Burzum
Postado em 06 de abril de 2006
Por Mário Augusto O. Del Nunzio
Varg Vikernes, a mente por trás do Burzum, nasceu em 11 de fevereiro de 1973, às 21:58 em Bergen, Noruega, onde passou a maior parte de sua infância (exceto por um ano em que foi para o Iraque com seu pai). Segundo Varg: "Se você gosta de florestas e selvageria você adoraria Bergen".
Desde o começo Varg parece ter essa ligação com a natureza que o cerca. Não num sentido metafísico, nem num sentido prático. Varg tem uma imaginação poderosa e onde outros vêem apenas árvores, ele vê uma paisagem com trolls e elfos dançando entre as sombras. O último norueguês que via isso era o artista Theodor Kittelsen, que pintava fantásticas imagens da Noruega vista pelo seu olho da mente. Depois de Kittelsen as pessoas sucumbiram totalmente aos pontos de vista Judeus-Cristãos de sobrevivência e materialismo. Não é coincidência que Varg tenha escolhido as pinturas de Kittelsen para várias capas de seus álbuns.
Quando adolescente, no fim dos anos 80, Varg começou a se interessar por Heavy Metal, e, certamente uma parte dessa sua atração era o elemento de rebeldia associado ao estilo. A idéia de se rebelar contra o "sistema" é ainda uma parte do Burzum, do Black Metal e das ideologias Pagãs, simplesmente porque os Judeus/Cristãos estão atualmente no poder. Mas o que faz o Burzum especial - e o que o eleva acima de um mero status de rebelde - é que Varg tem uma visão bem definida de uma nova sociedade, metas muito reais e atos bastante reais.
No fim dos anos 80, Varg estava ainda formando sua visão política e musical. Tocou esporadicamente em várias bandas, como Satanel e Old Funeral, mas nenhuma realmente excitava sua imaginação. Em vez de tocar nessas bandas, ele preferia fazer sua própria música, inspirado por paisagens de Tolkien, aumentadas com sua rica imaginação. No começo da década de 90, isso se tornou sua banda-solo, Burzum.
Mesmo que uma vez ele tenha deixado um músico de estúdio gravar o baixo, Burzum sempre foi responsabilidade só de Varg Vikernes. Em 1991 ele gravou sua primeira demo com o Burzum, instrumental com três músicas. Esta demo foi seguida por uma outra com doze músicas. O primeiro, auto-intitulado, álbum do Burzum foi lançado em 1992 pela Deathlike Silence Production, a gravadora de Øystein Aarseth (Euronymous), líder do Mayhem. Este disco foi re-lançado três anos depois pela Misanthropy com o EP "Aske", de 1993, como bônus. Uma curiosidade sobre esses discos é que eles eram divididos em "Side Hate" e "Side Winter".
Ainda em 1993 foi lançado "Det Som En Gang Var". Mayhem, como Burzum, foi uma das primeiras bandas do Black Metal norueguês, um novo gênero que é mais ou menos uma fusão de Death Metal com uma atmosfera mais tenebrosa e sinistra e letras Pagãs. O que se seguiu foram muitos eventos, que deixaram várias das mais famosas igrejas norueguesas queimadas, Euronymous (entre outros) morto, e Varg preso.
Sobre as igrejas queimadas, a explicação óbvia - queimando templos cristãos, é declarada uma guerra contra eles. Aí há o tema da revanche. Algumas centenas de anos atrás, os Cristãos destruíram templos pagãos na Noruega e queimaram Pagãos na fogueira. Varg sempre se declarou um soldado de Odin, e as religiões pagãs tinham que ser defendidas.
Varg (agora usando seu nome de guerra, Count Grishnack) e Euronymous eram as duas figuras mais proeminentes na cena Black Metal, e mesmo com uma certa cooperação entre ambos anteriormente, eles estavam com problemas entre eles. Euronymous queria uma imagem mais satânica (musicalmente e ideológicamente) e Varg achava que Satã era só uma criação da Igreja Católica, ele queria um "revival" dos Deuses Nórdicos, e uma redescoberta da verdadeira raça norueguesa e sua cultura. A disputa entre os dois logo se tornou pública.
No dia 10 de agosto de 1993 Varg dirigiu para o flat de Euronymous em Oslo. Uma briga começou e Euronymous foi apunhalado até morrer. Há rumores de que Euronymous planejava matar Varg Vikernes, e por isso este matou-o. Depois disso, no período que Varg Vikernes era julgado e ia para a cadeia, o selo inglês Misanthropy foi criado para re-lançar os discos do Burzum fora da Noruega.
Em 1994, depois do aprisonamento, de Varg, foi lançado "Hvis Lyset Tar Oss". O disco tem apenas quatro músicas, mas mais de 45 minutos, sendo todas as músicas grandes épicos. O disco havia sido gravado antes de Varg ser preso. No início de 1996 foi lançado "Filosofem", que cheou às paradas "indie" do Reino Unido e alcançou um sucesso inesperado para um disco de black metal. Este foi o último álbum do Burzum que havia sido gravado antes da prisão de Varg Vikernes.
Na cadeia Varg estudou ainda mais a cultura da Escandinávia e dos povos Germânicos. Desenvolveu ainda mais suas idéias de uma volta do espírito Pagão. Musicalmente, ele deixou de lado o Metal para tocar só em teclados. Isso resultou em "Daudi Baldrs", lançado em 1997, e que só tem teclados. O disco é a primeira parte de uma trilogia, conceitual, sobre a morte de Balder, Deus da inocência e da Luz na mitologia nórdica, e inteiro instrumental. Em 1999 sairia o segundo capítulo, "Hlidskjalf".

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