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Rock: O que é e por que consegue unir tantas e tão diversas gerações?

Por Rodrigo Contrera
Postado em 31 de julho de 2016

Nós, nesta segunda década dos anos 2000, temos já livros, músicas, vídeos e materiais sem conta que nos permitem saber quase tudo sobre as origens, a evolução, as correntes, as concordâncias e discordâncias, e o dia a dia do rock'n roll. Não nos falta material nem especialistas ou amantes do gênero para podermos conversar ad infinitum a respeito. Há quem defina o gênero por vicissitudes técnicas, outros por demonstrações, outros pela história, etc. Cada um justifica a sua paixão e a correspondência dos amigos de sua própria forma. Pois aqui eu me meterei a justificar minha visão do fenômeno, após mais de 30 anos gostando de rock e heavy metal e dispensando bom tempo de meu dia a esse amor, a essa paixão. É, como quase tudo o que tenho escrito por aqui, uma viagem eminentemente pessoal.

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Não busco ser rigoroso no sentido de concordar com meus amigos, nem de ter as mesmas bandas a sustentar essa emoção, nem de ter sequer um feeling aproximado ao deles. Busco apenas fazer uma "viagem" pessoal no assunto, tentando trazer à consciência algo que muitas vezes a extrapola, e que só consigo senti-la em meio a quietude, vídeos vistos em privado, paixões trazidas à tona em bares ou shows, etc. Por isso, embora eu não vá citar muitas passagens pessoais a mim e à minha vida, esta é uma viagem em minha visão do fenômeno. Tentando buscar interlocutores em meio a todos os malucos e malucas que adoram o rock e o heavy metal.

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Tive o primeiro contato com o rock no colegial. As bandas que eu ouvia com um amigo, o Carioca, foram o Scorpions, o Def Leppard e o AC/DC. Ele adorava, e eu achava legal, embora não entendesse muito bem o que era tudo aquilo. Mas fiquei mesmo apaixonado pelo rock e heavy metal quando ouvi Iron Maiden, The Number of the Beast, e vi alguns vídeos nos programas pop que passavam na época. Havia muito que era chamado de rock, mas eu gostava mesmo era do Iron.

O aspecto que mais me atraía na Donzela era o jeito pesado e direto das músicas. Mas - o que a distinguia das outras - atraía-me em especial o universo ligado a outras tramas (mitologia da Bíblia, invasão da América, remissões à história recente ou bastante passada), e o som, que me passava paixão. Eu via paixão naqueles caras, via uma vontade férrea de serem o que eram - músicos de heavy metal, cada um do seu jeito, sem ninguém se meter nos negócios. Lembro-me de que, nas apresentações de vídeos da banda que eu ia assistir perto da Brigadeiro Luís Antônio, em São Paulo, eu me identificava com o fato de ter poucos amigos, de todo mundo compartilhar mesmo assim da mesma paixão, e de as pessoas - ao menos naquela época - não trocarem muito ideias a respeito (eu nem queria explicar por que era apaixonado pelo som, eu simplesmente gostava, e ponto). Mas as melodias mais intimistas, que tratavam de sentimentos (como The Prodigal Son), eu as guardava para mim mesmo. Mas rock e heavy metal para mim eram paixão.

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Àquela época, eu não havia ainda me metido com garotas. Perdi a virgindade bem tarde, com prostitutas, e eu não tinha traquejo algum com sentimentos, no sentido de relacionamentos mesmo, namoro, abandono, e tudo o mais. Nesse sentido, aquelas melodias ou canções que tratavam de relacionamentos, vindos de bandas dos 80 ou mesmo anteriores, não falavam comigo, não me diziam praticamente nada. Eu achava muitas daquelas músicas bem bonitas (baladas como Still Loving You, por exemplo), mas só conseguia imaginá-las enquanto amor romântico, tipo simplesmente gostar de alguém. Não conseguia imaginar as tramas intrincadas do amor, os abandonos e tudo aquilo que quem ama passa. Nesse sentido, o que me afastava de muitos clássicos do rock - e mesmo do heavy metal, que tratava o assunto à sua maneira - era minha absoluta falta de vivência no assunto, ou seja, eu não via verossimilhança nisso que era cantado.

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Hoje, contudo, isso se dá de forma bem diferente. Não me canso, hoje, de me defrontar com clássicos que eu já ouvia naquela época (por exemplo, acabo de ouvir I never cry, do Alice Cooper) e perceber a pegada daquele rock que antes não me falava nada. Não digo que isso se dê pelo domínio do inglês, língua em que eu sempre tive dificuldade, mas a pegada daquela balada em especial hoje se dá por minha muito maior vivência interna, e por entender por que e como um cara pode dizer aquilo (a letra dessa música, assim como a de muitas outras). Porque o rock, pelo que noto, pega essencialmente pela emoção, pela paixão, e nos motiva por aquilo que tira de nós em direção a ele. Nós nos dedicamos, quando ouvimos o rock de que gostamos; nós gastamos dinheiro e tempo por ele; nós lemos revistas ou sites sobre nossos ídolos; nós rimos sozinhos ou acompanhados com aquilo que lemos ou quando cantamos as músicas de que gostamos; o rock nos demanda um investimento, e nós pagamos sempre de boa vontade por ele. Não nos sentimos explorados pelo rock de que gostamos; gastamos o que gastamos com bastante alegria e satisfação; lemos besteiras sem conta e não nos arrependemos do tempo que perdemos nisso tudo; o rock nos demanda coisas, dinheiro, tempo e paixão, e fazemos o que fazemos de boa vontade, sentindo que ele nos dá mais do que nós lhe damos. É, em suma, uma paixão, quase sempre correspondida.

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É claro que com as artes em geral isso assim acontece. Tem gente apaixonada pelo teatro que joga toda sua vida nessa arte, e que ora se considera maluca ora considera que não tem mesmo jeito nisso. Outros e outras fazem isso com outros gêneros musicais. Outros fazem o mesmo com pintura, e outras artes.

Mas com o rock é engraçado. A gente ama o rock por algo que só nós parecemos ver nele, e que depois constatamos, muitos também vêem. Mas os sujeitos que gostam de rock - mesmo os que gostam de Beatles e Elvis, por exemplo - costumam ser muito ensimesmados. Gostam do que gostam, e não estão nem aí para os outros. Podem até discutir com os colegas que gostam das mesmas bandas ou músicas, mas no fundo gostam sozinhos, gostam por motivos que não compartilham, e tendem a saber - tal qual caras que gostam de determinado time - os motivos pelos quais os fãs das mesmas bandas gostam dessas bandas de rock - sem conversar com eles. Ou seja, parece haver uma certa cumplicidade entre os fãs de determinadas bandas de rock. Quem gosta de Iron reconhece quem gosta de Iron; os caras que gostam de AC/DC tendem a se assemelhar entre si; os caras que gostam de Van Halen gostam da banda por motivos que facilmente reconhecem nas pessoas que os rodeiam - e que também gostam. Mas ninguém, ou quase ninguém, gosta do rock pela qualidade do som, em primeiro lugar; quem gosta de rock parece gostar sempre por algo que o rock lhe passa, e que depois ele confirma, e que tem tudo a ver com passagens de sua vida, com superações, com momentos de vida, com a vida, em suma. O jeito tosco do rock contagia, claro; a habilidade dos instrumentistas ajuda, sempre; mas quem gosta de rock VÊ algo no rock que encara como paixão, como algo eminentemente pessoal, e que talvez jamais irá abandoná-lo/a. Porque rock é vida, é paixão, é amor, antes de mais nada.

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Na minha vida, a aproximação ou afastamento de ídolos, bandas, guitarristas, estilos, sempre acompanhou os momentos por que eu passava. Ora eu passava por uma fase mais punk, mais rebelde, menos romântica, ora enfrentava emoções que me faziam recair em outro tipo de rock, ora eu ficava meio desencanado de tudo e embarcava em estilos mais agressivos e descrentes, ora eu entrava numa fase mais madura, e começava a entender as mensagens de bandas ou intérpretes de rock que antes me haviam sido irrelevantes (pela minha própria limitação intelectual ou de classe social). Mas o rock sempre pareceu me dizer algo mais visceral que no caso dos outros estilos musicais (como o jazz, por exemplo, ou a música erudita), e quando isso não acontecia, era porque o gênero (no caso, o blues) havia feito parte dos primórdios do próprio rock, ou seja, era em si um rock mais primitivo, anterior a tudo o que depois foi criado. Somente hoje, por exemplo, após encarar o blues mais original, e após consumir o blues que mais me agradava (da década de 80, como num Stevie Ray Vaughan), começo (preciso admitir) a entender a pegada do Led Zeppelin, com o qual sempre tive dificuldade. Ou sacar as maravilhas (mais antigas) de um Deep Purple. Porque o rock, como estende suas ramificações para praticamente todo lugar, parece, no fundo, ESTAR em todo lugar. E a gente passa então a reconhecer a postura blues, e a postura blues no rock, e outras posturas, diferenciadas, em outros tipos (mais recentes) de rock, rock progressivo ou heavy metal.

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Porque no fundo é como se o rock nos acompanhasse, e a gente a ele. Eu não passei, por exemplo, pela fase dos anos 90, de um Guns'n Roses, ou por bandas como Alice in Chains. Mas passei, do meu jeito, por minhas particularidades pessoais, pelo grunge, e por outros tipos de rock pesado. Mas isso não significa, em termos de rock, que eu realmente não goste de Guns ou Aerosmith (que hoje aprecio). O que acontece é que aquele rock, naquela época, era um rock que não estava ligado à minha pessoa, aos meus problemas, aos meus desafios. O que não significa que, daqui a algum tempo, ele não venha a estar (como o Whitesnake está imbricado em minha vida, hoje, por causa de uma garota). Porque o rock é assim, ele muda, se transmuta, muda de rosto e de postura, e por vezes a gente se afasta de uma parte dele, para se aproximar de uma outra. Como eu, numa postura extremamente agressiva e descrente, mas ao mesmo tempo de raiz, me aproximei até não largar do Motörhead, por exemplo. Ou como acho legal algo do progressivo sinfônico. E tudo isso é rock! Porque, por detrás daqueles gêneros, existem posturas diferentes, temas diferentes, abordagens musicais diferentes, instrumentistas mais ou menos conhecedores do ofício, mas todos eles tocam rock! Nada me diz que eu não possa gostar de Evanescence (que muitos não consideram rock). Ou que não venha a desgostar de Accept (hoje me aproximo cada vez mais da última leva de materiais do Wolf Hoffman). Ou que não venha a me reaproximar dos caras do Scorpions. A gente nunca sabe. A gente sabe apenas que é com paixão que a gente se aproxima disso, e que as mudanças nas nossas vidas nos aproximam e afastam de nossos ídolos.

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E sempre surgem novos. E quando ficam os velhos, ficam como se ainda fôssemos jovens. Porque a gente curte rock enquanto tem uma mentalidade ou espírito jovem. Porque a gente envelhece, claro. E eles, os ídolos, também. Mas, quando a gente curte o que curte, a gente se sente jovem. A gente volta a se sentir como aquele moleque que tinha acabado de ouvir Iron Maiden. Ou como aquele cara que viu em Ride On, do AC/DC, uma forma de explicar o que sentia. Ou como aquele cara que pensava nas guerras e nos caras que nelas morrem, ouvindo 1916, do Motörhead. A gente sempre se sente jovem ouvindo rock. Mesmo aquelas senhoras já de bastante idade que cantam Elvis se sentem jovens quando o cantam, quando lembram dos seus maridos (ou ex-maridos), já falecidos, quando lembram de momentos de amor, que não voltam mais, quando entram em crises momentâneas com essas lembranças. Todo mundo que gosta de rock se sente jovem quando curte sua banda, seu artista, seu ídolo. Porque o rock é assim.

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Eu aprendi, muito recentemente, a descobrir muito de mim - estou numa fase de transição bastante radical - ouvindo aquilo de que eu realmente gosto, e a entender como isso se deu. Em que fase tudo ocorreu, por que isso aconteceu dessa forma, e como é que o rock mais clássico agora tanto parece falar para mim. Porque eu evoluí. Cresci. E crescendo, passei a ver algo que eu não enxergava. E o rock vem me revelando mais e mais - da vida, de mim e do mundo. Porque com o rock é assim. Ele é vida. E ele não pára. E mesmo quando voltamos às suas origens, crescemos. Como se permanecêssemos jovens, como se assim rejuvenescêssemos.

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Porque, como o Lemmy diz, "se você acha que está velho para o rock'n roll, você está!". Mas, quem realmente o amou (e ainda o ama), não envelhece.

E tenho dito!

Gostaria muito de ler suas percepções a respeito.

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Sobre Rodrigo Contrera

Rodrigo Contrera, 48 anos, separado, é jornalista, estudioso de política, Filosofia, rock e religião, sendo formado em Jornalismo, Filosofia e com pós (sem defesa de tese) em Ciência Política. Nasceu no Chile, viu o golpe de 1973, começou a gostar realmente de rock e de heavy metal com o Iron Maiden, e hoje tem um gosto bastante eclético e mutante. Gosta mais de ouvir do que de falar, mas escreve muito - para se comunicar. A maioria dos seus textos no Whiplash são convites disfarçados para ler as histórias de outros fãs, assim como para ter acesso a viagens internas nesse universo chamado rock. Gosta muito ainda do Iron Maiden, mas suas preferências são o rock instrumental, o Motörhead, e coisas velhas-novas. Tem autorização do filho do Lemmy para "tocar" uma peça com base em sua autobiografia, e está aos poucos levando o projeto adiante.
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