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Sepultado novamente: o rock morreu... de novo...

Por Doctor Robert
Postado em 24 de abril de 2015

Pobre rock and roll... Praticamente desde seus primórdios o coitado vem sendo sepultado por alguém a cada ano que passa... Desde o longínquo início da década de 1960, onde a gravadora Decca rejeitou contratar um certo quarteto de Liverpool com nome engraçadinho fazendo trocadilho com besouros e batidas, pelo fato de que "bandas e músicas com guitarras estavam com seus dias contados".

De lá pra cá esse defunto maldito, filho de Satanás para muitos, já se ressuscitou (reencarnou?) incontáveis vezes, com o bastão sendo passado pelos anos para cada novo movimento surgia por motivos diversos, mas essencialmente para representar a voz do jovem de sua geração. E tivemos a British Invasion, o rock progressivo, o punk, o new wave, o heavy metal, o grunge... até que tudo se acomodou recentemente de forma meio preocupante...

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Nenhum novo movimento, nova revolução, nada... Grandes nomes continuaram a surgir sim, ótimas músicas continuaram sendo lançadas... Mas há pelo menos umas duas décadas não surge ninguém ao mesmo tempo chutando o traseiro de todo mundo e dominando a mídia, criando uma nova avalanche de imitadores e seguidores...

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Recentemente o eterno falastrão Gene Simmons, cuja língua literalmente parece não caber dentro de sua boca, foi mais um a mandar o rock pra sete palmos abaixo da terra. Exageros à parte, o comentário do Dr. Love tem certa relevância e um fundo de verdade. Mais pé no chão e centrado, Regis Tadeu escreveu há alguns dias uma excelente coluna para o portal Yahoo!, com o título de "A música de qualidade está morrendo no Brasil e você é um dos culpados". No texto, Regis relata como estão cada vez mais escassos os artistas autorais novos, que criam sua própria música, a perda de espaço destes para bandas que simplesmente tocam músicas de nomes consagrados, e a falta de interesse de todos nós em ouvir novos nomes e, principalmente, assistir a apresentações destes.

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Outro ponto interessante foi ressaltado pelo blog Combate Rock (do portal UOL), que cita o programa "Superstar", da Rede Globo, que ao invés de levar artistas novos, está levando nomes já experientes e que, em alguns casos, já chegaram até a fazer sucesso (como o Tianastácia, cuja música "Cabrobró" tocou exaustivamente nas rádios tempos atrás), tirando mais uma oportunidade de quem está na batalha por um lugar ao sol.

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Não, o rock não vai morrer, mas num futuro próximo, provavelmente sobreviverá em nichos cada vez menores e ainda mais seletos do que hoje em dia. E isso nada mais é do que um ciclo pelo qual a Música Erudita, o Jazz e o Blues já passaram. Paremos para analisar: o gênero Erudito ("música clássica", se você preferir assim), foi dominante ao longo de séculos. Gênios imortais como Bach, Beethoven, Mozart e tantos outros têm suas obras reconhecidas e executadas até hoje. Mas, você pode citar algum compositor erudito moderno que seja tão popular como eles? Alguém que crie novas obras no gênero e que consiga lotar teatros ao redor do mundo? Sim, ainda existem inúmeras orquestras e óperas em cartaz, graças a Deus, mas o que se ouve são sempre execuções e novas montagens de clássicos seculares. Pelo mesmo processo passaram o Jazz e o Blues, que já gozaram de alta popularidade e hoje dificilmente vêem algum representante do gênero serem reconhecidos mundialmente (no caso do Blues, talvez Joe Bonamassa seja a grande exceção).

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E como fica a situação desse "tal de roque enrow", como cantava nossa querida rainha Rita Lee? Já não se veem mais tantas bandas autorais gravando demos, agendando shows – ainda existem sim, mas o espaço está cada vez menor, conforme retratou Regis Tadeu em sua coluna. E isso nas capitais e cidades maiores, porque pra quem é do interior, a coisa é muito pior. Os barzinhos e casas noturnas não querem nem saber de uma banda nova que toque só músicas de sua autoria. Muito melhor alguém que seja uma jukebox de greatest hits e top 10 do passado, pra entreter o público que vai lá se divertir, tomar uma gelada e "encontrar alguém que lhe dê amor"... Assim, novas bandas de rock ficam relegadas a festivais de pequeno porte, normalmente organizados por algum maluco corajoso que seja fã do gênero, e que costumam reunir umas poucas dezenas de gatos pingados.

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E mesmo quem consegue atingir seu objetivo, montar sua banda, lançar seu CD (outro coitado que também está na fila da câmara de gás), raríssimamente consegue sobreviver apenas disso, tendo que se sujeitar um "trabalho principal" como professor de música, bancário, publicitário, o que quer que seja para pagar as contas no final do mês. E, em consequência disso, ainda tolerar piadinhas do tipo "Ah, então você é músico? Mas você trabalha com o quê?".

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Obviamente são muitos fatores que levaram a chegarmos a este cenário, mas não podemos deixar de citar uma das situações que contribuiu em demasia: o surgimento do rótulo "Classic Rock", principalmente depois do advento dos games "Guitar Hero" e "Rock Band", e da criação de incontáveis rádios "Classic Rock" pelo globo – fato facilmente constatado em tempos de internet e aplicativos em celulares.

Em outra matéria interessante, o blog Combate Rock cita Ian Gillan, do Deep Purple, que em 2005 já criticava este suposto gênero, em uma entrevista a uma rádio da África do Sul durante a turnê de "Rapture Of The Deep": "Depois que inventaram essa história de Classic Rock, fomos exilados a um nicho de mercado que nos condena a tocar as mesmas músicas para as mesmas pessoas de sempre. O Classic Rock nos limita a uma faixa de mercado que impede que consigamos divulgar nossa música em toda a sua plenitude. É maravilhoso que sejamos reconhecidos pelo que criamos em 'Smoke on the Water' ou 'Highway Star', mas, caso alguém se importe em saber, fizemos muito mais coisas depois disso, boas ou ruins, mas fizemos. Agora mesmo estamos divulgando novo álbum, mas as pessoas só querem saber do que gravamos 35 anos atrás, das histórias que vivemos na Suíça em 1971 ou no Japão em 1972, ou até mesmo por que Ritchie (Blackmore) não está mais na banda. Santo Deus, isso ocorreu há 12 anos e ainda nos perguntam isso, como agora nesta entrevista! O rótulo Classic Rock é pernicioso e pode no futuro prejudicar o próprio gênero musical, amarrar o rock em uma camisa de força em que o novo será diluído de tal forma que sucumbirá às músicas de sempre, que por sua vez se consumirão de tal forma de que nada restará."

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Recentemente Gillan repetiu o tom e criticou o público norte-americano em uma entrevista de 2013, onde disse: "Parece que os americanos estão fora de sintonia com o resto do mundo. Ninguém se interessa pelo nosso material recente. Nos outros países, temos pessoas de 18 anos na plateia. A energia deles é inacreditável. Nos Estados Unidos o público tem a nossa idade (risos). Amo o país, mas o público só se interessa por ‘Smoke On The Water’, ‘Highway Star’ e ‘Perfect Strangers’. Essa cultura de Classic Rock pode ser muito prejudicial". Detalhe: a entrevista era para o site Ultimate Classic Rock...

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E aí é a hora de nós fãs vestirmos a carapuça, a cada vez que reclamamos quando vamos a um show do Iron Maiden onde eles resolvem que 80% das músicas do setlist são dos álbuns pós "Brave New World", e só queremos saber de ouvir "The Trooper" ou "The Number Of The Beast" pela milionésima vez. Ou de simplesmente descer o sarrafo no Metallica porque se aventurou a tocar estilos diferentes em "Load", "St. Anger" ou na mais que controversa parceria com Lou Reed em "Lulu" – tudo bem que o resultado não passe nem perto seus clássicos, mas pelo menos eles tentaram diversificar, fazer algo novo...

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O resultado disso é o efeito causado em grandes nomes do gênero que já nem se dão mais ao trabalho mais de lançar um disco, nem que seja como desculpa para uma nova turnê, não fazem nada de novo há anos e tornam de seus shows eternos "revivals", repetindo setlists exaustivamente, garantindo seus cachês elevados e faturando com os ingressos e merchandising a preços cada vez mais exorbitantes. E se nem eles se dão ao luxo de botar novidades no mercado, o consumidor vai se importar se um novo grupo de prog metal colocar nas prateleiras ou na internet, mesmo que de graça, seu novo disco? Que estímulo vai ter, se o fã do gênero vai declaradamente torcer o nariz e continuar ouvindo "Pull Me Under" pelo resto da vida?

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Como consegui viver de Rock e Heavy Metal

Para estes acomodados, o rock pode realmente capengar e pouco importa... Afinal, se não surgirem mais bandas que mereçam ser seguidas, continuarão a serem ouvidos mundo afora os clássicos eternizados por Elvis, Beatles, Stones, Who, Hendrix, Zeppelin, Sabbath, Purple, Floyd, Rush, Ramones, Priest, Maiden, Police, U2, Metallica, Nirvana... mesmo que com uma banda cover, ou em alguma nova releitura de um corajoso novo artista, que ainda acredita que possa dizer algo em seu novo álbum, mas precisa apelar e incluir algo já conhecido do público chamar um mínimo de atenção...

Matérias citadas neste texto:

"A música de qualidade está morrendo no Brasil e você é um dos culpados" (Regis Tadeu)
https://br.noticias.yahoo.com/blogs/mira-regis/a-musica-de-qualidade-esta-morrendo-no-brasil-e-181218860.html

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"Pra que serve o Superstar?"
http://combaterock.blogosfera.uol.com.br/2015/04/14/pra-que-serve-o-superstar/

"O classic rock está atrapalhando o rock, principalmente no Brasil" (Combate Rock)
http://combaterock.blogosfera.uol.com.br/2014/08/04/o-classic-rock-esta-atrapalhando-o-rock-principalmente-no-brasil/

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Sobre Doctor Robert

Conheceu o rock and roll ao ouvir pela primeira vez Bohemian Rhapsody, lá pelos idos de 1981/82, quando ainda pegava os discos de suas irmãs para ouvir escondido em uma vitrolinha monofônica azul. Quando o Kiss veio ao Brasil em 1983, queria ser Gene Simmons e, algum depois, ao ver o clipe de Jump na TV, queria ser Eddie Van Halen. Hoje é apenas um bom fã de rock, que ouve qualquer coisa que se encaixe entre Beatles e Sepultura, ama sua esposa e juntos têm um cãozinho chamado Bono.
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