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Desolate Ways: evolução dentro do Doom e Stoner Metal

Por Rafael Carnovale
Fonte: Mundo Rock
Postado em 19 de agosto de 2008

O portal Mundo Rock conversou com o vocalista/guitarrista Max Lima, da banda gaúcha Desolate Ways. Em pauta, detalhes sobre o mais recente trabalho, o bom "Tearful", a evolução da banda dentro do doom/stoner metal, e até mesmo as comparações com Metallica e Paradise Lost.

Mundo Rock - Um fato que chama a atenção ao pegarmos o CD "Tearful" em mãos é a arte da capa, similar a de "Draconian Times", do Paradise Lost, no que tange ao uso das cores. Houve alguma inspiração direta neste caso?

Max Lima - Que eu saiba não. Acho que a única coisa em que nós não nos metemos, são nas artes criadas pelo Anderson. Seguimos o mesmo esquema desde o início da banda. Enviamos o título do álbum e as letras para o Anderson, e alguns dias depois ele nos envia a arte. Lembro que quando lançamos o "Eternal Dreams", também houveram críticas, acusando a capa de ser parecida com a do "Draconian Times" do Paradise Lost. Com certeza a nossa próxima capa, vai ser "parecida" também com a do "Draconian Times" do Paradise Lost...(Risos).

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Mundo Rock - A banda sempre se caracterizou por um som calcado no doom/stoner, e mantém-se fiel a sua proposta neste segundo trabalho. Como vocês analisam a evolução do Desolate Ways desde "Eternal Dreams"?

Max Lima - Acho que nossa música hoje está melhor estruturada. Estamos mais diretos nos aspectos de melodias e atmosferas. Gosto muito do Eternal Dreams, mas confesso que pelo menos pra mim, é um álbum um pouco difícil de se entender em apenas uma audição. Já o "Tearful", possui músicas que bastam uma única audição para você já sair cantarolando os refrãos. Acredito que estejamos seguindo o caminho natural das coisas, e evoluindo a cada novo álbum. Logicamente, acho que estamos mais pesados também. A produção também foi um fator importante no que se refere a destacar o peso das músicas. Enfim, essa é uma tendência que estamos inconscientemente seguindo, estamos cada vez mais pesados.

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Mundo Rock - Por sinal como foram os shows para divulgação deste primeiro trabalho? Algum que vocês queiram citar em particular?

Max Lima - Tivemos excelentes shows de divulgação para o Eternal Dreams. Mas nos limitamos apenas a região sul, com exceção da Thorns Gothic Rave em São Paulo. Ainda não éramos tão conhecidos, e causávamos certo espanto no público que ainda não nos conhecia. Mas era um espanto positivo (risos). As pessoas ficavam prestando atenção e nos analisando. E ao final de cada música nos aplaudiam respeitosamente. Lembro que nos últimos shows daquela época, as pessoas já pulavam e gritavam durante as músicas. Algumas cantavam junto e outras batiam palmas. Dava pra perceber que algo de bom estava acontecendo com nosso trabalho.

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Mundo Rock - "Sacred Mortals" é bem chegada ao Stoner, mas logo depois somos brindados com um som que remete ao gótico como "Cry No More". Seria errado dizer que vocês têm alguma inspiração em bandas góticas?

Max Lima - Seria corretíssimo afirmar que temos inspiração de bandas góticas. E acho que está aí a nossa diferença. Toda aquela safra dos anos oitenta como Sisters Of Mercy, The Cult, The Cure, The Mission e Dead Can Dance fazem parte de nossas influências. Esse mundo nos foi apresentado pelo Elizeu, que sempre foi muito fã de música gótica. E eu mesmo sou vidrado em The Cult. Adoro o lado gótico que eles possuem nos primeiros trabalhos, aliado aquela veia mais rock n' roll. E temos o nosso lado arrastado também, que é influência direta do Black Sabbath. Acredito que esse mix de influências, resulte no som que fazemos.

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Mundo Rock - Por sinal Max, seus vocais nesta faixa se assemelham muito aos de James Hetfield, só que bem mais crus e menos limpos. Noto também algumas pitadas do doom de Messiah Marcolin (ex-Candlemass). Quais seriam suas inspirações como cantor?

Max Lima - Obrigado pelo elogio. E ainda bem que meu vocal é mais cru e mais sujo que o do Hetfield, senão eu seria acusado de plágio. (risos) Realmente, temos a voz bem parecida, mas é muito fácil distinguir quem é quem. Basta escutar o som e conferir a conta bancária (risos). Hoje tenho esta comparação como elogio, mas confesso que no início me sentia bem incomodado. Talvez por ainda estarmos em busca de uma identidade própria. Hoje, como já a encontramos, levo esta comparação como um elogio, pois sou muito fã de Metallica. Aliás, todos na banda são. Tenho como infuências o próprio James Hetfield, gosto muito do vocal do Sentenced, Nick Holmes do Paradise Lost, e saindo um pouco do metal, curto pra caramba também a voz do cara do Nickelback. Gosto também de estilos mais agressivos como Max Cavalera e Mille Petrozza do Kreator.

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Mundo Rock - Voltando a "Cry No More", vocês concordam que esta poderia ser a "The Unforgiven" do Desolate Ways?

Max Lima - Esse sim é um baita elogio "tchê!!!" (risos). Nós não a temos como uma "balada", e sim como uma faixa arrastada. Mas acho que dentro do estilo de cada banda, ela poderia sim estar neste mesmo patamar.

Mundo Rock - "Drowned In Tears" traz influências do stoner metal de bandas como Paradise Lost e Cathedral, que ao mesmo tempo são fortemente influenciadas pelo Black Sabbath. Qual o papel da banda de Tony Iommi na vida dos integrantes do Desolate Ways?

Max Lima - Essa música é do Elizeu. Ele é o cara na hora de falarmos em Black Sabbath. Todos nós curtimos a banda. Mas ele a leva para um outro nível de adoração. É quase um culto pra ele. (risos) Acho que para o nosso trabalho, o Black Sabbath representa muito. Toda a aura sombria que possuímos, nossos riffs, nossos andamentos em algumas faixas, são influências diretas do velho Sabbath. Talvez se eles não existissem, nós seríamos uma banda "alegre" (risos).

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Mundo Rock - Uma de minhas favoritas é "Falling Down", uma faixa pesada e ao mesmo tempo acessível. A banda de fato aposta em vários direcionamentos, mantendo sua personalidade nos vocais de Max e nas guitarras. Como vocês se definiriam musicalmente?

Max Lima - Esta é uma questão complicada. Particularmente não gosto de rótulos. Mas poderia nos definir como Gothic Metal. Afinal somos uma banda de heavy metal com influências de música gótica, portanto não vejo outro termo que nos classifique de melhor forma. Nos EUA, já nos apelidaram de o "Metallica Gótico".

Mundo Rock - Outra boa faixa é "My Pain", que mostra que a banda se dá bem com sonoridades que tendam mais para o heavy metal. É algo a ser explorado no futuro?

Max Lima - Como disse anteriormente, estamos mais pesados. E isso está acontecendo aos poucos. Talvez estejamos deixando nosso lado metal mais em evidência do que o lado gótico. Acredito sim, que isso é algo que já estamos explorando. O que eu acho o mais legal de tudo, é gravarmos álbuns que se diferenciem entre si. Acredito que dá pra se compor álbuns diferentes sem se mudar o estilo. E essa é a idéia que temos desde o início da banda.

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Mundo Rock - Vocês fizeram um vídeo para "Drowned In Tears", que chegou a ser exibido na Europa. Já há alguma resposta positiva do continente para shows ou lançamento do CD por lá?

Max Lima - Existem diversos contatos sendo feitos a algum tempo. Nossos álbuns estão sendo negociados por lá. Já recebemos inclusive convites para shows. Mas as condições não eram as melhores. Mas como gostamos de ter segurança em tudo o que fazemos, vamos esperar nossos álbuns serem lançados lá, para depois sim, pensarmos em fazer uma tour.

Mundo Rock - Uma curiosidade: vocês encerram o CD com a belíssima "Tearful", acústica e doce. Porque essa escolha?

Max Lima - Eu tinha essa faixa composta há muito tempo. Quando começamos a trabalhar nas músicas do Tearful, a mãe do Elizeu faleceu. E ele começou a escrever as letras sobre isso. Um dia mostrei a "Tearful" pra ele, e ele disse que ela combinava perfeitamente com as letras que ele estava compondo. Foi uma espécie de "Requiem" ao final do álbum.

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Mundo Rock - Ao mesmo tempo vocês já começaram os primeiros trabalhos para o próximo CD. O que podemos esperar deste trabalho? Há alguma coisa não aproveitada nas sessões de "Tearful"?

Max Lima - Esse novo álbum será bem mais pesado que os anteriores. Como disse, nosso lado metal está mais em evidência. Logicamente, não deixaremos nossas influências góticas de lado. Mas tudo estará mais pesado. Todas as músicas são novas. Não costumamos deixar sobras de um álbum.

Mundo Rock - E como está a agenda de shows para o Desolate Ways em 2008?

Max Lima - Temos muita coisa já em negociação. Estamos com a previsão de lançamento do novo álbum para agosto deste ano. Depois que o álbum sair, ficaremos mais tempo em divulgação. Pois nossa intenção é esticar um pouco mais a divulgação entre um álbum e outro. Só estamos lançado um novo álbum agora, para tirar o atraso entre o Eternal Dreams e o Tearful. Quatro anos de intervalo entre um trabalho e outro, é muito tempo perdido para uma banda do nosso porte.

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Mundo Rock - Com o advento do Myspace e da internet, ficou bem mais fácil divulgar sua banda e CD, já que isso envolve uma grande quantidade de pessoas que acessam a grande rede. Porém com isso surge a questão dos dowloads, que cada vez mais lesam o artista na sua arte, que é a música. Como vocês analisam o caso e como lidam com isso?

Max Lima - É uma situação delicada, porque você só pode analisar, não tem como lidar. As pessoas estão baixando, e era isso. Acredito que os mais lesados serão essas mesmas pessoas. Pois no futuro talvez, a música se torne algo obsoleto. Para uma grande banda, acho que não faz tanta diferença assim. Até porque quem ganhava grana até então eram as gravadoras. Mas para bandas com o tamanho da Desolate Ways, o download ferra, e ferra muito. Acho legal o Myspace, onde você conhece bandas novas, se gosta do som vai lá e compra o cd. Mas as pessoas gostam e não compram. Existem dois sites russos, que estão vendendo nossas músicas na rede. Estamos acionando o lado legal da coisa para tomarmos alguma providência, pois não existe outra palavra para isso que não seja roubo.

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Mundo Rock - Obrigado pela entrevista, o espaço final é seu!

Max Lima - Agradeço aqui em nome da banda o espaço cedido por vocês. Um abraço a todos

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Sobre Rafael Carnovale

Nascido em 1974, atualmente funcionário público do estado do Rio de Janeiro, fã de punk rock, heavy metal, hard-core e da boa música. Curte tantas bandas e estilos que ainda não consegue fazer um TOP10 que dure mais de 10 minutos. Na Whiplash desde 2001, segue escrevendo alguns desatinos que alguns lêem, outros não... mas fazer o que?
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