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Lou Reed e Metallica: é tão difícil assim de entender?

Por Fausto Faria
Postado em 11 de dezembro de 2011

Lulu - como começar a falar sobre ele!?!

Acho muito estranho o tipo de crítica que o álbum tem recebido, não parecem ser críticas musicais, são críticas de gênero. Entendam, não gostar de algo é normal, mas, dizer que é ruim, é outra coisa. Levantar número de vendas do CD, discutir se LOU REED é um velho viado ou não, se o CD serve como adubo, se música é poesia (bom, essa é fácil, basta ouvir BOB DYLAN, RENATO RUSSO, CHICO BUARQUE; exemplos para qualquer um entender); todas essas coisas fogem do real assunto: se Lulu é um bom álbum de Rock.

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Primeiramente, dizer que não é um álbum do METALLICA é um fato tão óbvio que não sei se poderia ser usado como argumento; não é um álbum do METALLICA, pronto. "Ah, mas foi o METALLICA que gravou..."; claro que foi, mas, não SOMENTE o METALLICA, e não sobre uma ideia do METALLICA. É um álbum estranho, conceitual ao extremo, escrito pelo LOU REED. É o bastante para entendermos que não vamos ouvir Creeping Death nesse álbum. Ok? QUEEN+PAUL RODGERS não é o QUEEN; as pessoas entendem isso e pronto. Porque não aqui?

Em uma entrevista que vimos aqui mesmo, LOU REED e METALLICA falam sobre o álbum, as ideias e outras coisas mais. Além de o entrevistador ser humilhado por não estar bem informado (o tempo de gravação do álbum, sobre James ter cantado em álbuns do DANZIG, logo, não foi a primeira vez que ele gravou os backing vocals), podemos perceber o que o METALLICA sempre foi: autêntico. Aqui mora o problema, a autenticidade.

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Se você tiver cabelo comprido, uma bermuda coladinha com motivos da bandeira Americana, gritar bem alto, manter pose de viado, tratar mal todo mundo, etc; você estará se tornando um autêntico AXL ROSE, certo? Não. Você está se tornando um cover do AXL ROSE. Isso não é ser autêntico. Isso é ser outra pessoa. Uma pessoa bem idiota, diga-se de passagem (para por pimenta, ok?).

Ser autêntico é ser você, não imitar alguém ou seguir cegamente determinado estilo. O nome dessa outra coisa é moda e, segundo RENATO RUSSO, música é algo muito subjetivo, não pode ser moda.

O que quero dizer com isso? Por que o METALLICA é autêntico? Essa é fácil: "Eles fazem exatamente o que eles julgam ser bom para eles". Isso não é desrespeitar o fã; isso é seguir a linha de pensamento de toda banda de garagem: tocar o que eles gostam e, se você não gosta, ouça outra banda. Isso é o que James diz ao ser questionado sobre a mudança de direcionamento da banda nos últimos anos. Claro que, antes disso, LOU REED fala de como rótulos, restrições e nomes e sobrenomes, para estilos musicais, são medíocres e míopes, em comparação à Música em si. Não sei se, em razão de não ter legendas ou ter mais de uma hora, o vídeo foi ignorado, mas, está tudo lá; TUDO mesmo! Assista apenas a entrevista. Começa com 21 minutos de vídeo; dura 17.

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O entrevistador pergunta sobre a importância desse projeto, James responde que não houve "importância"; eles queriam fazer e fizeram. Complementa dizendo que LOU REED os convidou a gravar um álbum, e eles toparam; e ainda nos põe a pensar: com quem eles deveriam gravar? Com algum parceiro óbvio? Ou alguém de outro "Mundo", mas, que partilhasse das mesmas idéias musicais da banda? Essa é a idéia. Eles toparam um desafio, porque, para o Metallica, a mesmice é o problema. Isso não quer dizer que IRON MAIDEN é ruim, só significa que esse é o modo de pensar do METALLICA.

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LOU REED fala sobre as letras, diz que queria fugir da idéia padrão de estofre-refrão, estofre-refrão. Os versos não seguem ritmo, o tom, é qualquer um; logo, não há como esperar algo convencional, muito menos comparar com algo completamente diferente. Lars complementa a idéia dizendo que foi um trabalho mais físico do que cerebral, um desafio, um deixar-rolar, trabalhar o momento. Não sei se isso lembra algo, mas, para mim, isso lembra o que é o Rock’n Roll.

Lulu é um trabalho diferente, difícil de entender. Lembro-me quando conheci a obra de FRANK ZAPPA, dizer que não gostei seria errado, pois eu nem mesmo tinha entendido o que ele criou. Acho que é o caso de muitos: dizer que algo é ruim porque não gostou; ou pior, dizer que algo é ruim, mas não o entendeu.

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Respeito quem não gostou do álbum, respeito mesmo. Apenas não entendo como tanta gente critica a atitude da banda e se esquece de criticar a música. Claro, muita gente diz, "não gostei do álbum e é isso". Ótimo! Mas, a grande massa que discute o assunto, não discute "O" assunto.

Após LOU REED dar a bronca no entrevistador sobre os rótulos, a pergunta é refeita e James responde, com naturalidade: "Não... não é algo novo, somos NÓS. Estávamos sendo o METALLICA. E se você quer seguir o livre espírito do METALLICA, então, venha. Se você não concorda com isso, nós entendemos. Fique com o álbum que você mais gosta, eu acho... sei lá. (...) Nós não gostamos de ficar aprisionados."

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Em outras palavras, eu sou fã do METALLICA, não do "Master of Puppets", do "Kill’em All", ou outro álbum qualquer. Sou fã dos caras, do músico. E eu o sou, principalmente, porque eles são os caras mais autênticos da música. O METALLICA não é vendido, é autêntico e, por causa desse livre espírito do METALLICA, alguns álbuns são melhores do que os outros. Mas ainda é o METALLICA. O mesmo METALLICA que fazia o que desse na telha há 30 anos, continua fazendo isso agora. Eles não são covers deles mesmos; exemplo que temos de outras bandas que foram engolidas pelo rótulo, qualquer que seja ele.
Como disse no começo, esse é o real assunto: Lulu é um bom álbum? Bom, cada um tem sua opinião...

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Como não tenho Twitter ou Facebook, escrevi aqui... feel free to flame me, there won’t be replies!!!

Fausto Faria

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Sobre Fausto Faria

Metade Bogus, metade Homem e metade deus; Fausto nasceu em Outubro de 1985. Apresentado ao Queen pela sua mãe, tornou-se apaixonado pelo Rock logo cedo. Como "todo conhecimento é poder", não nega uma boa conversa ou um bom debate. Acredita que Darth Vader poderia vencer Chuck Norris e que o Metallica é, para a humanidade, o equivalente à TUDO.
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