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Tim Donahue: Mago da guitarra fretless no Metal Progressivo

Postado em 12 de julho de 2004

Por Thiago Pinto Correa Sarkis

Não há melhor frase para definir o momento que vive Tim Donahue em sua carreira musical: "Antes tarde do que nunca". Finalmente, após anos de muito sucesso praticamente apenas no Japão, o mago da guitarra fretless está recebendo o reconhecimento devido na Europa, Estados, América do Sul e também em toda a Ásia.

A razão para isso? Simples, o excelente álbum "Madmen & Sinners", de prog metal diferenciado e com ninguém menos que James LaBrie (Dream Theater) nos vocais. Um trabalho realmente especial para os fãs do estilo e a hora de reconhecer um compositor que há muito merecia destaque.

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Nesta entrevista exclusiva, Tim Donahue fala detalhadamente de sua empreitada de maior sucesso, além de apresentar a sua carreira para aqueles que não o conheciam antes de "Madmen & Sinners", lançado no Brasil pela Wet Music.


Whiplash! – Como você se apresentaria para as pessoas que estão entusiasmadas com "Madmen & Sinners", mas não sabem mais detalhes sobre sua carreira?

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TIM DONAHUE / Eu venho gravando por muito tempo e a maioria de meus álbuns solo foi lançada por gravadoras de grande porte no Japão. Por toda a minha carreira, experimentei e toquei em diversos estilos de música diferentes. De heavy e rock a jazz e fusion, além de trilha sonora orquestrada para filmes. "Madmen & Sinners" é o meu sexto álbum solo e estou feliz em ver a boa repercussão em todo o mundo.

Whiplash! – Quais foram suas principais influências no início de carreira? Diga-nos também sobre suas referências enquanto compunha Madmen & Sinners.

TIM DONAHUE / Quando criança, os trabalhos de piano de Claude Debussy foram minha principal influência. As composições dele me deixavam pasmo. Ainda sinto isso ao ouvi-las. Jimi Hendrix também foi uma grande influência, e depois disso tive a fantástica oportunidade de trabalhar com o produtor de Jimi, Eddie Kramer, no meu álbum "Voices In The Wind". É difícil falar de todas as influências, pois são muitas. De alguma forma, sou uma "esponja musical" e capturo um pouco de tudo o que ouço. Porém, com certeza, bandas de progressivo dos anos setenta como Genesis e Yes tiveram um impacto decisivo em minha música. Além destes, o Rush, minha banda favorita. Em "Madmen & Sinners" não posso apontar algo que tenha me influenciado diretamente. Liricamente, é um trabalho baseado na hipocrisia religiosa na sociedade moderna. Durante as músicas, os personagens retratam várias lados deste conceito. A Guerra Santa e a insanidade destas batalhas, e a guerra nuclear, são tópicos tratadas com ultraje no álbum. São assuntos bem atuais e que não podemos esquecer.

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Whiplash! - E sobre este contato com James LaBrie e a idéia de desenvolver este trabalho com ele? Quando se iniciou e como progrediu?

TIM DONAHUE / James e eu estamos trabalhando separadamente na música por um longo tempo já, e gravamos muitos discos, cada um com os seus próprios trabalhos. Então naturalmente tínhamos uma ligação através de uma rede de jornalistas e outras pessoas da indústria musical. Nos conhecemos exatamente por um amigo mútuo que havia escutado a primeira demo de "Madmen & Sinners". Conversamos e resolvemos trabalhar juntos. Isso ocorreu em meados de 2001, logo após o lançamento do meu álbum solo "Into The Light". Naquela época, a demo do Madmen & Sinners se chamava "Farewell To The Sun" e a música era totalmente diferente desta que vocês ouvem no álbum lançado.

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Whiplash! – Quando você decidiu trabalhar com LaBrie já sabia que corria o risco, ou melhor, que certamente muitas pessoas estariam interessadas no Madmen & Sinners apenas pela participação dele, não? Como você lida com isso?

TIM DONAHUE / Quando componho meus álbuns solo, a música é mais importante que qualquer outra coisa. Talento como cantor e a habilidade de cantar minhas músicas são, a partir de então, os fatores essenciais quando penso num vocalista para meus álbuns. E James é um ótimo vocalista e realmente se dedica à música. Aprecio isso. Tenho meus próprios fãs que já conhecem meu trabalho há mais tempo, e é sempre bom estar ao lado de um artista que tem um grande número de admiradores, como é o caso de James, sendo parte do Dream Theater. Ajuda muito, obviamente. Ao nos unirmos, ganhamos mais ouvintes e destaque. Porém, isto é apenas um fator estratégico, e como disse, não é a coisa mais importante. Para mim, a música sempre vem em primeiro lugar. Nas entrevistas e resenhas vejo o trabalho de James muito elogiado e acho isso ótimo. De qualquer forma, as pessoas não vêm a mim para perguntar sobre ele especificamente, detalhes de sua vida. E se algum dia isto acontecer, eu simplesmente direi para perguntarem a ele.

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Whiplash! – James LaBrie participou do processo de composição?

TIM DONAHUE / Numa resposta crua, posso te dizer que não, ele não participou do processo de composição. Porém, logo de início, escrevi todas as músicas do álbum com os vocais de James LaBrie em minha mente. Passei a maior parte de 2001 escrevendo e compondo demos para o Madmen & Sinners e enviava as gravações todo mês para James. Então é claro que ele fez parte do processo, e quando nos encontramos para gravar o disco não mudamos muitas coisas. A experiência de trabalharmos juntos foi positiva, nos tornamos bons amigos, e ele trouxe ótimas interpretações para as músicas que compus.

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Whiplash! – Concorda em fazer um faixa-a-faixa?

TIM DONAHUE / Sim, vamos lá.

MILLION MILES / Um olhar crítico sobre a Guerra Fria e a insanidade da guerra atômica. Na faixa há alguns pronunciamentos da defesa civil dos Estados Unidos de 1950, e delas vem o atroador anúncio do lançamento do míssil nuclear, o que trago à música com uma atmosfera bem pesada. As guitarras fretless soam como o ataque da bomba. É uma música bem assustadora.

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LET GO / Fala da dor da inocência perdida. O ambiente religioso, cinicamente catedrático, configura a balada, que conta com uma flauta autêntica, um violão e os vocais veementes de James LaBrie.

MY HEART BLEEDS / Outro tema cínico, desta vez sobre a hipocrisia religiosa. A pulsante introdução traz vozes demoníacas, por um sintetizador que soa forte, grande. A parte principal da faixa contém um trabalho instrumental pesado e intrincado.

FEEL MY PAIN / Uma poderosa mistura de heavy metal e jazz fusion. Esta faixa contém algumas passagens melódicas incomuns, agregadas a um trabalho também muito distinto na guitarra fretless. Os vocais de James são intensos.

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MORTE ET DABO (The Gift Of Death) / Um verdadeiro canto gregoriano em Latim, interpretado por um coral de oitenta membros. Compus esta peça numa estrutura harmônica moderna. Sinos de igreja e uma narração suave criam um ambiente sombrio, preparando o ouvinte para a próxima faixa.

CHILDREN OF THE FLAME / Obscura e complexa esta faixa traz uma visão céptica sobre aqueles que acreditam no dia do juízo final. Ela cresce gradualmente, e termina de maneira forte, falando sobre o fim do mundo. A raiva do "todo-poderoso Deus" é bem clara no final, com um acorde muito pesado.

THE END / Esta faixa contrasta com a complexidade de "Children Of The Flame". É a composição mais simples e lida com o pecado, e também a culpa que envolve o amor. Os vocais são marcantes.

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WILDEST DREAMS / Uma história de romances e fantasias proibidas. Novamente, os arranjos foram realizados para um belo canto gregoriano, os vocais intensos de James LaBrie e violões. Acho que a melhor atuação de James em todo o álbum está em "Wildest Dreams".

MASTER OF THE MIND / A história de uma pessoa com problemas mentais que é colocada injustamente num manicômio, onde todos os neurocirurgiões são insanos. Instrumental rápido, com elementos neoclássicos. Amo os riffs e o som da guitarra fretless nessa música.

MADMEN & SINNERS / Uma suíte épica de mais de quinze minutos, combinando os temas instrumentais e líricos das faixas anteriores. Esta composição inclui um canto gregoriano misterioso, e é realmente muito pesada. Os elementos do álbum se encontram, e concluem-no num poderoso clima com uma orquestração luxuosa.

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Whiplash! – Obrigado Tim. Espero que esta seja a primeira de uma série de entrevistas que podemos fazer.

TIM DONAHUE – Estou muito feliz com o trabalho e todas as mensagens que venho recebendo. Espero que os fãs encontrem em "Madmen & Sinners" algo novo, que nunca tenham escutado antes no metal progressivo. Ouvidos atentos certamente encontrarão detalhes importantes nesta nova maneira de ver o metal e o progressivo. Mais informações sobre a minha carreira, os álbuns anteriores, e também sobre Madmen & Sinners podem ser encontradas em meu site oficial – http://www.timdonahue.net. Muito obrigado pelo apoio.

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