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O Heavy Metal nos Limites da Simples Filosofia - Parte I

Por Adriano Alves Fiore
Postado em 26 de janeiro de 2010

Idiota. "Substantivo. Membro de uma vasta e poderosa tribo cuja influência nos assuntos humanos tem sido sempre dominante e controladora. A atividade do (a) idiota não se limita a nenhum campo especial de pensamento ou ação, mas ‘impregna e controla o todo’. Sempre tem a última palavra; sua decisão é inapelável. Estabelece modas de opinião e gosto, dita as regras da linguagem e circunscreve os limites da conduta." - Ambrose Gwinett Bierce (1842-1914)

O fulano (ou fulana), acima mencionado por Bierce, classifica as pessoas em todas as áreas humanas conhecidas, tendo uma queda especial no campo da Música. Canso-me de ouvir baboseiras, lelequices, estupidezes e papalvices da ordem de: "Essa música de louco, esse Rock Pauleira!", "Nossa, esse som é coisa do Diabo!",... Nocivas e infantis maledicências pronunciadas por papalvos dislógicos (01) [autênticos simulacros mal-acabados de panteístas (02) e/ou panenteístas (03) de araque] que, infelizmente, influenciam no discernimento de boa parte da população.

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"(...) Quando o diabo Música, o demônio que agita um feixe cintilante de trinados e de harpejos, se apossou do pobre mudo (Quasímodo), então lhe voltou a felicidade, esqueceu tudo, e o seu coração que se dilatava fez-se expandir o rosto"(04). Victor-Marie Hugo (um dos maiores escritores de todos os tempos, 1802-1885) transcreve estas palavras de forma magnífica, demonstrando como a Música pode aliviar a dor de qualquer ser humano, até mesmo do totalmente disforme (e discriminado) personagem Quasímodo. Hugo aproveita, destarte, para sugerir a Música como um excelente substituto de dispendioso tratamento médico-psicológico, acalmando o ouvinte.

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O célebre escritor francês, também, critica o hábito de atribuir à Música – eu acrescentaria: a certos estilos musicais – uma feição negativa ou demoníaca pelas reações físicas e emocionais que pudesse provocar nas pessoas. É uma questão que já vem sendo discutida por filósofos contemporâneos e clássicos (como: Aristóteles, Platão, Schopenhauer, etc.) ab initio (05) e continuará ad multos annos (06)!

"Em suma, os efeitos emocionais de você ouvir Rock são complexos, e as conseqüências morais generalizadas de experimentar essas emoções ainda não foram plenamente demonstradas" (FUDGE, Robert, Sussurrando coisas em meu cérebro: Metallica, emoção e moralidade apud IRWIN, William, Metallica e a Filosofia, Madras Editora LTDA, São Paulo-SP, 2008, pp.19, 24 e 25).

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Tal qual antigamente – na época da caça às bruxas e feiticeiros, quando era praxe (e aceitável) condenar homens e mulheres ao fogo por cumplicidade de sortilégio com bodes ou cabras – criou-se a triste (e covarde) mania de discriminar em razão de preferência ou gosto musical. No Brasil, sempre, foi comum enxovalhar alguém que preferisse o Rock (no caso: o Heavy Metal) à MPB, por exemplo. Puro chauvinismo barato e retrógrado, embandeirado (e generalizado) por alguns nacos da imprensa ou como diria Henry L. Mencken (1880-1935): "(...) Por uma chusma de bestas comparáveis aos homens que pensam por nós...".

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O Rock é o gênero musical mais popular e mais difundido no Planeta. Há mais de cinqüenta anos vem encantando geração a geração. Os artistas e/ou grupos de Rock detêm as mais significativas marcas universais de vendagem de: LPs, CDs, DVDs, VHs, camisetas, jaquetas, calçados "de passeio", adesivos, bonés, videojogos (Guitar Hero: I, II, III, etc.), enfim, de todos os produtos mercadológicos possíveis. O Brasil - malgrado a diferença linguística (o idioma oficial do Rock é o inglês) e da "Inquisição MPBista" engrossada, recentemente, pela onda Sertaneja – ocupa lugar de destaque entre os principais consumidores do Heavy Metal.

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A título de ilustração, aparecem algumas cidades brasileiras (Vão ser sortudos assim na China!!!) e São Paulo que – com muita frequência, mas pouco se lixando com a crise nacional ou mundial – recebem excepcionalmente bem: o Iron Maiden (em março de 2008); o Ozzy Osbourne (em abril, 2008); o Queen (em novembro, 2008); o Kiss em abril (2009); e o AC/DC no dia 27 de novembro último (2009) . Em todos os estádios e/ou ginásios nos quais esses monstros sagrados do Hard Rock/Heavy Metal internacional se apresentaram, via-se uma harmoniosa conjunção de crianças, adolescentes, adultos, senhoras e senhores. Vinte, trinta, quarenta cinqüenta, sessenta mil pessoas, de uma só vez, em cada show! Tantos seres humanos unidos deveriam gerar muita confusão e violência. Claro, tratando-se de gente "normal" talvez, mas não de roqueiros (as). Durante todas as citadas apresentações a Polícia Militar registrou uma única assustadora ocorrência... De uma chave de carro perdida.

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O Heavy Metal nos Limites da Simples Filosofia - Parte II

NOTAS:
(01) Dislogia. Perturbação medicinal do poder de raciocínio por razão de alterações mentais.
(02) Panteísmo. Geralmente associado à idéia de que Deus se identifica com tudo.
(03) Panenteísmo. Quase sinônimo de Panteísmo, confere a idéia de que Deus está em todas as coisas.
(04) HUGO, Victor-Marie. In: O Corcunda de Notre Dame. São Paulo-SP, Edições O Livreiro LTDA, p. 209.
(05) Desde o começo.
(06) Por muitos anos.

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Sobre Adriano Alves Fiore

Possui graduação em Direito pela Universidade Estadual de Londrina (UEL, conclusão em 1992 e colação de grau em 1993) e em Comunicação Social e Jornalismo pela Faculdade Pitágoras, Campus Metropolitana de Londrina, em 2009. Tem participado, como aluno especial na UEL, dos cursos de: Estudos da Linguagem (2004 e 2006), Ciências Sociais (2006) e História (2010). Obtém o título de mestre em Comunicação (área de concentração: Comunicação Visual) pela UEL (Universidade Estadual de Londrina) em 2011. Atualmente, é doutorando em Comunicação e Semiótica da Pontifícia Universidade Católica de São Paulo (PUC-SP) e pesquisador sob os auspícios da bolsa CNPq no Programa de Estudos de Pós-Graduados em Comunicação e Semiótica da mesma Pontifícia Universidade Católica de São Paulo (PUC-SP, Brasil).Tem experiência na área de Letras, Literatura e Comunicação Social/Jornalismo com ênfase em: História, Filosofia, Psicologia, Semiótica, Música (sobretudo dos gêneros: Clássico ou Erudito, Heavy Metal e Hard Rock), Sociologia, Antropologia e Mitologia Clássica Greco-Romana. Atua em revistas e sites especializados em Rock qual crítico de Música e Comportamento Social (e do indivíduo). Também participa em variados tipos de sites e/ou periódicos impressos como colunista tratando dos mais diversos assuntos.
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