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B-52s: Um retorno aos anos oitenta em São Paulo

Resenha - B-52s (HSBC Brasil, São Paulo, 05/10/2013)

Por Leonardo Daniel Tavares da Silva
Postado em 08 de outubro de 2013

Neste sábado, 5, foi a vez de São Paulo receber o show da banda ícone do New Wave, os B-52s (a antiga grafia da banda, com apóstrofo, foi alterada em 2008). A banda, originalmente um quinteto e agora se apresentando como um trio apoiado por outros quatro competentes músicos, já havia se apresentado no Rio de Janeiro na noite anterior. Tendo atingido o auge do seu sucesso na década de 80, a média de idade dos presentes que lotaram o HSBC Brasil naquele primeiro sábado de outubro era justificadamente de trinta/quarenta anos, mas encontrar fãs mais jovens não era tarefa difícil. Apesar do visual da banda (especialmente da dupla de vocalistas Kate Pierson e Cindy Wilson, que ainda cultivam as longas madeixas, naturais ou não, mas abandonaram os esquisitos penteados que deram nome à sua banda) não ser mais o mesmo que se tornou icônico em seus video-clipes, o que aconteceu na casa de shows paulistana foi um retorno aos anos oitenta, seus excessos visuais e seu clima ininterruptamente festivo.

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Quem adentrava a casa após as 21h surpreendia-se com a presença da banda UNDERSHOWER no palco. O trio formado pela vocalista, ex-modelo e jurada do Famoso Quem, do SBT, Bruna Tang, seu marido, guitarrista e filmmaker, Drico Mello e pelo baixista e produtor Cello Zero já agitava a casa com seu rock com fortes influências indie e eletrônicas. A banda não tinha sido anunciada como open act dos americanos, mas teria aceitado o convite dos próprios B-52s, que teriam conhecido e gostado de sua música e os chamado para tocar tanto no Rio quanto em Sampa. Com excelente postura de palco e visual lembrando Annie Lennox, do duo britânico EURYTHMICS, a mineira Bruna Tang declarou seu contentamento por tocar em São Paulo, sua alegria de abrir o show dos B-52s e, apesar de seu projeto ser ainda relativamente pouco conhecido, em nenhum momento demonstrou qualquer nervosismo. Cantaria da mesma forma para plateias três vezes maiores que aquela ou em seu próprio banheiro, como diz o nome da banda. O som do trio agradou os presentes, mostrando-se uma escolha bastante acertada. No set list, faixas de seu terceiro EP, inclusive "Dance of Revolution", composta em meio aos protestos que tomaram conta do país a partir de junho. Além desta, as ótimas "Reason", "Sex Till Tomorrow", "Liar" e a bobinha "Talk To The Phone" (com direito a citação a GARBAGE), entre outras (listadas abaixo). Como muitas bandas do mesmo estilo, o UNDERSHOWER não conta com um baterista. Isto não chega a ser um problema, mas, mesmo em meio às bases utilizadas pela banda, um quarto membro empunhando as baquetas ao vivo apenas ficaria melhor.

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No entanto, era pelo B-52s que a plateia esperava. Afinal, como dizem, não há festa sem os B-52s. E esta talvez fosse a última apresentação deles no Brasil, uma vez que estavam divulgando a turnê atual como a última e o guitarrista e membro fundador Keith Strickland sequer estava participando, apesar de, oficialmente, ainda pertencer à banda. E foi às 22:20, com um pequeno atraso, a mesma locução que estamos acostumados a ouvir nas salas de cinema, anunciou o que todos esperavam, que o HSBC Brasil se transformaria, inteiro, em um grande baile. No palco, estavam Fred Schneider, com Cindy Wilson nos bongôs à sua esquerda e Kate Pierson à sua direita, fazendo todo mundo dançar ao som do primeiro grande sucesso da noite, "Planet Claire", também o primeiro sucesso da banda. Na faixa, que abre o disco de estreia da banda, temos um dos primeiros exemplos da cooperação entre os três vocalistas que é marca registrada do B-52s, aqui representada pelo duelo entre os vocais de Kate e a buzina de Fred. Nas menções ao título da música, Fred sempre aponta para alguém, inclusive para uma cadeirante que assistia ao show em um espaço reservado bem próximo ao palco. Aqui cabem elogios à casa, pelo respeito a quem, mesmo que momentaneamente, passa por alguma dificuldade locomotora. Além da localização privilegiada, o espaço ainda conta com uma pequena elevação garantindo a mesma visibilidade aos cadeirantes que tinham outras pessoas que ocupavam a pista vip. O tamanho da própria pista vip também não era tão grande, garantindo boa visibilidade do show também para quem estava na pista comum. E a preocupação já demonstrada com a segurança, é algo obrigatório depois de Santa Maria.

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Voltando ao show, dirigindo-se pela primeira vez ao público, Fred cumprimentou a plateia dizendo que vinham da Georgia e levariam todos à "Mesopotamia". Depois é a vez de Kate se dirigir a plateia, perguntando se todos estavam prontos para ir para Idaho. Obviamente, é hora de um dos maiores sucessos da banda "Private Idaho". Também obviamente, ninguém ficou parado.

Se tudo ia bem até agora, inclusive merecendo elogios que outras casas não merecem, chegou a hora da paciência do público ser testada. Enquanto Fred introduzia "Lava", um apagão deixou toda a casa às escuras. Foram apenas uns cinco minutos, um pouco mais, um pouco menos talvez, mas, enquanto alguns presentes já se indignavam com a situação, a banda tratava de manter o bom humor e improvisar usando tudo que não dependesse de eletricidade. Sterling Campbell, ex-DURAN DURAN, solava em sua bateria, enquanto Fred, Kate e Cindy dançavam e tocavam os brinquedinhos que Fred usa em algumas músicas. Com o problema solucionado e mais um minuto para que o microfone de Fred fosse ajustado, o show pode finalmente recomeçar, o tecladista Paul Gordon assume a guitarra e todos puderam voltar a dançar com "Lava" e "Dance This Mess Around".

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Algo que ficou bem aparente durante o show foi a diferença entre as posturas de Kate e Cindy. Enquanto Kate dança o show inteiro, como se esta fosse a última noite de sua vida, ou pelo menos, a última noite dos anos oitenta, Cindy é mais reservada. A loira se mostra sempre simpática, sorridente e até mesmo meiga, mas raramente se arriscava a dançar e timidamente brincar no palco. Neste momento, Fred e Kate saem do palco e Cindy fica sozinha com a banda de apoio para homenagear seu irmão, Rick Wilson, a outra ausência entre os membros fundadores. Nick faleceu por problemas causados pela Aids pouco tempo depois do show do ainda quinteto no Rock In Rio 85. A escolha (apesar de não fazer sentido liricamente) foi "Girl From Ipanema Goes To Greenland", faixa de "Bouncing off the Satellites" disco em que o anteriormente quinteto trabalhava quando foi devastado pela morte de Rick (fato que também fez com que os quatro membros restantes pouco fizessem para divulgar o disco à época). Aqui, Cindy brilha, mostra o poder de sua voz e garante um dos momentos mais emocionantes do show. O clima mais emotivo continua com a belíssima "Roam", uma das mais belas composições da banda, agora com o retorno de Kate e com Gordon mais uma vez na guitarra.

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O ponto mais alto do show, no entanto, não poderia deixar de ser a mais famosa música da banda no Brasil, "Legal Tender". A música que gastou muitas agulhas de vitrola por si só já faria daquela uma noite memorável, com suas duas vocalistas brincando uma com a outra e uma plateia extasiada, dançando sem parar.

Fred volta dizendo que veio do futuro para cantar com voz robôtica a "caçula" do repertório: "Love In The Year 3000", única do disco "Funplex", de 2008. Algumas pessoas tinham levado cartazes com pedidos, entre eles "Juliet of The Spirits" do mesmo disco, na esperança que o trio desse uma de BRUCE SPRINGSTEEN (que quase sempre atende a pedidos) mas a banda seguiu à risca o set list que vem executando desde o início do ano. E na mais punk da noite (sim, os B-52s também foram considerados uma banda pós-punk antes de serem considerados os inventores da New Wave), "6060-842" só faltou uma roda punk na plateia. "Whammy Kiss" seria uma das últimas da noite, e foi também a oportunidade de Fred apresentar toda a banda: Paul Gordon alternando teclado e guitarra, Nick Lesley substituindo Keith na guitarra, a baixista negra e talentosa Tracy Wormworth e o já citado Keith Strickland, levando um pouco mais de peso à bateria. O grande sucesso "Love Shack", com Fred no "cowbell" teve seu refrão cantado em uníssono (e pulado em uníssono, se é que isso faz algum sentido) e fechou a primeira parte do show com uma longa jam e um (finalmente!) longo e empolgante solo de Leslie. Ao fim da música e antes de se despedir de todos, Fred gentilmente pede para que o segurança mais próximo entregue a sua baqueta à cadeirante que citei no início do texto. Gesto que seria repetido mais tarde por Sterling.

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Todos os músicos saem do palco e enquanto acontece alguma movimentação dos roadies, a plateia inteira assobia pedindo pelo retorno dos B-52s. É quando Fred volta e toma de conta de seu microfone gritando "Surprise" (que apropriadamente inicia a letra de "Party Out of Bounds", mas não era surpresa pra ninguém que estariam novamente ali para um bis. Infelizmente, era mesmo a hora da festa terminar e "Rock Lobster", outro sucesso inconteste, fecharia aquela noite antes dos primeiros minutos do domingo. Que não tenha sido realmente a última, pensavam todos ao deixar o HSBC Brasil ao som de "Love Is All You Need", dos BEATLES.

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Fotos: Kennedy Silva

Agradecimentos: Damaris Hoffman e Top Link, pelo credenciamento.

Line Up B-52s

Fred Schneider - vocal, cowbell, buzinas, outros brinquedos
Kate Pierson - vocals
Cindy Wilson - vocals, bongôs
Nick Lesley - guitarra
Tracy Wormworth - baixo
Sterling Campbell - bateria
Paul Gordon - teclado/guitarra

Set Lists:

UNDERSHOWER

1. Dance of Revolution
2. Rising
3. Closer
4. Reason
5. Sex Till Tomorrow
6. Talk To The People
7. Can't Stop
8. U Should Had
9. Liar

B-52s

Planet Claire
Mesopotamia
Private Idaho
Lava
Dance This Mess Around
Girl From Ipanema Goes to Greenland
Roam
Legal tender
Love in the Year 3000
Is that you Mo-dean?
6060-842
Whammy Kiss
Love Shack

Bis
Party Out of Bounds
Rock lobster

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Sobre Leonardo Daniel Tavares da Silva

Daniel Tavares nasceu quando as melhores bandas estavam sobre a Terra (os anos 70), não sabe tocar nenhum instrumento (com exceção de batucar os dedos na mesa do computador ou os pés no chão) e nem sabe que a próxima nota depois do Dó é o Ré, mas é consumidor voraz de música desde quando o cão era menino. Quando adolescente, voltava a pé da escola, economizando o dinheiro para comprar fitas e gravar nelas os seus discos favoritos de metal. Aprendeu a falar inglês pra saber o que o Axl Rose dizia quando sua banda era boa. Gosta de falar dos discos que escuta e procura em seus textos apoiar a cena musical de Fortaleza, cidade onde mora. É apaixonado pela Sílvia Amora (com quem casou após levar fora dela por 13 anos) e pai do João Daniel, de 1 ano (que gosta de dormir ouvindo Iron Maiden).
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