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Valhalla: completando vinte anos de Death Metal

Por Amarildo
Fonte: OsubversivO zine
Postado em 20 de fevereiro de 2009

A entrevista a seguir foi originalmente publicada no OsubversivO zine.

VALHALLA esse ano completa 20 anos de Death Metal, fato raro hoje em dia. A VALHALLA é uma das remanescentes de uma época que em Brasília e porque não dizer no Brasil, o metal era tratado quase como religião. Em duas décadas muita coisa mudou, a própria banda também sofreu com essas mudanças, principalmente na parte que mais afeta uma banda, que é a constante troca de integrantes. Isso atrapalhou muito no crescimento delas como banda, mas não afetou a identidade e dignidade e nem o estilo que elas, na figura de Adriana, única integrante desde o primeiro disco, defendem tão bem. Nesta entrevista Adriana relata todas essas mudanças ocorridas ao longo desses longos anos.

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Osubversivo: Saudações, sejam bem vindas as páginas do OsubversivO zine. Apesar do nome VALHALLA lembrar uma banda viking, esse não é o tema central da banda. Qual é a temática abordada por vocês e como é o processo de composição das músicas?

Adriana: Na época em que formamos a banda, o nome foi escolhido pela Andrea (1ª vocalista e fundadora da banda) que sempre gostou e leu muito sobre a mitologia nórdica, e isso se mostrou evidente nas letras até o lançamento do LP em 1994. Hoje não seguimos mais um tema específico e as letras falam um pouco do que acreditamos e sentimos como força, raça, persistência e racionalidade para atingirmos os objetivos, além de falar das angústias interiores. Já no que se refere ao processo de composição, as músicas sempre foram feitas primeiro nas guitarras por mim e Alessandra e depois passávamos para a bateria e o arranjo de um modo geral.

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Osubversivo: A banda foi formada por três irmãs, por você Adriana e Alessandra nas guitarras e Andréa no vocal. Com essa formação gravaram 2 demos e o primeiro disco "In the Darkness of Limb" (1994). Depois deste disco Andrea sai, e agora recentemente Alessandra também resolveu seguir outro caminho. Coube a você dar seguimento à saga. Em algum momento foi pensado encerrar as atividades da VALHALLA?

Adriana: Apesar dos últimos acontecimentos na banda como as mudanças na formação, em nenhum momento eu pensei no fim da VALHALLA. Lógico que essas últimas mudanças foram muito sentidas por mim, mas somos livres e é natural que as pessoas optem por trilhar outros caminhos no decorrer do percurso, e é preciso que isso seja aceito, pois o que importa em primeiro lugar é você estar satisfeito com aquilo que está sendo feito, mesmo que seja outra coisa senão a banda. Se você acredita naquilo que faz, conseqüentemente se dedica, agarra e defende com unhas e dentes suas idéias e objetivos.

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Osubversivo: 2008 termina com injeção de sangue novo na banda. A atual formação tem um fato que chama atenção. VALHALLA volta a ter apenas mulheres em sua formação. Qual é o ponto forte desta nova formação em relação às anteriores? E como foi a escolha das novas integrantes. E os antigos membros da banda, vocês ainda tem contatos com elas?

Adriana: Nossa intenção nunca foi ter uma banda formada exclusivamente por mulheres, isso foi mais conseqüência do que propriamente escolha. Eu não faria comparações entre as pessoas que passaram pela banda até agora. Todas as formações pela qual a banda passou foram válidas, em todos os momentos acreditávamos nelas. A nossa busca sempre foi por pessoas que se "encaixassem" na VALHALLA e isso nem sempre foi fácil, principalmente em relação a encontrar um baterista. Muitas vezes quando achávamos que tínhamos acertado, de repente o castelo desmoronava e tínhamos que reconstruir tudo de novo, mas nunca ficamos no desespero procurando alguém, as coisas foram acontecendo. Tanto a Ariadne, como a Monica e Amanda, foram quem vieram nos procurar interessadas em ocupar os respectivos postos. Acho que no momento estamos todas focadas em um mesmo objetivo em relação à VALHALLA e isso é muito importante para que as coisas possam acontecer naturalmente. Eu espero que a banda torne-se coesa com esta formação, mas acho que só o tempo é quem vai dizer. Quanto aos antigos integrantes, tenho contatos esporádicos com quase todos.

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Osubversivo: Ao contrário dos registros anteriores, "Petrean Self" foi lançado por uma gravadora de maior porte, tendo distribuição inclusive no exterior. Quais foram os saldos deste álbum até agora? Houve algum interesse de selos gringos pela banda? A parceria com a Hellion Records está mantida? Quando a banda pretende soltar algum registro novo? Já estão ensaiando musicas novas?

Adriana: Quando gravamos "For the might of chaos, for the force inside" em 2001, a finalidade era conseguirmos lançar um CD, e o que fizemos foi enviar este CD Demo para algumas gravadoras. Recebemos algumas propostas e a melhor foi a da Hellion Records que acreditou no nosso potencial e então assinamos um contrato com eles e lançamos o "Petrean Self" (2001). Através da gravadora tivemos uma boa divulgação do CD em revistas e zines especializados mesmo antes do lançamento. Após, a receptividade do CD foi muito boa e isso nos ajudou muito a fazer shows e divulgar o CD que realmente era a nossa cara. As músicas com mais velocidade e precisão representavam toda a nossa força e raça para continuar fazendo o que realmente estávamos dispostas a fazer, tocar Death metal. Acabamos de gravar agora em janeiro/2009 um CD demo com 3 sons. Estamos ensaiando direto e com repertório praticamente pronto para um futuro lançamento, mas ainda não temos uma gravadora certa para isso.

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Osubversivo: A cena de Brasília teve uma época que deixou saudades: ABOMINATION, PUS, RESTLESS, CREMATÓRIO, FLAMMEA, VOLKANA, TORINO, FALLEN ANGEL etc. Varias bandas nacionais e internacionais, SEPULTURA, MUTILATOR, MX, SARCOFÁGO, VULCANO, KORZUS, CHAKAL, KREATOR, SODOM, etc já pisaram em palcos Brasilienses. Hoje a cena metal de Bsb, ao meu ver está mais fraca, mais fragmentada, poucos shows, infestada de bandas cover. Mesmo assim ainda mantêm uma cena rica e diversificada em termos de estilos como VULTOS VOCIFEROS, MIASTHENIA, VOGAN, VIOLATOR, HARLLEQUIM, VALHALLA, mas cada uma no seu canto como água e óleo. Você que está na cena de Bsb há tempos, como avalia a atual cena em relação à antiga?

Adriana: Com certeza foi uma época muito boa e aconteceram muitas mudanças ao longo desses anos. No início tudo era mais difícil, a estrutura que se tinha para ensaios, gravação e até shows, eram muito inferiores das que temos agora, mas era muito mais divertido, pois diante de todas essas dificuldades, fazíamos de tudo para estar tocando e o público era fiel e fazia questão de comparecer em todos esses eventos. Contudo, sempre houve e sempre haverá um pouco desta dita "separação" na cena, seja ela por divergências de pensamentos, atitudes e mesmo, estilo de som. Eu particularmente estou fazendo exatamente aquilo que eu gosto e acredito, e não me preocupo com picuinhas, fofocas e críticas não construtivas. A banda amadureceu naturalmente e nos tornamos mais seguras e convíctas dos nossos objetivos, com isso mantemos fiéis um grande número de pessoas que nos apóiam desde o início, assim como os mais novos que respeitam o trabalho da VALHALLA, e isso é muito gratificante.

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Osubversivo: A VALHALLA é a única banda feminina de metal extremo que tem projeção nacional. Você acha que essa visibilidade possa a vir a encorajar outras garotas a montarem uma banda? Você poderia nos dizer como surgiu a idéia de se montar uma banda feminina de Death Metal há 20 anos atrás.

Adriana: Acho que todos esses anos de banda tiveram sua devida importância. Foram anos de dedicação, aprendizado, garra, decepções, diversão e muita, muita persistência. A vontade sempre foi de ter uma banda com um som brutal. Era até engraçado, pois eu mesma estava começando a aprender a tocar guitarra sozinha, isso foi em 1988. Então os ensaios eram uma bagunça, mas começamos alí, toda uma trajetória. A VALHALLA mesmo começou a ser montada em 1989.Na verdade, tudo o que de alguma forma conquistamos até hoje, foi batalhando da mesma maneira que tantas outras bandas fizeram e fazem, independente de ser formada por mulheres ou não, pra gente nunca houve essa diferença.Hoje existem muitas garotas já inseridas no metal de um modo geral no Brasil, e se a VALHALLA de alguma forma serviu ou serve de exemplo, fico bastante satisfeita com isso.

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Osubversivo: Das 10 músicas do ultimo CD "Petrean Self" apenas 4 são novas, as outras 6 são regravações de registros anteriores, 2 do primeiro LP "In The Darkness Of Limb" (1994), "The Last Of Beings" e "In The Darkness Of Limb" e 4 da demo "For the might of chaos, for the force inside" (2001), "Celebration Of Circle", "Inside", "Labyrinth Of Memories" e "Raven" Porque optaram por regravar musicas antigas em vez de um CD com inéditas?

Adriana: Como foi dito antes, a finalidade ao gravamos as 4 músicas da demo "For the might of chaos, for the force inside" (2001) era enviar para algumas gravadoras mostrando os sons novos e com isso tentarmos um contrato para um CD, então essas músicas já eram da fase atual da época e entrariam no CD com certeza, como aconteceu. Já as duas do 1º LP "In The Darkness Of Limb" (1994), resolvermos gravar para relembrar realmente uma época marcante pra gente e chamar a atenção para este 1º trabalho da banda, que muita gente nem conhecia.

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Osubversivo: Acho que a ultima vez que vi a banda ao vivo foi no show do Porão do Rock, Porque a VALHALLA toca tão pouco? Principalmente em Brasília, acredito que não seja por falta de convites. Os fãs da banda estão sedentos em vê las em ação novamente. 2009 pode se esperar muitos shows?

Adriana: No ano passado (2008) realmente não tocamos aqui em Brasília, mas fizemos shows em Manaus e Belém. A última vez que tocamos aqui foi em dezembro/07. Realmente não é por falta de convites. Mas não acho que seja interessante pra banda estar tocando direto no mesmo lugar, nosso objetivo não é "aparecer". É legal criar uma certa expectativa, chegar e mostrar um bom show. Aí sim, as pessoas comparecem realmente para ver a banda tocar e não apenas para poder ter um lugar para sair no final de semana, por pura falta de opção. Com certeza estamos ansiosas em tocar na nossa cidade, e mostrar o trabalho atual da banda para o nosso público.

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Osubversivo: Vocês já cogitaram a possibilidade de lançar uma versão em CD do "In The Darkness Of Limb" que foi lançado apenas em vinil? Ou aproveitar o material das demos antigas?

Adriana: Com certeza já pensamos nisso sim. Muitas pessoas nos procuram atrás destes materiais, tanto aqueles que nunca tiveram acesso a estas gravações, como antigos admiradores do trabalho da VALHALLA, já que não há mais cópias disponíveis no mercado. Quem sabe futuramente a gente consiga concretizar essa idéia, lançando um CD com DVD Bônus.

Osubversivo: Em 18 anos de banda muita coisa mudou. Nos dias atuais temos a internet que torna uma banda acessível num simples clicar no mouse. Mp3, YouTube, Orkut, MySpace, e-mail são ferramentas indispensáveis pra qualquer banda se tornar conhecida. A maioria dos zines de hoje também são virtuais. Um CD lançado hoje, amanhã todo mundo poderá baixá-lo de graça, seu show pode ser gravado até por um celular e ficar disponível no YouTube com permissão ou não da banda. Como vocês usam todos esses canais de comunicação em beneficio próprio?

Adriana: Realmente, mudou muito! Não há como negar. Hoje você tem meios muito mais rápidos e eficientes para mostrar sua cara ao mundo. Como o acesso à internet está muito mais acessível para quase todos, é muito importante para qualquer banda estar inserida neste meio. Basicamente nós usamos o myspace e o Orkut para divulgação da banda e lá as pessoas conseguem ter acesso a informações diversas. Inclusive, quero aproveitar o espaço para dizer que agora no início de fevereiro/09 estaremos disponibilizando no MySpace músicas novas do CD demo que acabamos de gravar agora em janeiro/09.

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Osubversivo: Gostaria de agradecer a sua atenção Adriana e desejar que a VALHALLA volte com tudo em 2009. Caso tenha algo a acrescentar que não tenha sido perguntado aqui fiquem a vontade.

Adriana: Bem, primeiramente gostaria de agradecer a você Amarildo pela oportunidade nos dada para expor certas informações que muitas vezes são difíceis de serem passadas. A existência de fanzines como OsubversivO zine continua sendo um forte e oportuno meio de divulgação para as bandas. Queria agradecer também, a todos que de uma maneira ou de outra apóiam a VALHALLA. A proposta original da banda se mantêm, fazer Death metal. Valeu!!

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