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Gamma Ray: A criatura se sobrepõe ao seu criador algumas vezes

Por Rafael Carnovale
Postado em 12 de outubro de 2005

É incrível como a criatura se sobrepõe ao seu criador algumas vezes. O Gamma Ray iniciou suas atividades como a banda de Kai Hansen (ex-Helloween), porém ao longo dos tempos Kai deixou de ser uma das figuras principais, embora ainda seja o elemento principal da banda. Mas todos os membros do atual "line-up" da banda (o baixista Dirk Schlachter, o guitarrista Henjo Richter e o baterista Dan Zimmerman) se tornaram peças essenciais para o sucesso deste quarteto. Após um hiato de 4 anos sem CDs de estúdio, a banda retorna com tudo em "Majestic", aonde explora novos horizontes sem perder sua identidade musical. Para falar sobre o novo CD e a turnê brasileira que ocorrerá no mês de novembro conversamos via telefone com o simpático Dirk, que falou bastante, e mostrou ser o braço direito de Kai na administração da banda.

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Whiplash! - Primeiramente vamos falar sobre "No World Order", lançado em 2001. Este CD trouxe um Gamma Ray mais cru, voltado para o metal tradicional. Este fato teve alguma influência quando vocês começaram a trabalhar em "Majestic"?

Dirk Schlachter – Não diria influência porque houve um bom intervalo entre os dois álbuns. Nossas influências vêm de diversos grupos e lugares, e isso pode mudar de uma hora para outra. "Majestic" é o resultado do que desejávamos gravar, o que sentíamos que era o certo, respeitando nossos gostos, e satisfazendo nossas expectativas, tanto na qualidade das músicas como na produção.

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Whiplash! - Houve um grande intervalo entre os dois álbuns. É óbvio que a "Skeletons In The Closet Tour" tomou bastante tempo para ser executada, além da gravação do CD homônimo ao vivo, mas porque a banda não tentou lançar algo paralelamente, já que o Gamma Ray mantinha um intervalo de no máximo dois anos entre seus álbuns?

Dirk Schlachter - Bom... o Metallica fez isso e ninguém disse nada (risos). Concordo com você que demorou muito, mas houve uma série de fatores que se somados justificam esse intervalo. Primeiramente fizemos uma grande turnê para promover "No World Order", uma das maiores de nossa história. Depois vi que os fãs pediam intensamente que tocássemos algumas músicas que ficaram de fora de nosso "set" por anos. Aí começamos a trabalhar no que seria "Skeletons In the Closet", e devo confessar que o trabalho foi intenso e cansativo, embora o resultado tenha ficado maravilhoso. Durante a gravação do show de Barcelona (que deveria ser a base do CD), tivemos problemas em algumas canções. Para não executarmos "overdubs", optamos por colocar músicas de outro concerto, o que aumentou ainda mais nosso trabalho e o tempo gasto. Além disso, Kai e eu começamos a ajudar a banda StormWarrior, dando apoio na produção, o que nos deixou ocupados mais tempo ainda. Finalmente tivemos problemas pessoais, eu particularmente terminei um casamento e precisei de um tempo para assimilar tudo o que havia acontecido em minha vida pessoal. Sem contar que Dan ficou ocupado com o Freedom Call... só aí tivemos alguns anos perdidos (risos).

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Dirk Schlachter - Todos esses problemas, somados a dificuldades que tivemos durante a gravação de "Majestic" influenciaram nesse intervalo. Eu mesmo me tornei pai durante as gravações, e quis dar um tempo para ficar com minha família, gravando durante duas semanas e ficando uma semana em casa. Kai também teve problemas pessoais, e isso nos fez ficar gravando sempre das nove da noite as cinco da manhã. Ironicamente nesse meio tempo o Stormwarrior lançou outro CD, enquanto nós ainda terminávamos o "Majestic". Foi um período bem turbulento, e estou feliz que o CD finalmente tenha ficado pronto.

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Whiplash! - Falando sobre "Majestic", a faixa de abertura ("My Temple") mistura a velocidade do metal alemão com toques de Black Sabbath. Algumas partes me lembraram "Sabbath Bloody Sabbath" e alguns trechos finais da música remetem a "Land Of The Free". O que você pode falar sobre isso?

Dirk Schlachter - Sobre o Sabbath você está corretíssimo. As linhas vocais de Kai são as mesmas de Ozzy. Ele escreveu a música. Quando trouxe a demo e tocou para nós no estúdio a primeira reação foi de espanto. "Kai, o que você fez? Isso é Sabbath Bloody Sabbath!". Kai reagiu furioso: "Merda! Sabia que lembrava alguma coisa, mas não consegui lembrar do que!" (risos). Fizemos outros vocais em algumas partes, mas mantivemos a parte original.

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Whiplash! - Como se fosse um tributo ao Black Sabbath?

Dirk Schlachter - Exatamente. Embora não fosse nossa intenção copiar o Sabbath, porque eles não podem ser copiados. Mas gostamos dos vocais, e a música nos passava um grande "feeling". Então mandamos um "FUCK YOU" no estúdio e deixamos como você ouve no CD. (gargalhadas)

Whiplash! - "Fight" já apresenta o estilão tradicional do Gamma Ray, com grandes duetos de guitarra. Como Henjo e Kai trabalharam nos solos?

Dirk Schlachter - Nesta música não houve duetos. Henjo gravou todos os solos. Kai gravou alguns solos e eu mesmo gravei alguma coisa, se você for capaz de adivinhar (risos), porque não contarei a ninguém, nem sob tortura. (gargalhadas)

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Whiplash! - Outra música que me chamou a atenção foi "Strange World", que flerta com o hard rock e possui um vocal bem trabalhado. Vocês assimilaram alguma influência hard?

Dirk Schlachter - Sim... Kai escreveu esta... inicialmente o plano era fazer um instrumental baseado no trabalho que Michael Schenker faz em seus CDs solo, com algumas pitadas de Jeff Waters (Annihilator). Mas gostamos muito do resultado, e fizemos as letras e linhas vocais. É uma grande música.

Whiplash! - E "Blood Religion"? Você concorda que ela possui uma forte influência de Queen, principalmente de "Tie Your Mother Down"?

Dirk Schlachter - Hummmm... não sei ao certo. A música tem um conteúdo vampírico, como se fosse feita para um filme. Há algumas conexões com críticas a religiões... este é um CD bem variado, e esta música tem um refrão que gruda em sua cabeça.

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Whiplash! - Falamos de algumas músicas, mas uma merece um comentário especial: "Condemed To Hell" poderia facilmente estar em um CD do Pantera. Foi algum tipo de tributo ao saudoso Dimebag Darrell?

Dirk Schlachter - Dan escreveu esta música praticamente sozinho. Eu e ele somos grandes fãs da banda, principalmente dos discos mais antigos (nota: considerando que o primeiro CD do Pantera fase "thrash" é "Cowboys From Hell"). Não queríamos copiar o Pantera, nem acho que copiamos. Músicas com este "groove" não são muito características da banda, mas eventualmente fazemos algumas músicas neste estilo. Garanto-lhe que não planejamos nos tornar o novo Pantera. (Risos)

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Whiplash! - E o que você pode falar sobre a trágica morte de Dimebag?

Dirk Schlachter - Absurdo... só isso.

Whiplash! - Vocês tocaram com o Iron Maiden durante a turnê do CD "Dance Of Death", como banda convidada. Como foi a resposta do público e o relacionamento com a banda?

Dirk Schlachter - Fantástico. Foi uma turnê excepcional, e acho que agregamos mais fãs para nosso fã clube. Os caras do Maiden foram geniais conosco. Só tenho boas lembranças desta turnê.

Whiplash! - Se eu tivesse que escolher uma faixa para resumir o estilo apresentado em "Majestic" eu escolheria "How Long": pelo trabalho de guitarras e os vocais. O que você poderia dizer sobre isso, e quais das novas músicas vocês pretendem tocar ao vivo?

Dirk Schlachter - Devo dizer que discordo de sua escolha. "How Long" para mim é bem diferente do que costumamos fazer. Na verdade não escolheria uma música para usar como exemplo, porque todas se complementam, tanto musicalmente como nas letras, aonde abordamos vários fatos, desde a situação mundial, até histórias criadas por nós. Quanto às músicas que iremos apresentar ao vivo, certamente tocaremos "My Temple", mas não me sinto confortável em escolher alguma outra neste momento... me desculpe (risos).

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Whiplash! - Kai sempre escreveu músicas baseadas em fatos reais, e o terrorismo tem sido uma constante em nossos dias. Desde o 11 de setembro nos Estados Unidos aos atentados na Europa. Isso de alguma maneira se reflete no ambiente interno da banda quando vocês vão trabalhar nas letras?

Dirk Schlachter - Sim. A situação mundial é muito complicada. Em "Sign No More" já falávamos sobre isso. Não temos sempre o desejo de fazer músicas protestando contra guerras e coisas do tipo, nosso interesse é divertir e nos divertir com o metal. Mas se algo te afeta, te ataca em algum momento, isso acaba refletindo nas letras em que escreve. É o que acontece conosco. Não queremos falar o tempo todo sobre isso, afinal tem muita gente falando, falando, falando... e nada acontecendo.

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Whiplash! - Vocês estarão tocando no Brasil pela quarta vez. Algumas bandas já gravaram DVDs por aqui. Seria algo a ser considerado?

Dirk Schlachter - Um DVD ao vivo nesta turnê? Acho que não. Talvez façamos algo na próxima turnê, mas no giro europeu. Acho que ainda é muito cedo para fazermos um DVD, já que estaremos no começo da nossa turnê. Seria algo que eu poderia sugerir, já que criei o conceito que gerou "Skeletons In The Closet", e o CD ao vivo de mesmo nome. Mas neste momento tanto nós como nossa gravadora estamos muito ocupados com outros projetos para nos focarmos em um DVD, o que dá um trabalho danado. Preferimos planejar tudo com calma. Particularmente sou contra um DVD nesta turnê, e farei o possível para que façamos isso na próxima, pois aí teremos mais tempo para planejar e soltar um produto de qualidade e que mereça que os fãs gastem seu dinheiro nele. Esta é minha opinião, mas é verdade que os fãs já nos cobram um DVD ao vivo há algum tempo.

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Whiplash! - Dirk, obrigado pela entrevista. Nos vemos nos shows brasileiros e deixe uma mensagem para os visitantes do Whiplash! Rocksite.

Dirk Schlachter - Muito obrigado por tudo, como sempre! (risos) Esperamos que vocês curtam nosso novo show, já que daremos 160% de nós para que ele soe matador. Depois esperamos vocês no Dynamo para umas capirinhas (risos).

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Sobre Rafael Carnovale

Nascido em 1974, atualmente funcionário público do estado do Rio de Janeiro, fã de punk rock, heavy metal, hard-core e da boa música. Curte tantas bandas e estilos que ainda não consegue fazer um TOP10 que dure mais de 10 minutos. Na Whiplash desde 2001, segue escrevendo alguns desatinos que alguns lêem, outros não... mas fazer o que?
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