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Napalm Death: "Deus é uma grande mentira", diz Barney

Por César Enéas Guerreiro
Fonte: Wormwood Chronicles
Postado em 29 de agosto de 2008

O webzine Wormwood Chronicles entrevistou em agosto de 2008 o frontman do NAPALM DEATH, Mark "Barney" Greenway, e o principal assunto tratado foi a fé das pessoas nas religiões.

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Wormwood Chronicles: Fale-me sobre "Smear Campaign". Sei que a religião é parte importante do tema desse álbum.

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Barney: "Sim, em termos gerais, o álbum fala sobre adotar as idéias do ateísmo e reconhecer o fato de que a religião não serve pra nada em nossas vidas. Você pode ter fé... se as pessoas têm fé como algo pessoal, tudo bem, não tenho objeções quanto a isso, mas não concordo quando isso passa a controlar a vida das pessoas. O que quero dizer é que isso pode chegar a controlar coisas como moralidade, que é uma idéia falsa. Moralidade é algo que foi inventado por vários grupos religiosos e seitas na Idade Média. A moralidade pode controlar as pessoas porque as leva a acreditar que não podem se comportar de certas maneiras. Isso é um conceito totalmente falso porque assume que aquela pessoa sentada no pedestal tem um ponto de vista negativo sobre aquela outra pessoa que está fazendo algo que a ofende... então naturalmente a outra pessoa tem que estar errada. Bem, mas quando você pensa sobre isso percebe que é uma besteira, entende o que eu digo? Então a idéia é rejeitar essa coisa de moralidade também. Se você me comparar... que sou alguém totalmente contra a religião... com alguém que é religioso, você pode dizer que minha vida é diferente da dele porque ele adotou alguma fé? Não, não é. Na verdade, a minha vida é mais completa, porque eu posso fazer mais coisas e eu não me imponho restrições. Eu faço coisas que algumas pessoas de fé considerariam ‘tabu’ e não tenho nenhum tabu. Bem, é claro que não vou sair por aí esfaqueando pessoas, porque isso é algo que eu não faria nunca, entende... de um ponto de vista moral, para mim, é errado fazer isso. Então basicamente quisemos falar sobre esses assuntos e também levar a discussão para uma escala maior, desafiando as pessoas a deixar de lado a religião e entender que isso não importa. Por exemplo, veja os problemas no Oriente Médio. O que eu diria para aquelas pessoas já que, obviamente, não posso estar no meio delas é que parem essa briga estúpida motivada pela religião. Se Israel parar de anexar a Palestina, isso evitaria que grupos palestinos matassem israelenses e as pessoas poderiam viver lado a lado. Porra, é só tentar, entende o que quero dizer? (risos)".

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Wormwood Chronicles: Sabe, Barney... Isto é mais uma observação minha do que uma pergunta, mas eu notei que a religião também pode ser relacionada a outros assuntos que você já mencionou em suas letras ao longo dos anos, como guerras, ganância e corrupção. É realmente triste ver que todos esses problemas ainda aumentam diariamente.

Barney: "É claro que sim. Bem, há um problema aqui nos EUA com essas igrejas, congregações e coisas do tipo. Essas pessoas não pagam impostos e conseguem acumular grandes fortunas pessoais através das ações de suas igrejas. Estamos falando de outras pessoas que vão às suas congregações e que vivem praticamente na miséria, entende o que quero dizer? Elas não conseguem pagar planos de saúde, o que é outro problema, mas, apesar disso, temos esses pastores e religiosos do caralho que possuem imensas fortunas pessoais e que não contribuem para o bem estar das pessoas e do país. As organizações religiosas que possuem fontes de renda devem pagar impostos, isso é importante. (risos)".

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Wormwood Chronicles: Que tipo de atitude você adotou quando gravou o álbum? Toda essa negatividade que pode vir da religião aumentou a raiva em você?

Barney: "Bem, você está sempre... não quero usar um clichê, mas você sempre está com raiva de alguma coisa porque, obviamente, isso é o que motiva suas ações. A raiva é uma coisa, mas direcioná-la para algo que não é genérico... isso é difícil. Quando eu escrevo pro NAPALM, eu gosto de fazer observações, escrever títulos e letras que espero que não sejam genéricos. Por exemplo, ‘The Code Is Red...Long Live The Code’. Um título como esse seria usado alguma vez por alguma outra banda? Provavelmente não..."

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Wormwood Chronicles: MEGADETH! ...

Barney: "Isso mesmo! Bem, por exemplo, você pode colocar num álbum o titulo ‘World In Pain’. Isso é genérico? Isso é totalmente genérico! Então o que eu tento fazer é criar títulos de álbuns e músicas que não sejam genéricos e que sejam criativos, mas que ainda assim sejam fáceis para as pessoas entenderem. Isso porque é importante que as pessoas consigam interpretar as coisas que faço. Não estou dizendo que elas devem pensar da mesma maneira que eu, mas espero pelo menos dar a elas uma idéia para que possam tirar suas próprias conclusões, entende?"

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Wormwood Chronicles: Já falamos sobre todas essas coisas negativas causadas pela religião... vamos então olhar sob uma outra perspectiva. Você mencionou fé... Sei que as pessoas também usam a religião como forma de conseguir esperança e força. Minha pergunta é... Você acha que algo de bom pode vir da religião?

Barney: "Bem, como eu disse no início, não tenho objeções quanto à fé pessoal mas, o que eu diria a essas pessoas é o seguinte: Como seria a sua vida sem fé? Como seria se alguém como eu adotasse alguma fé agora e, subitamente, visse a luz? Isso é algo que eu não faria neste ponto porque conheço o suficiente sobre a ciência e sobre a ordem natural das coisas para saber que Deus é uma grande mentira. Por isso eu não adotarei fé alguma mas, supondo que eu fizesse isso... Alguém pode me dizer que minha vida será de alguma forma diferente do que é agora? Não pode, e ponto final. Tudo o que poderia ser é... Ok, pode ser que eu me sinta um pouco melhor, mas eu posso conseguir isso sem fé. O que quero dizer é o seguinte: Na verdade, as pessoas de fé, mesmo aquelas que têm apenas a sua fé pessoal... o que elas tentam fazer às vezes é sugerir que as pessoas sem fé são infelizes consigo mesmas. Quanta bobagem! Chega um período na sua vida no qual você começa a entender as coisas... e eu consegui, apesar de ter demorado um pouco. Acho que todo mundo chega nesse ponto depois que cresce e fica velho. Mas depois que você chega nesse período de entendimento e percebe que pode ser feliz... e quando eu digo isso, não quero dizer de uma maneira hedonista ou fazer isso à custa dos outros. O que quero é viver uma vida que me faça feliz, fazer coisas que me deixem feliz, e só... e ponto final. Quando você chega nesse ponto, você não precisa de fé... não precisa mesmo".

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Sobre César Enéas Guerreiro

Nascido em 1970, formado em Letras pela USP e tradutor. Começou a gostar de metal em 1983, quando o KISS veio pela primeira vez ao Brasil. Depois vieram Iron, Scorpions, Twisted Sister... Sua paixão é a música extrema, principalmente a do Slayer e do inesquecível Death. Se encheu de orgulho quando ouviu o filho cantarolar "Smoke on the water, fire in the sky...".
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