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Crushing Axes: "Os Bons Quebram A Cabeça"

Por Vitor Franceschini
Fonte: Blog Arte Metal
Postado em 26 de fevereiro de 2012

Talvez o que Alexandre Rodrigues faz com o Crushing Axes pareça egoísmo. Ele é o cara por traz da banda, ou seja, uma One-Man-Band. Mas seria egoísmo lançar trabalhos de qualidade e sempre disponibilizá-los para download? Investindo no Death Metal, mas sem se limitar, Alexandre une o bom gosto e seu dom de ser multi-instrumentista para fazer algo que acrescente no Metal. Sobre isso e muito mais, o Arte Metal conversou com o criador do Crushing Axes em uma das mais esclarecedoras entrevistas, confira nas linhas abaixo.

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Conte-nos um pouco sobre sua carreira como músico e como surgiu a ideia do Crushing Axes.

Alexandre Rodrigues: Primeiramente obrigado pela oportunidade e obrigado aos leitores. Depois de algumas dezenas de shows mal sucedidos, incluindo sair correndo com os instrumentos na mão debaixo de tiros e algumas experiências ruins em estúdios eu resolvi aprender um pouco mais sobre o processo de gravação. Passei então a gravar algumas músicas que na época iriam usar em outra banda chamada Lost Faith. Por fim a banda acabou antes que eu pudesse compor material suficiente, fiquei algum tempo tentando inserir as músicas em outras bandas, porém sem sucesso, depois de algum tempo resolvi que a melhor maneira, talvez a única maneira fosse gravar tudo como one-man-band.

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Como é sua forma de compor e quais as vantagens de trabalhar sozinho, além das diferenças em se trabalhar em uma banda com mais integrantes?

Alexandre: Esse na verdade é um ponto chave que eu gosto de variar sempre. Para o primeiro trabalho "BloodField In Hell" eu já tinha todas as ideias principais no violão, em "Viking Winter" eu desenvolvi algumas batidas e a partir delas fiz o restante das músicas. À partir de "Legends" passei a inserir elementos de orquestra nas composições, nesse álbum em questão eu fiz toda a composição em partitura com o auxílio do violão antes de compor a guitarra e bateria. "Member Of The Unholy Society" assim como "Black Book" foram álbuns bem espontâneos, as estruturas já estavam definidas antes mesmo de eu encostar na guitarra. Já no caso de "Ascension Of Ules" o processo foi praticamente o mesmo usado em "Legends", porém eu passei a compor a bateria e guitarra ao mesmo tempo que compus os elementos de orquestra.
Apesar do Crushing Axes ser uma one-man-band sempre levo em conta as críticas e as dicas. Diferente de alguns compositores eu acho as críticas muito importantes. Sem dúvida nenhuma as críticas me ajudaram muito, principalmente em melhorar a qualidade de gravação, porém uma das principais vantagens é que no final das contas a última palavra é sempre sua. É realmente difícil achar pessoas comprometidas, e quando você as acha muitas vezes suas agendas são tão apertadas que não há espaço sequer para respirar, então eu diria que ao topo de todas as vantagens está principalmente a praticidade.

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Acredito que "Black Book" seja seu trabalho mais direto, mas ao mesmo tempo o mais trabalhado. O que você pode falar sobre isso?

Alexandre: Sem sombra de dúvidas se eu tivesse que escolher uma palavra para definir o "Black Book" seria direto. Nesse álbum eu não usei elementos de orquestra e tive mais tempo para trabalhar em estruturas e riffs.

Apesar de ter o foco voltado para o Death Metal, o Crushing Axes não se limita e investe em outros estilos, além de experimentar. Conte-nos sobre estes aspectos que compõem a música do Crushing Axes.

Alexandre: A principal característica que me atraí em uma banda é a originalidade. Muitas vezes a banda não é extremamente técnica ou tem uma presença de palco excelente, porém faz algo original com consistência. Uma das minhas maiores decepções é ouvir bandas dos anos 80 tentando mudar de estilo. Muitas vezes o que temos são tentativas medíocres de ganhar um novo público, as bandas querem tentar algo diferente, e ao mesmo tempo tem medo de manchar o nome. Não gosto muito de usar frases prontas, mas duas das que eu conheço servem muito bem, "quando você se define você se limita" e "os medíocres apenas escorregam. Os bons quebram a cabeça".

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Ainda no aspecto das composições, mas agora especificamente de "Black Book". Last Man Standing e Nights Of Sorrow mostram o lado mais Doom Metal e melancólico, e são excelentes composições. Além do Death Metal, quais estilos o influencia?

Alexandre: Obrigado pelo elogio. Eu sempre achei que minhas influências estavam bem mascaradas dentro do Death, mas aparentemente eu subestimei os ouvintes e a imprensa, pois as pessoas tem acertado em cheio quais são as últimas bandas e estilos que eu tenho ouvido, talvez os estilos menos evidentes sejam o Black Metal e a música erudita.

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No novo trabalho as quatro primeiras faixas parecem interligadas e são as mais brutais do álbum. Explique-nos este fato.

Alexandre: A principio o álbum iria ser ainda mais direto, porém algumas composições mais lentas e cadenciadas surgiram e eu decidi não desperdiçá-las, elas são de certa forma irmãs, todas abordam o mesmo tema.

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Falando nisso, os trabalhos do Crushing Axes muitas vezes soam como se as composições tivessem ligações, mas não soam homogêneas. Os trabalhos são, de certa forma, conceituais?

Alexandre: Excelente observação. Muito embora os álbuns não sejam conceituais no sentido de contar uma única história, muitas vezes o álbum todo é dedicado a um determinado tema. Os dois primeiros álbuns são dedicados a músicas sobre batalhas, porém no primeiro álbum as músicas falam sobre um guerreiro que não está muito certo sobre os motivos e razões de ir à guerra, e no segundo a história é contada sob a ótica de um guerreiro mais motivado. O álbum "Legends" é inteiramente dedicado à mitologia, especialmente a mitologia nórdica, "Members Of The Unholy Society" começou como um álbum conceitual sobre os 7 pecados capitais, porém durante a composição resolvi mudar um pouco a rota. Os álbuns "Ascension Of Ules" e "Black Book" de fato são conceituais, porém do meu ponto de vista entender o "Ascension" sem ter em mãos o roteiro é uma tarefa complicada pois existe muita variação de instrumentos e ideias. "Black Book" é conceitual, porém a ideia é mais fácil de assimilar. O álbum conta a história de um guerreiro que teve sua vila atacada e tem família mortalmente ferida. Ele é obrigado a se aventurar e matar uma fera para fazer um ritual, foi dessa ideia que surgiu o nome do álbum "Black Book".

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É realmente difícil explicar essa sensação, porém sempre que leio um bom livro ou vejo um bom filme com inicio/meio/fim tenho a sensação de ter sido transportado para a história. Aprecio muito as bandas que tem essa capacidade de ir envolvendo o ouvinte de forma que ele tenha a sensação de ter vivido o que é contado no álbum.

Você lança estes trabalhos e disponibiliza para downloads. Como é a repercussão disso?

Alexandre: Do meu ponto de vista a indústria fonográfica cavou a própria cova e se enterrou tão fundo que hoje a próxima ideia é aquela de um milhão, pois ninguém vê solução para esse impasse. Eu sinto que existe uma lacuna, pois alguns fãs preferem ter o material físico, essa lacuna vai ter que ser preenchida mais cedo ou mais tarde, algumas gravadoras e distribuidoras já estão entendendo que a indústria mudou, porém outras só querem roubar o artista. É realmente difícil achar alguma maneira vantajosa para todas partes: artista/gravadora/fã.

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Como tem sido a crítica de "Black Book" até o momento?

Alexandre: Tem sido excelente. Pela primeira vez até o momento não tive nenhuma crítica negativa, os principais elogios por enquanto tem sido em relação à qualidade da gravação.

Você pretende recrutar músicos para se apresentar ao vivo?

Alexandre: De fato eu tenho planos de reunir os amigos da minha banda Legacy Of Death para gravar algumas músicas do Crushing Axes ao vivo, porém nada de apresentações em palco por hora, somente estúdio.

Como você definiria a sonoridade do Crushing Axes?

Alexandre: Tento sempre inovar sem reinventar a roda. Muitas músicas são praticamente instintivas, parece que elas já estão prontas e o meu único trabalho é passá-las a limpo e executá-las da forma rápida, suja e crua com a qual eu estou acostumado. Se eu tivesse que escolher algumas palavras eu diria que é principalmente experimental, sinistro e em algumas horas bem cru.

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Muito obrigado Alexandre. Este espaço é para você deixar uma mensagem aos fãs e leitores.

Alexandre: Mais uma vez obrigado Vitor pela oportunidade, sempre um prazer trabalhar com o Arte Metal, parabéns pelo seu trabalho que só engrandece a arte no geral. Obrigado também a todos que ouviram, mesmo os que não gostaram mas pelo menos se deram ao trabalho de ouvir o Crushing Axes. Pra quem gostou do som é só esperar que vem muito barulho por aí.

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Sobre Vitor Franceschini

Jornalista graduado tem como principal base escrever sobre Rock e Metal, sua grande paixão. Ex-editor do finado Goredeath Zine, atual comandante do blog Arte Metal, além de colaborador de diversos veículos do underground.
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