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Café com Rosas: O custo-benefício dos festivais

Por Guilherme Fernandes
Fonte: Café com Rosas Blog
Postado em 16 de abril de 2012

Os festivais no Brasil transformaram-se em meras tentativas de entretenimento direcionado a um determinado publico. Digo meras tentativas porque todos eles, sem exceção, esbarram na falta de infra-estrutura intelectual do povo brasileiro e suas autoridades. Suas não, nossas, uma vez que também sou um filho de nossa declinante pátria.

Findado o Lollapalooza, um dos festivais mais clássicos de toda terra, podemos perceber que, com ou sem Foo Fighters e Arctic Monkeys a coisa acontece da mesma forma. Seja no Rock In Rio, no SWU e outros que estão por vir, o fato é que as pernas brasileiras dos festivais não passam de um processo complexo em que as pessoas retrocedem a condição primata antes estabelecida como natural. Meninos de meninas de 15, 20 e até pessoas com um pouco mais de idade transformam-se em animais sedentos por algum tipo de baderna dentro de eventos como esses.

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O custo-benefício do festival é simples: se você quer ver o seu artista favorito de perto, além de enfrentar filas, sol ou chuva em seu estado máximo, horas de espera, é necessário que o seu dia seja sacrificado. Dependendo de onde você mora talvez seja necessário sacrificar dias para chegar cedo e ficar a frente dos portões.

Agora não pense o senhor (a) que chegando às 16h00min da tarde você vai conseguir ver algo a mais que um telão gigantesco e um mar de cabeças a sua frente, isso quando não se é necessário conviver com pessoas que exageram na bebida, usuários de drogas – que sempre que proibidas, se proliferam – e pessoas que, independente de suas vestimentas, parecem que esqueceram suas doses diárias de educação e cordialidade em casa.

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Como explicar para determinadas pessoas essa relação custo-benefício de um festival de uma forma mais específica? Empurrar os outros que estão a sua frente não fará você chegar mais perto do palco. Chegar cedo fará você ficar mais perto do palco. O máximo que você vai conseguir é machucar alguma pessoa – geralmente rapazes mais fracos e meninas que comparecem a estes eventos – e criar algum tipo de confusão.

Fui ao Lollapalooza para ver o Foo Fighters e só. Nenhuma outra banda me interessava. Opinião e gosto: tenha a sua e engula a dos outros. Entretanto, mesmo a léguas de distancia de Dave Grohl e Cia. tive que perder as duas primeiras músicas.

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Por quê? Nada de mais. Só estava ajudando as pessoas que estavam passando mal a saírem, enquanto a maioria das pessoas estava em um empurra-empurra frenético para tentar machucar umas as outras. Não, eu não estava em uma roda de pogo (existem ainda este termo?), estava sim, em um lugar onde as pessoas ficam burras, brutas e sem o menor pingo de educação para com o próximo, seja ele um homem forte ou uma menina indefesa.

Ao conseguir sair, depois de muito esforço, passei pelo posto médico e vi os "desistentes" do publico: garotas (em sua maioria, mais fracas e magricelas) e meninos que não passavam dos 18 anos. Ou seja, agora a política de um festival é essa? Qualquer festival virou um ringue de seleção natural, onde somente os mais fortes, brutos e mal-educados sobrevivem e podem assistir ao show? Lamentável.

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Será que é esse o estilo de vida que estamos plantando para o futuro? Será que o desrespeito, o desfavorecimento dos mais fracos, a opressão pela força e várias outras condutas que são expostas nos festivais serão os norteadores para uma sociedade em que faremos parte e teremos responsabilidades efetivas?

Porque o empurra-empurra para ver uma coisa que, hoje em dia, estará em menos de uma semana para download em HD em todos os sites? Pra que comemorarem "desistências" de lugares por meio da força, como se estivessem comemorando uma vitória pessoal, um emprego novo ou um gol de seu time de coração?

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É isso que é o Rock And Roll hoje? Baderna? Ou, como o vocabulário recente diz, trollagem?

Alguém consegue me responder isso?

Guilherme Fernandes ([email protected])
http://cafecomrosas.blogspot.com

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