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Napalm Death: letras satânicas, longevidade e política

Por César Enéas Guerreiro
Fonte: Washington Post Express
Postado em 04 de junho de 2009

Christopher Porter, do Washington Post Express, entrevistou em junho de 2009 o vocalista Mark "Barney" Greenway, da banda pioneira do grindcore britânico NAPALM DEATH.

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Washington Post Express: Você gostaria que mais bandas de metal extremo cantassem sobre políticas do mundo real ao invés de, digamos, dragões ou Satã?

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Greenway: "Eu não quero aqui ficar discutindo o que outras bandas fazem porque isso é da conta delas. Há sempre o perigo dentro da música pesada em geral de pessoas às vezes desprezarem outras bandas porque elas fazem isso ou aquilo mas, francamente, não tenho nenhuma opinião sobre elas a esse respeito. Vamos deixá-las fazerem o que quiserem – e serem mais autônomas. No meu caso, eu tenho que fazer aquilo que eu preciso fazer. Acho que as letras são, de muitas formas, uma extensão minha. A única coisa que posso dizer é que, obviamente, quando alguém escreve sobre temas fantásticos – dragões e coisas desse tipo – isso não representa uma extensão da pessoa e sim um trabalho sobre temas que já se tornaram muitas vezes banais. Mais uma vez digo que a escolha é deles e não quero julgá-los. Mas eu apenas sinto a necessidade de fazer coisas de uma certa maneira e de estar bastante envolvido com o que faço. Não quero soar pretensioso, mas gosto de estar conectado com a minha arte".

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Washington Post Express: Você se surpreende com o fato do NAPALM ter durado tanto e permanecido tão influente e enusiasmado?

Greenway: "Acho que é importante dizer, de minha perspectiva, que eu não associo idade a coisas. Não gosto de discutir preconceitos, mas a discriminação etária é o grande problema que nem sempre é discutido. Nós sempre discutimos – o que é certo – sexismo, racismo e coisas desse tipo, mas a discriminação etária é algo que tende a ser varrido pra baixo do tapete. Acho que esse tipo de preconceito é injusto de muitas maneiras. Todos nós o cometemos; todos nós temos a tendência de pensar que, por sermos mais velhos, isso ou aquilo pode ser diferente. Sim, de certa forma, se você tem opiniões mais refinadas então você tem muito mais experiência, mas eu não acho que devemos necessariamente ligar a criatividade – ou a falta dela – à idade. Eu não acho que deva haver algum tipo de discriminação neste caso, realmente não. As pessoas podem discordar mas, para ser honesto, as coisas que estou fazendo agora com a banda, como tocar ao vivo, eu poderia facilmente ter feito quando eu tinha 21 anos de idade. A minha abordagem não é diferente; minhas influências não são nem um pouco diferentes de quando eu tinha 19 anos e entrei no NAPALM. Eu sempre tive dificuldade em entender por que as pessoas associam idade a criatividade ou realização pessoal no contexto de uma banda... Se os [críticos] vissem a banda antes de ouvi-la... e não soubessem muita coisa sobre a banda, acho que estariam mais inclinados a ter uma opinião negativa. Se eles vissem a banda, diriam ‘Caramba, eles têm uns 40 ou 50 anos, o que é que eles têm a oferecer?’"

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Washington Post Express: Mas você já consegue imaginar o NAPALM parando?

Greenway: "Eu não colocaria um prazo, em parte pelo que acabamos de discutir. Essa é uma questão que aparece com freqüência. As circunstâncias é que vão decidir. Todos na banda gostariam de pensar que, se pararmos, será porque decidimos fazer isso, que não há forças externas ou pessoas que nos forçaram a fazer isso. Ou que não há nenhuma pressão direta da indústria musical. Para mim, isso vai acontecer se minha criatividade acabar e se os shows passarem a ser uma tarefa entediante – apenas em termos de, bem, você não ficaria realmente entediado – é uma coisa natural, acontece. Quando chegar nesse ponto, eu simplesmente caio fora; eu não faço nada pela metade. Não seria algo agradável fazer as coisas por fazer, simplesmente. E, é claro, há as circunstâncias pessoais. A família do Mitch Harris [guitarrista] está crescendo; sua esposa acabou de ter mais um bebê. Cada pessoa cuida da própria vida mas, quando a família começa a aumentar assim, quem sabe por quanto tempo Mitch vai querer continuar? No meu caso, não tenho nenhuma circunstância que me impediria de continuar. A minha relação é de longa distância, o que pode ser bem difícil mas, até agora, é o que tem funcionado".

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Washington Post Express: Mas se o NAPALM realmente parar, existiria a possibilidade de você se candidatar a algum cargo público?

Greenway: "Não pensei sobre isso ainda... A política em geral fede cara, fede mesmo. As estruturas de poder me atormentam. Não quero me alongar muito nisso porque ficaríamos discutindo uma eternidade, mas acho que as estruturas de poder que existem no momento dão às pessoas no poder mais direitos do que você ou eu temos, e como é que isso pode estar certo? Os sistemas evoluem e mudam e talvez seja verdade o fato de que o sistema mundial realmente precisa mudar para que as pessoas na base da pirâmide agora passem a ter mais direitos, porque isso não está acontecendo, mas precisa acontecer no futuro se quisermos manter um mundo pacífico e tolerante. Então, nesse sentido, o NAPALM é — provavelmente vou criar polêmica agora — ou não é realmente uma banda política no final das contas? Eu não sei. Eu a vejo como uma extensão das coisas nas quais eu acredito e a banda defende o humanitarismo, a paz e a tolerância. Isso é política? Talvez seja, talvez não, eu não sei. Mas eu ainda estarei envolvido [em questões sociais] se a banda parar? Bem, sim, porque eu era assim antes de me juntar à banda. Eu não joguei uma moeda num certo dia e decidi que era assim que eu iria agir; para ser honesto, eu era assim desde os 6 ou 7 anos. Meu pai esteve envolvido com sindicatos e eu entendo o que acredito ser injustiça. Portanto, eu sempre estarei envolvido com algo, porque não consigo me ver trabalhando para alguém num terno, ganhando dinheiro pra eles e ficando de saco cheio [risos]".

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Leia a entrevista completa (em inglês) no site do Washington Post Express (link abaixo).

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Sobre César Enéas Guerreiro

Nascido em 1970, formado em Letras pela USP e tradutor. Começou a gostar de metal em 1983, quando o KISS veio pela primeira vez ao Brasil. Depois vieram Iron, Scorpions, Twisted Sister... Sua paixão é a música extrema, principalmente a do Slayer e do inesquecível Death. Se encheu de orgulho quando ouviu o filho cantarolar "Smoke on the water, fire in the sky...".
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