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Resenha - Rio Art Rock Festival 99 (Rio de Janeiro, 10/12/1999)

Por Pedro Fraga Bomfim
Postado em 10 de dezembro de 1999

Nota: 10 starstarstarstarstarstarstarstarstarstar

Aconteceu nos dias 10 e 11 de Dezembro nesse ano, no Rio de Janeiro, o 4º Rio Art Rock Festival, organizado sempre pelo Leonardo Nahoum, dono da distribuidora Rock Symphony. Antes de mais nada devo ressaltar que, além de ser uma enorme dor de cabeça, o festival praticamente não dá lucro algum, já que o apoio da mídia de massa para o Rock Progressivo é zero. Pior, a maioria dos redatores de jornais e revistas execram tal estilo, fazendo questão de chamar seus representantes de dinossauros que já deveriam estar extintos e etc, geralmente pregando pela ascensão da música eletrônica e dos alternativos.

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Mesmo assim o Sr. Leonardo Nahoum continua nos presenteando com shows de bandas estrangeiras, que se viessem ao Brasil por intermédio dele, nunca chegaríamos a ver ao vivo. Este ano o festival aconteceu em duas noites diferentes e o Whiplash esteve lá para conferir.

Sexta-feira 10/12

Quatro bandas estavam programadas para esta noite. Duas nacionais e duas estrangeiras. Chegamos lá um pouco atrasados devido a chuva torrencial que caiu na cidade, não criando alagamentos, porém causando um transtorno típico das grandes cidades - engarrafamento. Porém, ao chegar, descobrimos que o show iria atrasar um bocado, já que as 20:30, meia hora após o horário previsto para início do show, apenas duas bandas haviam feito passagem de som. Aproveitamos para dar uma olhada nos cds disponíveis para venda e bater um papo com amigos do meio. Inclusive aproveitei para conversar e pedir autógrafos da banda sueca Anekdoten, que tocou no sábado.

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Por volta das 23:00, a primeira banda sobe ao palco. O Aether fez um bom show todo calcado no seu cd Visions. Apesar de ter tempo de duração previsto para algo em torno de 40 minutos o Aether tocou por volta de uma hora, abrindo muito bem o festival. Destaque para o trabalho de guitarras e violinos, dotados de técnica e muito bom gosto.

Depois de um intervalo, temos a segunda banda nacional, o Solis. A banda tocou relativamente pouco e teve alguns problemas de som. A impressão que ficou para muitos foi que a banda não esta acostumada a tocar ao vivo. Como já ouvi diversos elogios sobre o cd, creio que realmente o show não foi a altura da banda, infelizmente.

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Mais um intervalo de meia hora e sobe ao palco a primeira atração internacional do festival, os argentinos do Nexus. A banda fez um show perfeito, mostrando o seu hard-prog bem pesado,. O instrumental é poderosíssimo, contanto com a típica formação bateria, baixo, guitarra e teclado. Depois da música de introdução entra em palco a vocalista Mariela González, que tem uma voz muito bonita e potente, além de carisma,beleza e presença de palco. Aliás, este foi um fator importantíssimo no show. A banda toda pula, bate cabeça, ocupa cada centímetro quadrado do palco. Não poderia destacar apenas um membro da banda, já que ela funciona como sempre deveria ser, um conjunto coeso e preciso. Mesmo assim é preciso comentar a criatividade e técnica do guitarrista Carlos Lucena e do tecladista Lalo Huber. Não sei se a maioria do público conhecia a banda, mas é legal ressaltar que foram ovacionados de pé por quase todo o teatro. Nota 10 para o show de uma banda que, por morar em país tão próximo, poderia voltar a nos agraciar com a sua música de qualidade indubitável novamente em breve.

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Depois de um curto intervalo, sobe ao palco a última atração da noite, os poloneses do Ankh. Era um show aguardado por muitos, porém a tardia hora em que subiram ao palco (já eram quase 3 horas da madrugada) fez com que o teatro já estivesse um pouco mais vazio, infelizmente. Mas os bravos e resistentes que esperaram até tão tarde receberam um show maravilhoso de presente. Como o próprio guitarrista e vocalista , Piotr Krzeminski, definiu; eles tocam música. É muito difícil rotular o som dessa banda, que algumas vezes chega próximo do pop, em momentos se torna até dançante e flerta com diversos outros estilos. Porém é uma banda extremamente pesada e intrincada, com uma formação não muito convencional : guitarra, voz, baixo, bateria e violino. Este último, Michal Jelonek, sem sombra de dúvida, o destaque não só do show como da noite toda. O cara não para quieto, parece um duende psicopata no palco, tocando ferozmente o seu violino, especialmente quando ele usava uma máscara de caveira vermelha. Incrível o uso de tal instrumento para substituir o teclado, já que faz da banda ter uma sonoridade bem particular ( que com certeza fica mais firmada pelo fato de ser cantado no idioma natal da banda). Fizeram uma releitura de 21st Century Schizoid Man, do King Crimson, onde o destaque novamente foi o violinista.

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Apesar de já ser quatro da manhã o público pede bis e a banda volta ao palco tocando uma versão frenética de Hall Of The Mountain King (de Grieg) e mais uma do seu cd. Outro show nota 10, perfeito em todos os momentos.

Voltamos para casa, cansados, porém com a alma limpa, aguardando pelo dia seguinte que prometia ter talvez o melhor show do festival : Anekdoten.

Sábado dia 11/12

Foi preciso muita disposição para ir ao show nesse dia, já que o do dia anterior atrasou tanto que só chegamos em nossas casas por volta das 5 da manhã !!! Mas o cansaço não nos fez nem pensar na possibilidade de perder um dia do RARF.

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Mesmo sabendo que o show novamente deveria atrasar, chegamos praticamente na hora anunciada. Se bem que desta vez o atraso foi menor, mas mesmo assim foi chato ter que esperar algo em torno de duas horas para podermos assistir ao show. Tudo bem, show iniciado : como fora anunciado no dia anterior, o Frágil (do Peru) não poderia se apresentar então teríamos uma banda nacional no lugar: o 2B (pronuncia-se como no inglês, to be).

A banda tem com certeza uma das mais estranhas e simples formações possíveis : bateria, vocal e violão de 12 cordas (o cara também faz backing vocals e toca pedais de baixo). Nada mais nada menos. O engraçado é que a banda esta longe de ser progressiva, fazendo um pop-rock-folk cheio de baladas. Não que seja ruim, muito pelo contrário. A banda se apresentou de forma impecável com boas composições próprias e tocou covers de Yes, Led Zeppelin e Steppenwolf (esta última, a clássica Born To Be Wild, em versão balada acústica, uma releitura corajosa e bem feita). Apesar de não se encaixar no contexto do festival, o show do 2B agradou a maioria.

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Logo em seguida, depois do clássico intervalo, veio o Témpano, direto da Venezuela. É difícil não gostar do show dos caras, que fazem um prog-fusion da melhor qualidade. Ótimas guitarras e vocais, teclados muito bem colocados e uma cozinha impressionante. O baixista, apesar de muitos terem reclamado do visual dele (e de toda a banda), arrebentou e mostrou uma técnica invejável. Fizeram um show longo e um pouco cansativo, mas não por culpa deles. O ar-condicionado do teatro continuava quebrado e sofríamos um calor insuportável.

Depois de mais um pouco de espera veio o último e mais esperado show do festival. O Anekdoten entra no palco e mostra tudo o que tem : melodias tortas, quebradeira, alternância de momentos melancólicos para de extrema agressividade e altas influências de King Crimson. Muitos reclamaram desse show, dizendo estar alto demais e de não ter qualidade. Porém, foi, para nós, o melhor show, junto ao do Ankh e ao do Nexus. Tocando quase 2 horas de música, o repertório se concentrou mais nas músicas do último (e terceiro álbum da banda) e do primeiro (o estupendo Vemod). Inclusive, o ponto mais alto do show foi a execução da primeira faixa do álbum, a instrumental Karelia. Nota 10 para a coesão da banda, para o inacreditável baterista Peter Nordin (e a sua precisão junto ao baixista e vocalista Jan Lilieström, com ótimas linhas de baixo distorcido), para os timbres e melodias da guitarra de Nicklas Berg e para a violoncelista/tecladista Anna Sofi, que além de ser linda e simpática, mostra um grande bom gosto para os timbres de mellotron e para os arranjos de violoncelo.

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Depois de invadir o palco para tirarmos umas fotos com os membros da banda, voltamos para casa com sorrisos de orelha a orelha. Agora, como vários colegas da lista progressivo do Whiplash já disseram, é a nossa vez de dizer : Valeu Nahoum, não só pelo festival mas por toda a sua luta em favor do progressivo nas terras tupiniquins !

E aproveitamos; já que desta vez tivemos bandas relativamente mais pesadas e algumas menos progressivas, que tal para o RARF 2000 - Spock's Beard, Shadow Gallery e Sigma-5 ?

Review: Pedro Fraga Bomfim (TheAbufa)
Fotos: André Morize (Heavyman)

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