ele seria uma das principais influências para um incontável número de bateristas do futuro, os mais notórios sendo Keith Moon e John Bonham. O nome Bobby Woodman seria considerado lendário e largamente respeitado na Inglaterra durante a década de sessenta.

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Na guitarra dos Playboys tocava ninguém menos que Tony Sheridan, o primeiro 'guitar hero' da Grã Bretania. Com a chegada da primavera de 1959, Tony Sheridan já formara o seu Tony Sheridan Trio tendo se apresentado diversas vezes no programa televisivo "Oh Boy". Mais tarde ele iria seguir para Hamburgo, onde faria muito mais sucesso e fortuna. Apesar de todo o seu sucesso pessoal, a história irá sempre lembrar de Tony Sheridan como o rapaz que gravou na Alemanha o compacto "My Bonnie" tendo como banda os Beatles, cuja formação contava ainda com Stu Sutcliffe e Pete Best.

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Com a televisão dando seus primeiros passos na Inglaterra, o aparelho apenas ganhando popularidade após a coroação da Rainha Elizabeth II em 1953, o entretenimento familiar resistiu bravamente à invasão rebelde do rock. Teria resistido por mais tempo, não fosse o esforço de Jack Good. Seus programas musicais, sempre dirigidos aos jovens, permitiram uma maior divulgação para diversos artistas e bandas de vários gêneros, inclusive o rock 'n' roll. De fato, Good foi o primeiro a trazer o gênero para a BBC no programa "6-5 Special" em 1957, porém acabou demitido por não permitir que seu programa fosse confinado ao formato de magazine como queriam seus patrões. Na concorrente ITC, Jack Good acabou conseguindo ainda maior sucesso graças a uma série de programas como "Oh Boy" que foi depois seguido por outro pequeno sucesso, "Boy Meets Girl". Jack Good gravaria um compacto, "Hoots Mon" com o Lord Rockingham's XI, contratado como banda residente de seu programa.

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Seu auge seriam os programas "Ready, Steady, Go", "Juke Box Jury", e "Thanks Your Lucky Stars", por onde passaram praticamente todas as grandes banda da primeira metade da década de sessenta. O prestígio trazido com o sucesso de "Top of the Pops" o levaria a ser contratado para produzir um programa similar nos Estados Unidos. Nasce então em 1965 o programa "Shindig", apresentando bandas e artistas americanos e ingleses. Jack Good também é responsável por trazer para a Inglaterra Gene Vincent e Eddie Cochrane em 1962, quando já estavam esquecidos pelos americanos. É justo dizer que muito da divulgação do rock 'n' roll no Reino Unido se deve a sua iniciativa.

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Outra banda a ser destacada seria o Marty Wilde & the Wild Cats. Eles regravaram vários sucessos americanos, dentre eles "Bad Boy", que também seria regravada pelos Beatles em 1964, e "Sea of Love", que na década de oitenta ganharia uma versão de Robert Plant. Na banda, além de Marty Wilde nos vocais e Brian Bennett na bateria, estavam Tony Belchior na guitarra rítmica, Big Jim Sullivan na guitarra líder e Licorice Locking no baixo. Lançariam ainda dois LP's antes de Marty resolver deixar o rock de lado em 1961 e tentar cantar o que ele passou a chamar de "material com mais classe", se imaginando talvez um Sinatra inglês.

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The Wild Cats, após tocarem para Gene Vincente e Eddie Cochrane durante a passagem destes dois americanos em solo inglês, mudaram de nome para The Krew Kats, ainda gravando mais dois compactos antes de acabarem. Primeiro Bennett e depois Locking se juntariam ao Cliff Richard & the Shadows, enquanto Jim Sullivan se tornaria um guitarrista de estúdio de bastante sucesso. A vaga para uma nova cozinha (baixo e bateria) no Shadows surgiu com a saída de Tony Meehan e depois de Jet Harris, ambos resolvendo deixar a vida em uma banda para se tornarem produtores. Harris ainda manteria por algum tempo seu próprio conjunto, Jet Harris and the Jet Blacks.

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A partir de 1959 o mercado para a música jovem estava de portas totalmente abertas. Como nos Estados Unidos, onde a indústria fonográfica estava inundando o mercado com cantores bonitinhos com lindos cortes de cabelo, o mercado inglês copiava a fórmula já acreditando em seu poder de sucesso. De uma hora para outra uma horda de 'teen idols', cada um mais lindo e penteado do que o outro, aparecem nas rádios e nos programas da BBC-TV. Entre estes, temos Craig Douglas e suas interpretações para "Only Sixteen" e "Ain't Nothin' Shakin' But The Leaves On The Trees" e Vince Eager e seus dois sucessos, "No More" e "Yea, Yea". Outros nomes da era incluem Al Saxon, Mike Preston, Keith Kelly, Little Tony, Ricky Valance, Jerry Lordan e Michael Cox. Havia também uma série de artistas promovidos pelo ex-cantor Larry Parnes que tiveram todos nomes artísticos tempestuosos. São eles Bill Fury, Duffy Power, Dickie Pride, Lance Fortune, Georgie Fame e Johnny Gentle.

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Haviam poucas bandas integralmente investindo em rock puro, e uma exceção era The Tony Sheridan Trio. Porém até mesmo Tony cantava algumas baladas bonitas no melhor estilo Elvis Presley. Outros grupos que estavam neste limbo eram Cliff Bennett and the Rebel Rousers, Neil Christian and the Crusaders e Screaming Lord Sutch and the Savages, este último mais pesado, porém levado a sério graças à insistência pela temática de teatro de horrores. Havia ainda aqueles que uniram os dois caminhos. Eram os baladeiros que se unem a bandas roqueiras, que mantém parte de seu repertório romântico mas são capazes de interpretar ótimos rocks. O casamento dos dois gêneros acabou por ajudar a trazer mais atenção tanto para o cantor principal como para a banda adotada. Dois bons exemplos desta tendência eram Mike Berry & the Outlaws e Cudly Duddley & the Redcaps. The Outlaws ainda iria conseguir se manter após a saída de Berry, enquanto The Redcaps acabaria se juntando a Johnny Kidd na segunda formação de sua banda the Pirates.

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Durante os anos de 1960 à 1962, essas bandas em suas diferentes formações, se transformariam numa espécie de elite dentro do rock inglês. De todos, nenhum teria um maior feito do que Johnny Kidd and the Pirates. O seu compacto "Shakin' All Over" seria o primeiro a soar como um autêntico disco de rock 'n' roll, tão bom quanto qualquer disco americano. A gravação é o primeiro rock inglês a fazer algum sucesso internacional, com os americanos tendo dificuldade em acreditar que se tratava de uma banda inglesa. "Shakin' All Over" seria regravado tanto por bandas americanas quanto inglesas, tornando-se mundialmente conhecido através da versão do The Who.

Nem Cliff Richard conseguiu feito igual, embora a esta altura, em plenos anos sessenta, Richard já estava mais limpo, mais doce e mais interessado em vender para as mães do que para as filhas rebeldes. The Shadows, embora continuasse com Cliff Richard até 1968, conseguiria manter paralelamente uma carreira própria de sucesso com rocks instrumentais. Outras bandas fazendo rocks instrumentais competitivos no inicio da década seriam The Tornados e The Cougars.

Com o grande guitarrista Tony Sheridan indo para Hamburgo, começava a aparecer outros pequenos notáveis aqui e ali. Entre 1960 e 1961, the Crusaders surgiu com um guitarrista adolescente chamado Jimmy Page. Em 1962 ele seria substituído por um jovem Mick Abrahams, enquanto the Outlaws teria outro guitarrista adolescente a fazer um nome no futuro, Richie Blackmore. Page ainda iria passar por bandas inexpressivas como the Southerners e the Bluemen antes de trabalhar em uma sessão de gravação da dupla Tony Meehan e Jet Harris, dois ex-Shadows, na instrumental "Diamonds". O compacto se torna um hit e Page passa a ser um dos principais guitarristas de estúdio da Inglaterra dividindo com Jim Sullivan, ex-Wild Cats, a maioria das sessões entre 1962 e 1965.

Tony Meehan ainda seria lembrado como tendo participado junto com Mike Smith das sessões na gravadora Decca com os Beatles. Smith iria optar por contratar outra banda, Brian Poole and the Tremoloes, deixando os Beatles para encontrar refúgio em um selo de menor expressão, Parlophone. Em 1962 "Love Me Do" passaria quase despercebido em Londres mas em fevereiro de 1963, "Please, Please Me" chegaria a No.1 e daria a partida para uma total mudança de eixo e concepção no rock. Nasce a era dos Beatles e no vácuo, o chamado Mersey Beat, nome que a imprensa deu ao enxame de bandas vinda da região de Liverpool. Logo a competição seria desigual e bandas que reinavam nos primeiros três anos da década de sessenta seriam esquecidos e/ou desfeitos. Aliás, o assunto referente ao rock em Liverpool é sozinho um assunto interessante e que vale uma certa pesquisa.

Em 1964 os Beatles chegam à America e até o final daquele ano seriam uma unanimidade em dois terços do mundo. O Rock Inglês nasce com subseqüentes invasões de artistas que em doses variadas, passam sistematicamente a ser aceitos no mercado. Evidentemente estou me referindo aos Rolling Stones, Animals, Kinks, Them, Dave Clark Five, Spencer Davis Group, Manfred Mann, Zombies, Small Faces, Pretty Things, Moody Blues, Hollies e tantos outros que coloriram as noites de bailes de seus tios ou seus pais.

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Sobre Márcio Ribeiro

Nascido no ano do rato. Era o inicio dos anos sessenta e quem tirou jovens como ele do eixo samba e bossa nova foi Roberto Carlos. O nosso Elvis levou o rock nacional à televisão abrindo as portas para um estilo musical estrangeiro em um país ufanista, prepotente e que acabaria tomado por um golpe militar. Com oito anos, já era maluco por Monkees, Beatles, Archies e temas de desenhos animados em geral. Hoje evita açúcar no seu rock embora clássicos sempre sejam clássicos.
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