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Angra: Entrevista exclusiva com o baterista Aquiles Priester

Por Thiago Sarkis
Postado em 29 de janeiro de 2005

O Whiplash! traz mais uma entrevista com o Angra, nossa matéria de capa. Na conversa com Edu Falaschi, pontos essenciais do novo disco "Temple Of Shadows" e também da história do vocalista na banda foram abordados.

Neste bate-papo com Aquiles Priester temos detalhes minuciosos da turnê corrente, da questão do grupo como representante de todo um país no exterior e de sua responsabilidade, dos shows porvir na Europa e no Japão, a estrutura que envolve o Angra atualmente, a participação de Milton Nascimento, e até as influências e o que vem tocando no som de cada integrante do conjunto nos últimos tempos.

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Confira abaixo, por completo, o bate-papo com o baterista do Angra... embaixadores do Brasil!

Whiplash! - Como foi a preparação para a turnê de "Temple Of Shadows"? Devo confessar que fiquei bastante impressionado com o entrosamento da banda logo nos primeiros shows...

Aquiles Priester / A turnê começou no final de Setembro e nos preparamos bastante antes de fazer o primeiro show. Realmente a gente ensaiou bastante individualmente. Começamos da seguinte maneira: cada um executando suas partes individuais; depois eu e o Felipe trabalhando juntos pra deixar a cozinha bem arrumada. Posteriormente o Kiko e o Rafael definiram as partes deles. Depois disso, foram mais quinze dias com a banda toda ensaiando junta, então o Fábio veio, e tivemos mais uma semana com ele, e ainda uma última semana quando fomos pro palco do EM&T em São Paulo e ensaiamos já com a equipe técnica toda junta, checando posicionamento, a hora que entra violão, percussão, a hora que sai, etc. Acho que nessa turnê fomos muito mais prontos, foi um trabalho muito profissional mesmo. Já tínhamos um roteiro preparado.

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Whiplash! - Mas na hora que vocês sobem no palco, não muda um pouco esse roteiro?

Aquiles Priester / Sempre pinta uma idéia nova, apesar de termos as posições no palco já pré-definidas, principalmente as deles, porque a minha, como baterista, é fixa. Porém, mesmo eu tenho algumas preparações para certos momentos específicos, pois tudo isso tem que ser padronizado para seguir a iluminação. Mas sempre aparece algo novo. Às vezes você não quer ficar atrás da bateria, prefere ir no público. Ou então, não só pela energia dos fãs, mas também pela qualidade do som, você tenta se posicionar aonde o som está melhor, para ouvir bem o baixo, os vocais. No meu caso não muda muito porque a bateria é um ponto fixo, mas é importante para o resto da banda.

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Whiplash! - As dificuldades não aumentam quando vocês encaram o público?

Aquiles Priester / Há aquela adrenalina normal de estar fazendo um show, com uma galera gritando nosso nome, e a nossa vontade de tocar e detonar. Na hora que você entra no camarim, que os fãs começam a gritar o nome, não tem jeito, a adrenalina vai lá em cima, mesmo que você esteja cansado ou tenha dormido pouco. Aquilo te levanta e dá uma energia extra. Aí na hora que sobe no palco e vê aquela galera junta, não tem nem como explicar a sensação exata, de tão mágica que é.

Whiplash! - Vocês estão tocando para públicos bem maiores. São Paulo foram seis, sete mil pessoas. Em Belo Horizonte, tocaram no Marista Hall pra cerca de quatro mil pessoas. Como vocês vêm sentindo isso?

Aquiles Priester / É fantástico. Isso vem acontecendo em todos os lugares onde havíamos tocado antes. Na turnê do "Rebirth" já houve uma quebra de recorde, e nesta daqui o público é ainda maior. O disco foi super bem aceito e também tinha uma expectativa grande, pois falamos muito do conceito enquanto estávamos gravando, de como queríamos que o disco soasse. Gerou uma expectativa e o público do heavy metal tem aquela característica de: "o disco é bom, agora eu quero ver ao vivo". Eu sempre fui assim também, como músico, gosto mesmo é de ver a atuação do cara ao vivo, conferir se ele realmente consegue executar aquelas notas todas com precisão que tem no disco. E há outros fatores envolvidos no show, com um monte de coisas acontecendo ao mesmo tempo. É diferente de uma gravação em que você está concentradíssimo tocando e não importa qual é o seu posicionamento. Ao vivo você tem que ter uma postura, tem um lado performático, tem que fazer o show.

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Whiplash! - O Angra está trazendo bastante coisa para o aperfeiçoamento dos shows e agora em todo o país, pois antes acontecia isso só em São Paulo. Duas bandeiras enormes, cenários, fogos, etc... isso mostra o crescimento da banda, não?

Aquiles Priester / Sim, é claro. Dá pra perceber o crescimento do Angra não só pelo número de pessoas que têm comparecido às nossas apresentações, ou pela vendagem de discos, mas também pela estrutura do show da banda. A equipe cresceu, quase dobrou, e estamos usando basicamente o mesmo palco no Brasil inteiro, o mesmo que usamos também na França num festival no começo de Setembro, e também vai ser assim no Japão e na Europa. Estamos levando esse show para todo lugar, e queremos que principalmente no Brasil, que é o nosso país, os fãs consigam ver a melhor produção da banda. Antes não dava pra fazer isso porque era muito caro. A estrutura cresceu muito e também os equipamentos do grupo e com isso conseguimos fazer um show muito melhor, e as pessoas já começam a ficar na expectativa quando lêem sobre as apresentações em outros praças, de como foram os shows. Há os backdrops, mudança até do biombo da frente do cenário, tudo isso impressiona. Porém, o principal mesmo é a parte musical, a performance. Só uma grande produção, o palco fantástico, fogos, o equipamento lindo, tudo perfeito, não basta. Se a banda não impressionasse e não estivesse tão empolgada, daria errado. O momento que o Angra passa é o ápice em termos de relacionamento, entrosamento, e vontade mesmo de estarmos juntos, e conseguindo fazer aquilo que propomos quando começamos a preparar o "Temple Of Shadows". Está surtindo o efeito que desejamos.

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Whiplash! - O "Temple Of Shadows" não traz tanto da aclamada ‘brasilidade’ de outros discos, mas os shows estão sendo recheados de todos os elementos brasileiros que caracterizam o Angra. Como foi o planejamento em relação a isso?

Aquiles Priester / Antes de chegar nesse set list que tocamos agora, tínhamos algumas músicas em teste pra ver como funcionariam ao vivo. Às vezes não davam certo, e tirávamos a música, até chegar ao ideal. Então essa ‘brasilidade’ está muito mais na maneira da banda tocar, no conceito do Angra. Sempre foi esse o contexto. E isso está aparecendo mais no show agora, com a inclusão de mais músicas antigas que não tínhamos tocado na turnê do "Rebirth", como "Never Understand" e "Carolina IV". Como são músicas grandes, uma média de oito minutos, você tem então dezesseis a dezoito minutos a mais de elementos basicamente brasileiros. Mas não foi uma coisa realmente pensada. É o espírito do Angra.

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Whiplash! - Qual a sua opinião sobre esse decréscimo de características brasileiras no "Temple Of Shadows"? Há alguns comentários negativos quanto a isso...

Aquiles Priester / Quando começamos a definir a ordem das músicas, cada um defendia a sua tese de porquê lançar o disco com aquele ‘track list’. Na hora que juntamos as idéias, e chegamos à idéia final, percebemos que até a metade do disco tínhamos uma coisa mais pesada. "Wishing Well" ali no meio e só a partir de "The Shadow Hunter" que começavam a pintar as novas idéias de ritmos, coisas mais exóticas, digamos assim. Mas eu acho que tem muita coisa brasileira sim no "Temple Of Shadows". Se um dia optarmos por não inserir nenhum ritmo brasileiro, do modo mais formal, um baião, afroxé, xaxado, ainda assim acho que nunca vamos soar como uma banda européia. Além de heavy metal, tocamos um monte de outros estilos, e tocando heavy metal soamos únicos. Não só o Angra, mas os brasileiros de uma maneira geral. Acho que todos os bateristas brasileiros têm esse negócio do samba na veia, têm suíngue. Quando o pessoal lá fora nos vê tocando heavy metal, falam claramente que estamos dentro do estilo, mas de uma outra maneira, e que eles conseguem até dançar. E ainda assim é um som preciso, que impressiona, mas não é como um alemão tocando heavy metal.

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Whiplash! - O atual momento da banda seria devido a uma diminuição na pressão sobre os novos integrantes?

Aquiles Priester / Acredito que não seja exatamente pressão. Quando eu, o Felipe e o Edu entramos na banda já tínhamos um ‘background’, então mesmo os fãs mais saudosos do Angra antigo sabiam que a gente não caiu de pára-quedas. Havia trabalhos anteriores que nos credenciavam para estar ali. O Edu já tinha feito dois discos com o Symbols e já era considerado um possível substituto do André. Eu e o Felipe tínhamos nossas bandas, o Hangar e o Karma, depois tocamos juntos com o Paul Di’Anno, o pessoal pode nos ver ao vivo. Não entramos no Angra porque éramos amigos do Kiko e do Rafael. Foi teste mesmo, peneira. Agora, eu acho que essa mudança da banda no palco, nas relações, a maturidade, é uma coisa de dentro, que veio com o tempo. A maneira que toco hoje é muito diferente daquela da turnê do "Rebirth". Eu me sinto muito mais seguro não só porque as pessoas me aceitaram no Angra, mas porque eu melhorei. Se você pegar o próprio Kiko e o Rafael como exemplos, eles estão tocando muito melhor, bem mais seguros. Esperamos que daqui a dois anos possamos lançar um disco que achamos ainda melhor que o "Temple Of Shadows", que consigamos tocar as coisas que são mais técnicas de uma maneira muito mais fácil do que hoje. Faz parte da evolução natural. Sempre espero que o próximo show seja melhor do que o antecessor. E assim vai indo. Isso é o pensamento de toda a banda.

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Whiplash! - O que você diria sobre o relacionamento entre os integrantes do grupo desde que você, Edu e Felipe entraram?

Aquiles Priester / Tivemos algumas fases um pouco estranhas, mas hoje em dia é muito legal. No começo é sempre um pouco pior, porque você conhece e grava com o cara, mas não tem idéia de como ele vai se comportar nas situações mais estressantes. É na turnê que você conhece realmente a pessoa, passando a maior parte do tempo juntos, vivenciando momentos muito cansativos, quando você está irritado, puto com um monte de coisa. Tudo isso você vai aprendendo, e acaba percebendo a hora certa de falar as coisas. Independentemente de sermos uma banda, temos a individualidade de cada um bem preservada, reservada, e mais a equipe técnica, o Fábio, totalizando dezesseis pessoas. Temos que fazer isso tudo funcionar corretamente. Se alguém não estiver bem, se houver conflito interno, tudo isso pode acabar prejudicando o show. O fato de nos sentirmos melhores uns com os outros agora é porque nos conhecemos melhor, não só dentro do palco, mas fora também.

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Whiplash! - Como você compararia, ou melhor, faria uma relação entre os dois discos que gravou com o Angra, o "Temple Of Shadows" e o "Rebirth"?

Aquiles Priester / O "Rebirth" não poderia ter sido o "Temple Of Shadows" e vice-versa. Quando lançamos o "Rebirth", precisávamos provar para as pessoas que o Angra ainda era o Angra. Então foi um disco um pouco mais previsível, e pegou super bem. Boas vendas, turnê extensa, as pessoas viram a gente tocando ao vivo e, de certa forma, aprovaram a banda nova. Quando nos propomos a fazer o segundo disco, queríamos fazer coisas inéditas. Não podíamos repetir a fórmula do "Rebirth" ou até de outros álbuns anteriores do Angra. Com umas quatro ou cinco músicas prontas já tínhamos um caminho. Pintava uma idéia, ótimo. Não tinha muito limite, por mais louco que fosse. Desenvolvíamos pra ver se encaixava dentro do contexto da música. Aí o Dennis Ward chegou, tocamos duas vezes cada música, e me lembro da reação dele como se fosse hoje. Ele falou: "parece outra banda, vocês não são os mesmos que gravaram o ‘Rebirth’, não só nas composições, mas na maneira como estão executando as músicas. Vocês estão muito bem preparados pra fazer isso. Na época do ‘Rebirth’, vocês não teriam cacife técnico pra fazer essas coisas".

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Whiplash! - Há algumas partes realmente absurdas em "Temple Of Shadows", chegando ao prog metal propriamente dito. Mas são passagens mais difíceis de ouvir para o público em geral. Como foi o trabalho em cima disso?

Aquiles Priester / O que a gente conseguiu foi um meio termo, aliando a técnica à musicalidade. Não é aquele negócio puramente técnico, que você ouve em várias bandas com excelentes músicos, mas que pecam pelo excesso; ou não conseguem uma harmonia legal, ou as melodias vocais não empolgam. Estamos sempre nos preocupando com essas coisas. Tivemos esse bom senso quando fizemos o "Temple Of Shadows", tanto que mudamos muitas coisas do que havíamos preparado até a versão final do disco. O Dennis nos ajudou bastante. Algumas músicas tinham quase três minutos de introdução, e ele nos perguntava: "Cadê a voz?". Foi essencial pra deixar a música mais agradável pra quem fosse ouvir. E várias dessas partes introdutórias entraram nas músicas do mesmo jeito, só que em outros momentos.

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Whiplash! - A resposta da imprensa vem correspondendo àquilo que vocês esperavam?

Aquiles Priester / Com certeza. Não só aqui no Brasil, mas no mundo inteiro a imprensa aceitou aquilo que nós queríamos fazer. Os comentários sobre o disco novo estão saindo como imaginávamos. Lá no Japão, a Burrn que é uma das maiores revistas de metal do mundo considerou o "Temple Of Shadows" uma obra de arte como o "Operation: Mindcrime" do Queensryche e o "Images & Words" do Dream Theater, que foram dois discos que inovaram em suas épocas. Eles estão vendo o "Temple Of Shadows" como um divisor de águas. Algo como "o que foi feito no metal melódico até hoje, e o que vai acontecer a partir desse álbum do Angra". Em três dias no Japão vendemos mais de trinta mil discos, pra você ter uma idéia. A banda cresceu lá também e uma das provas disso é que o Nightwish vai abrir nossos shows no Japão. A expectativa é muito grande de tocar lá, mas não estaríamos tão seguros se não tivéssemos nos saído bem no Brasil. Aqui também o "Temple Of Shadows" teve quase vinte e cinco mil cópias na pré-venda. E dá pra ver também uma renovação no público do Angra. Tem muita gente nova, que conheceu a banda a partir do "Rebirth". Garotada de doze a quatorze anos, é muito legal ver isso.

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Whiplash! - Como vocês se sentem como uma banda que vem representando um país, que já tem uma tradição com o Sepultura? É uma responsabilidade não?

Aquiles Priester / É um orgulho grande, e é lógico que o patriotismo aparece mais quando estamos num festival gringo, com várias bandas européias e americanas. Fazemos questão até de algum integrante sempre usar a camisa do Brasil. Somos brasileiros sim, sabemos tocar, é heavy metal com esse monte de batuque, e o Angra é uma coisa brasileira mesmo. Mas não é aquele tipo de coisa que a gente se aproveite da situação pra pegar e levar os méritos. Não é motivo para sermos mais ou menos do que qualquer outra banda. É simplesmente o que o Angra sempre foi. Em primeiro lugar pensamos em fazer um show bom, seja aqui, no Japão ou na Europa. A conseqüência desse show bom vamos ver depois.

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Whiplash! –Como o público estrangeiro reage ao Angra? Vocês vão levar o mesmo set list para as turnês fora do Brasil?

Aquiles Priester / Quando tocarmos mais de uma vez em algum lugar, temos algumas músicas pra substituir. Porém, a princípio, vamos levar o mesmo set list. Não sabemos, por exemplo, se o set list daqui vai funcionar tão bem lá fora. Quando percebemos que não está dando tão certo, já começamos a mudar. Gravamos todos os shows no Brasil e sempre procuramos assisti-los antes da próxima apresentação pra ver se tem alguma música que está quebrando o ritmo, se a galera agita menos ou não agita nada. Tira uma música, coloca outra, troca, filma de novo. É um documentário não só pra ter arquivado, mas uma maneira de ver se o trabalho está funcionando. Sobre o público estrangeiro, acho que eles reagem com mais entusiasmo às características bem brasileiras do Angra. Lá é mais novidade, aqui o pessoal já está acostumado. Você liga o rádio, está ouvindo batuque. O brasileiro é automaticamente um batuqueiro (risos). Tá no sangue. No exterior é uma coisa completamente nova, tanto é que sempre quando tocamos em festivais, nas partes com mais percussão, todos os caras das outras bandas vão ao backstage pra ver os instrumentos, como fazemos aquilo. É uma energia muito forte. Sabemos que precisamos manter essas características, e lá fora damos até uma acentuada nisso.

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Whiplash! - Como veio a idéia da participação do Milton Nascimento?

Aquiles Priester / Foi através de uma brincadeira. Quando o Kiko mostrou uma música e começamos a tocar, o Edu falou que algumas partes lembravam um pouco as harmonias que o Milton faz, e começou a imitá-lo brincando. Ele sempre faz imitações. Aí o Felipe deu a idéia de que seria legal se o Milton participasse. Um olhou pro outro meio que nos perguntando: "por quê não?". Lembramos de um representante dos microfones AKG que tinha contato direto com o Milton. Ele falou da nossa idéia, fez o contato, e o Milton disse que tinha ouvido falar da banda, e que queria escutar alguma coisa do Angra e especificamente a composição em questão. Ele ouviu a música, achou fantástica, gostou, já sabia da carreira da banda fora e aqui no Brasil, e achou legal tocar com uma banda de heavy metal. O Edu e o Rafael foram pro Rio de Janeiro pra gravar as partes do Milton, e disseram que ele parecia um amigo antigo da banda. Tratou todo mundo bem, e houve uma interação bacana. Não teve aquele esquema de contratar participantes. Todos os convidados participaram sem ônus algum, inclusive ele.

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Whiplash! - E as reações dos fãs a essa participação do Milton Nascimento?

Aquiles Priester / Agora que o disco saiu e as pessoas já ouviram, os fãs perceberam que é Angra e o Milton está cantando junto da banda. Antes dava pra sentir que havia um certo receio por parte dos fãs, em termos do quê o Angra teria que mudar para que o Milton pudesse cantar. E não teve isso. Nós temos a demo da música antes da participação dele na gravação do discos, e as duas versões são exatamente iguais. Mas quando a gente divulgou a participação do Milton, os mais radicais já viraram a cara.

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Whiplash! - O Bruce Dickinson disse uma vez, e com bastante autoridade no assunto, que "os fãs de heavy metal não são as pessoas com a cabeça mais aberta desse mundo". Nesse sentido, você teria receio de, por exemplo, levar o Milton Nascimento ao palco com o Angra?

Aquiles Priester / Se for fora do Brasil, nenhum receio. Lá fora ele é gigantesco, ganhou vários Grammys. No Japão quando eles ficaram sabendo que o Angra estava contando com a participação do Milton, já concluíram que estávamos indo muito bem por aqui. Acho que aqui no Brasil teria que ser uma ocasião especial, gravação de um DVD, não um show qualquer. Tinha que ser especial simplesmente por ele ser o Milton Nascimento. Mesmo que falem que o público do heavy metal é um pessoal de cabeça fechada, acho que essa não é a realidade do público do Angra. Na verdade, quem gosta de metal de maneira ampla, tem formação realmente. É um pessoal que se interessa pelas letras, a maioria entende ou fala inglês fluentemente, toca um instrumento, sabe a dificuldade da execução das músicas, etc. E esse pessoal, num show nosso com o Milton Nascimento no palco, vai saber que é mais um degrau vencido, e vai querer que a mídia inteira veja isso. Para esses caras que acham que heavy metal é só barulho e força, que vejam o Milton tocando com o Angra. Com certeza isso abre um vasto leque para o estilo. É isso que tentamos passar para as pessoas.

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Whiplash! - Como você vê a relação do Angra com a mídia maior atualmente?

Aquiles Priester / Melhorou muito. Acho que não precisamos mais provar que o Angra é grande aqui e lá fora. O sucesso nosso está escancarado no Brasil. Fizemos shows onde nunca havíamos passado antes, como Campina Grande, Caruaru. Os próprios donos das casas diziam que nunca viram uma banda de heavy metal levar tanta gente quanto o Angra, e também elogiaram a fidelidade dos fãs que ficavam a noite inteira na fila pra ficar na frente, ali perto do palco. Estamos super bem, de paz com a mídia. Não tem conflito. É uma relação de respeito mútuo. Sabemos da importância disso porque, querendo ou não, dependemos deles e eles de nós. As coisas estão melhorando cada vez mais.

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Whiplash! - Em termos de influências, o que você poderia mencionar atualmente? Esse lance da máscara sempre lembra o Slipknot. Teve alguma relação real nisso?

Aquiles Priester / Não, pior que não. Eu comprei o último disco deles e já tinha escutado muitos comentários positivos sobre a banda. Aí tive a chance de vê-los no Rock In Rio em Lisboa e achei muito legal. Não só a performance do grupo, mas as músicas são muito boas. Aquele negócio da percussão meio industrial é uma coisa muito forte e impressiona demais. Mas a relação da máscara não tem nada a ver. Se a gente for voltar no tempo, vamos parar no Thunderstick que foi o baterista do Samson. A máscara acabou pintando pra mim numa brincadeira mesmo. Um fã numa sessão de autógrafos me deu uma máscara em Limeira, e imaginei meramente que na frente da bateria ficaria legal. Só quando fui lançar o DVD é que pensei que precisava ter algo meu. Daí aproveitei o apelido que o Edu me deu de "polvo" e pedi para um cara fazer um desenho que lembrasse a máscara que ganhei, com a cara de um polvo meio alienígena, cibernético (risos). Virou até uma tatuagem. Acabou sendo uma brincadeira que deu certo e é uma coisa que faz parte do show do Angra agora.

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Whiplash! - Fora o aspecto visual, em termos musicais, alguma referência? Pra finalizar...

Aquiles Priester / Eu me lembro que quando estávamos na turnê nos Estados Unidos, ouvimos o "Remedy Lane" do Pain Of Salvation, e achamos fantástico. O disco novo deles também é muito legal. O Felipe é o cara mais prog dentro da banda. Ele é o que mais curte Dream Theater, Symphony X, Mullmuzzler, e todas essas bandas. O Edu prefere as coisas mais clássicas mesmo, Iron Maiden, Dio, Whitesnake, com vocalistas que vão ser sempre os ‘top’. Eu quase não ouço metal melódico, geralmente escuto coisas mais pesadas, death e thrash metal. Black metal nem tanto, mas alguma coisa. Quando ouço algo de progressivo, tento fugir um pouco daquelas três ou quatro bandas que já vêm à mente automaticamente. Conheci um conjunto chamado Spiral Architect, que é incrível, incrível mesmo. Não soa tão musical, mas são extremamente técnicos. Ali você pára e fica imaginando como os caras conseguem fazer aquilo, e pensa como eles reproduzem as músicas ao vivo. Em termos de música brasileira, a banda inteira curte. O Kiko em especial mistura bastante fusion e jazz, e coisas bem brasileiras, um lance de harmonia mesmo. Então é difícil falar de uma referência específica. Nós achamos legal e mostramos uns pros outros. Lembro que o Pain Of Salvation foi um aluno meu que me mostrou, e quando fomos viajar o pessoal adorou.

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Site Oficial Aquiles Priester – http://www.aquilespriester.com

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Sobre Thiago Sarkis

Thiago Sarkis: Colaborador do Whiplash!, iniciou sua trajetória no Rock ainda novo, convivendo com a explosão da cena nacional. Partiu então para Van Halen, Metallica, Dire Straits, Megadeth. Começou a redigir no próprio Whiplash! e tornou-se, posteriormente, correspondente internacional das revistas RSJ (Índia - foto ao lado), Popular 1 (Espanha), Spark (República Tcheca), PainKiller (China), Rock Hard (Grécia), Rock Express (ex-Iugoslávia), entre outras. Teve seus textos veiculados em 35 países e, no Brasil, escreveu para Comando Rock, Disconnected, [] Zero, Roadie Crew, Valhalla.
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