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Metal Open Air: Aquiles Priester fala sobre o festival

Por Mateus Silva
Fonte: Site do Hangar
Postado em 27 de abril de 2012

Charley Gima, diretor e jornalista da MiG 18 conseguiu esta exclusiva com Aquiles Priester, baterista do Hangar, para falarmos sobre os fatídicos acontecimentos do MOA, Metal open Air, que teve seu cancelamento definitivo anunciado na tarde deste sábado, 21/04. Confira abaixo os principais trechos da entrevista:

1) Aquiles, os fãs do Hangar, do metal nacional e até do metal mundial ficaram pasmos com a desistência do Hangar no festival Metal Open Air, o que de fato ocorreu? O que os produtores do MOA alegaram pra banda?

A situação não é de agora. Quando você acerta um show ou qualquer tipo de evento, junto com o contrato você acorda vários detalhes de cachê, deslocamento, equipamento e logística. O contrato nunca chegou. A comunicação com os organizadores sempre foi difícil. A confirmação de hotel chegou somente dois dias antes do evento, quando já estávamos na estrada. Começamos a solicitar o que havíamos combinado e ficamos estacionados em Fortaleza esperando pela solução. Na manhã da quinta feira dia 19 eles entraram em contato e ofereceram apenas 35% e o restante no dia do festival. Como já era manhã do dia 19 e estamos de ônibus, não havia tempo para chegar a São Luis para o show, mas de qualquer maneira sem o combinado não aceitaríamos expor a banda a uma situação arriscada de viajar tantos kilometros e não saber como seríamos recebidos e se seríamos pagos. Por maior que seja o nosso amor ao metal, não podemos tocar de graça. Isso é nosso trabalho e ninguém trabalha de graça.

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Esse cancelamento acarreta uma série de problemas logísticos pra banda. Onde vocês estão hoje, o que estava planejado e o que farão para contornar o problema?

Nunca tocamos sem o nosso próprio backline. Fazemos questão de ir com nosso ônibus levando toda a estrutura da banda. Uma opção que é nossa, ao contrário das outras bandas que iriam de avião e tocariam com backline local. Seriam mais de 4.000 km de São Paulo até São Luis, mas não importa, todos sabem que trabalhamos assim. Na ida para São Luís marcamos alguns workshops nas cidades de Palmares, Recife e Caruaru em Pernambuco, Picos no Piauí e Fortaleza no Ceará. Para essa viagem para o M.O.A. recebemos um adiantamento de 25% do nosso cachê, que não cobriria nem metade da nossa viagem até lá. Os workshops foram um sucesso de público e podemos ver o quanto a banda cresceu no Nordeste e o quanto é importante fazer esse trabalho de divulgação em locais onde nunca uma banda de metal esteve, como em Picos e Palmares. A medida que os dias foram passando e não havia nenhum tipo de contato , fomos ficando preocupados e também mito atentos aos sinais que vinham do M.O.A. Se não fossem os outros eventos marcados, o prejuízo da banda seria muito grande. É são esses prejuízos que desistimulam as bandas e fazem as atividades serem encerradas.

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Quantas pessoas estão envolvidas na equipe do Hangar, sofrendo com estes problemas junto com você, e quanto de equipamento vocês carregam?

Viajamos com 11 pessoas, 5 da banda e uma equipe com motorista, uma pessoa que vende nosso merchandising, o engenheiro de som e 3 roadies. Levamos cerca de 6 toneladas de equipamento com o ônibus um total de cerca de cerca de 15 toneladas. Estamos todos aqui em Fortaleza, parados, pois com o cancelamento do M.O.A. temos um workshop somente dia 25 em Goiânia. Toda essa despesa será nossa. Serão tres dias parados mais a volta sem o complemento do nosso cachê. No entanto, em momento algum pensamos em cancelar a nossa apresentação em Goiânia, pois nosso fãs não têm nada a ver com (...) Negri Concerts e Lamparina Produções. Se cancelássemos, seríamos iguais a eles... O que temos de mais importante na história da banda é o nosso caráter. Não temos o rabo preso com nínguém e podemos sustentar a nossa opinião sem medo algum... Somos independentes!

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Como um renomado artista mundial, você procurou saber de outras bandas e artistas, tanto nacionais quanto estrangeiras, se estão passando pelos mesmos problemas?

Durante o mês de março eu estava em tour com o guitarrista Tony MacAlpine, porém sempre atento, sempre cobrando a organização do festival. Durante a semana falei com algumas pessoas e todas estavam com os mesmos problemas. Não compro a briga de ninguém de graça e tenho muito orgulho de termos sido a primeira banda a comunicar oficialmente que não participaríamos por falta de cumprimento de contrato. Depois da gente, todo mundo que estava na situação, resolveu abrir a boca e falar sobre essa vergonha nacional.

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Você considera o ocorrido um desrespeito maior com quem? As bandas nacionais, as bandas internacionais ou os fãs?

Você tem que realizar projetos quando está realmente preparado para aquilo. Nesse caso não havia espaço para erros. Existe uma grande chance de virarmos uma piada do metal mundial pela desorganização. Imagine o mundo todo falando sobre esse fiasco no mundo metal? Tenho muita pena das pessoas que realmente trabalham a sério com isso.

Vocês chegaram a cogitar o fato de tocar no festival mesmo sem as garantias contratuais como algumas bandas estavam fazendo?

Nunca. Sair da sua casa somente para ter o nome da sua banda em um cartaz de festival aqui no Brasil não seria apropriado para o Hangar. Nós somos o tipo de banda que tenta levar o metal a todos os lugares possíveis com a nossa própria estrutura. Fizemos um workshow na cidade de Palmares em Pernambuco na última sexta feira para duas mil pessoas. Se as outras bandas querem tomar uma passaghem só de ida para o festival e ficar pedindo a passagem de volta e o cache é problema deles. Você tem que valorizar o que voce faz. Não dá para dar de graça a única coisa que você faz para viver. Não podemos chegar num posto de abastecimento, dizer que amamos nossa arte e que tocamos de graça num festival em São Luís ao meio dia, e que agora precisamos que eles nos dêem combustível de graça, por que todo mundo ouve música no carro. O cara vai rir e vai dizer: cada um com os seus problemas...

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Você já tocou em grandes festivais na Europa e no Japão, esse fato mostra que o Brasil ainda está despreparado para eventos de grande porte para o Metal?

O Brasil já teve muitos festivais organizados e sérios. Não seria correto generalizar. No caso do M.O.A. parece que era uma coisa meio que anunciada. Já no início, se apropriaram de um nome que não era deles... Muita gente já estava esperando algumas confusões. Temos que torcer agora que os efeitos no mundo sejam pequenos... (...)

O que falta para atingirmos uma excelência em produção de festivais? Apoio governamental, patrocínio, divulgação em massa ou mais profissionalismo por parte dos envolvidos?

Organização, só isso. O público quer shows de metal. Só precisamos mudar a imagem do metal... Não precisamos mais do estereótipo que o cara curte metal adora estar bêbado e drogado e não pensa no seu futuro... Isso já era, é coisa do passado. Nunca quis essa imagem para minha carreira e muito menos para o Hangar. O Hangar é um case de sucesso... Nos mantemos em atividade o ano todo, cuidamos de tudo em torno da banda (merch, divulgação, prensagem de CDs, agendamento de shows e workshops, empresariamento, site, etc) e não dependemos de ninguém, a não ser dos nossos FÃS! Não aceitamos tocar de graça nem na Europa com passagens pagas. Já nos ofereceram para ser banda suporte de algumas turnês para tocar em troca de comida, transporte e venda de merch. Não vou viajar, ficar um mês fora de casa e voltar com as mãos vazias... Não dá mais para ser irracional. Precisamos arriscar até onde não arriscarmos a integridade da banda.

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Você ainda acredita que podemos um dia ter um grande festival de metal nos moldes do Wacken ou Sweden?

Com certeza. Tem gente séria e competente o suficiente para realizar eventos aqui no país.

Estes problemas com o MOA mancham a imagem do Brasil com as bandas gringas?

Vamos esperar mais um pouco, só está começando, mas com certeza se alguma coisa não estiver de acordo eles irão reclamar muito. Tudo pode prejudicar. O cara sempre vai pensar duas vezes antes de vir ao Brasil.

Para finalizar, deixe seu recado para os internautas e fãs do Hangar.

Nós estamos aqui para manter a nossa música em primeiro lugar e não vamos mudar nosso pensamento por causa de um acontecimento desses... Sempre remamos contra a maré e isso só nos mostra que estamos certos... Se estivéssemos lá nesse momento, estaríamos abandonados e sem saber para quem recorrer. O prazer do show já teria passado e estaríamos em sérios problemas... Obrigado pela compreensão e pela manifestação de todos VCS!

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Sobre Mateus Silva

Fã incondicional de Hangar e SOAD, Mateus desde que se entende por gente sempre ouviu Rock. Influenciado pelo seu irmão mais velho, guitarrista por hobby, começou ouvindo Joe Satriani. Ouve desde Nu Metal até Death Metal, e bandas como Pantera, Project46, Cavalera Conspiracy, Almah, Death, Big Four of Thrash, Dream Theater, The Beatles, Five Finger Death Punch, DevilDriver, Scars On Broadway fazem parte do seu player diário. Espera um dia tocar 10% do que Aquiles Priester toca, sua maior inspiração na bateria.
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