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Steel Prophet - Entrevista exclusiva com Steve Kachinsky.

Postado em 21 de fevereiro de 2000

Ah! o velho e bom sotaque de Los Angeles. Como faz falta ouvir esse inglês limpinho dos californianos. Dessa vez, quem conversou com a equipe Whiplash! foi Steve Kachinsky, que erigiu nos idos de 1983 o grupo norte americano Steel Prophet, formado, além dele, por Rick Mythiasin [v], Vince Dennis [b], John Pons [g] e o provavelmente temporário Kevin Cafferty [d]. Tendo lançado recentemente em Janeiro/Fevereiro de 2000 seu novo álbum intitulado "Messiah", o grupo consegue atingir uma maturidade musical que muitos almejam. Extremamente simpático e bem-humorado, Steve concedeu essa entrevista por telefone direto de sua casa em Los Angeles, Califórnia.

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Por Haggen Kennedy

Tradução / Haggen Kennedy

Whiplash! / Como essa é a sua primeira entrevista para a Whiplash!, vou entrar um pouco na história da banda primeiro. Espero que você não se importe. Lá nos idos de 1987, você se mudou de Connecticut para a Califórnia. Por quê?

Steve Kachinsky / Bem, não haviam muitos bons músicos em Connecticut na época e estava muito difícil de arrumar um vocalista. A Califórnia era grande e abria novas chances de encontrar a pessoa certa. Tinha mais gente, você poderia encontrar bons músicos mais facilmente. Não era muito distante, então me pareceu uma boa decisão.

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Whiplash! / Nessa época, o John [Tarascio, bateria] mudou-se para a Califórnia junto com você, e Scott Lindsenbardt [v] e Vince Dennis [b] se juntaram à banda. Vocês tiveram uma música chamada ‘Echo Man’. O fato é que todo mundo parece que odiou a música e, bem, eu não sei como ela soava porque vocês a excluíram. Como ela era?

Steve Kachinsky / [risos] Oh, isso tem tempo. Mas, bem, na verdade não era uma música, era o apelido que demos a Scott, o vocalista, porque ele tinha um pedal de ecos. Era um lance de delay, não sei ao certo que diabos era. Cara, todo mundo odiava isso [rindo muito]. Ele tinha esse negócio de cantar e então dava uma nota super alta, aguda, só para ouvir o eco surgindo do aparelhinho. Só que ele fazia isso excessivamente, era um horror. [risos]

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Whiplash! / Nossa. Como ele soava, mais ou menos?

Steve Kachinsky / Cara... eu nem sei [risos]. Talvez como um Jon Oliva [Savatage], mas com certeza muito mais desesperado e constrangedor. [mais risos]

Whiplash! / Tudo bem, melhor esquecer sobre esse cara. Naquele tempo, um lance interessante aconteceu: o Fates Warning estava precisando de um novo vocal porque o John Arch tinha deixado a banda, então você recomendou o Nick [Mantis, vocal] para o Jim Matheos [Fates Warning, guitarra]. Só que os caras se decidiram pelo Ray Alder e então vocês ficaram com o Nick na banda.

Steve Kachinsky / É, rolou meio que de surpresa pra gente, mas ele foi bem-vindo...

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Whiplash! / É, só que ele saiu e finalmente veio o Rick [Mythiasin, vocal], que está com vocês até hoje. Mas porque o Nick saiu?

Steve Kachinsky / [pensando] Olha, foi aquele lance... ele não estava 100% ali, conosco. Ele vinha, cantava, mas não estava preocupado em realmente seguir uma carreira com a banda. Não era como nós, que dávamos o melhor de nós para conseguir um contrato com uma major. Além disso, ele tinha problemas com drogas e não praticava canto regularmente. Então, teve uma época que tiramos férias. Então, não ligamos para ele, nem ele nos ligou. Ficamos sem se falar, uma coisa se juntou à outra, e ele acabou saindo.

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Whiplash! / E como vocês conseguiram o Rick? Como entraram em contato? Ele parece que estava no Pantera, quando eles ainda estava naquela fase glam, não?

Steve Kachinsky / Na verdade, foi um pouco depois disso, ele já tinha saído do Pantera. Ele ficou na banda apenas por uns poucos dias, pois não estava gostando muito de ficar com os caras...

Whiplash! / Ele não gostava do som dos caras ou não gostava dos caras, mesmo?

Steve Kachinsky / Naquela época, o Pantera estava tocando mais covers, mesmo. Eles se apresentavam em bares fazendo covers de Metallica, Iron Maiden, Judas Priest e coisas assim. Lembro que eles se apresentavam em bares tocando apenas covers. O Rick gostava de cantar aqueles covers, mas ficou meio puto com os caras porque eles eram racistas demais e tinham certas atitudes que ele [Rick] considerava criancices e por aí vai. Ele não gostava mais dos caras, mesmo. Não estava mais funcionando e ele decidiu cair fora.

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Whiplash! / E como vocês o acharam?

Steve Kachinsky / Na época, coloquei um anúncio em um jornal de música local de Los Angeles [cidade em que Steve mora, na Califórnia] e então algumas pessoas nos responderam. Uma delas foi o Rick. Nós gravamos nossos ensaios e fizemos fitas demo para escolher o vocalista. Nosso manager então nos perguntou "e então?, quantas fitas vocês têm aí?" e dissemos "bem, nós temos essas duas fitas aqui. Temos umas outras, mas não são boas o bastante." Ele disse "ah, tudo bem, vou dar uma ouvida" e entregamos a ele as duas demos. Quando vimos o cara escutando a primeira fita, ficamos viajando quando o sujeito jogou a fita pela janela na nossa frente [risos]. Minha nossa, já estávamos nos preparando para vê-lo jogar a segunda fita fora, quando ele disse "porra, esse cara é bom!!", daí ele não jogou a fita fora e ficamos com o Rick. [risos]

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Whiplash! / Já em 1996, vocês lançaram um EP chamado "Continuum", que tinha o Horacio [Colmenares] nas guitarras. Só que ele saiu e foi para o New Eden. Houve algum desentendimento sério entre vocês? O que exatamente aconteceu?

Steve Kachinsky / Oh, não, sem ressentimentos entre nós. Nada de ruim aconteceu com o lado pessoal da banda na época. Nós até mantemos contato até hoje, somos amigos. O que aconteceu é que na época o Horacio tinha algumas músicas que ele achava não caber muito bem no estilo do Steel Prophet. E ele tinha um projeto paralelo, que era o New Eden. Então, ele foi colocando as músicas dele no New Eden. Só que isso foi ficando cada vez mais freqüente, até o momento em que ele se dedicava muito mais ao New Eden do que ao Steel Prophet. Reunimo-nos, conversamos e decidimos que seria melhor para ambos os lados que ele ficasse no New Eden e jogasse duro na carreira. Não houve nem há nada de mal no relacionamento dele conosco do Steel Prophet, pois entendemos. Era o estilo que ele queria seguir e só queríamos o melhor para ele. Ele é gente fina pra caramba.

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Whiplash! / E John Tarascio? Por que ele saiu?

Steve Kachinsky / Ah, eles dois [John Tarascio e Horacio Colemenares] deixaram a banda ao mesmo tempo. O John não estava tão interessado em tocar numa banda pra valer. Sabe, não é como aqueles caras que se juntam e tocam mesmo nos tempos mais difíceis. Ele tocava, mas dava aquela sensação de que não estava indo a lugar nenhum. Ele tinha o pensamento do tipo "ah, eu vou fazer uns discos com esse pessoal, mas não vamos a lugar algum". E eu não gosto desse tipo de atitude e nem os outros integrantes da banda gostam, entende? Queremos que toquem nessa banda porque gostam de música, porque gostam de tocar. Então percebemos que estava na hora de arranjar outro baterista.

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Whiplash! / Quando o Horacio saiu, vocês arranjaram o John Pons. Onde vocês o acharam?

Steve Kachinsky / O John Pons costumava trabalhar nessa firma de eletrônicos e eu o conhecia. Já havíamos feito algumas jams juntos. Então, quando o Horacio saiu, eu perguntei a ele se gostaria de tocar conosco e ele topou.

Whiplash! / Assim, sem mais nem menos?!

Steve Kachinsky / É, foi meio engraçado porque nossos dois lançamentos prévios eram bem mais complicados, guitarristicamente falando. E o "Into the Void" [N do E: primeiro disco com John Pons nas guitarras] foi mais simples. Ele virou para nós e disse que deveríamos trabalhar mais em cima de nossas composições, e então o cara simplesmente meteu as caras na guitarra e começou a estudar feito um louco [risos]. Mas bem, é, ele simplesmente aceitou sem mais nem menos. [risos]

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Whiplash! / Legal. Mas quando vocês estavam em tour, recebemos a notícia de que Pat Magrath tinha deixado a banda. Vocês tinham que conseguir alguém para a bateria e arranjaram o Kevin Cafferty. Primeiro: por que o Pat saiu?

Steve Kachinsky / Pat teve alguns motivos como... [pensa um pouco] como, hrmm... [pensa mais um pouco] por que foi, mesmo?!? [risos gerais] Bem, ele conversou conosco e veio com uns dois ou três motivos que ou não podíamos controlar ou não conseguiríamos dar um jeito facilmente. Olha, o fato é que nós não estávamos muito felizes com ele, de qualquer forma. Ele gravava as partes dele no estúdio atrasado... horas e horas de atraso, o que nos prejudicava bastante. Digo, estávamos pagando 600 dólares de estúdio por dia...

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Whiplash! / [interrompendo] 600 dólares por dia?! Isso dá 1.032 reais, nossa moeda corrente. É dinheiro pra cacete!!

Steve Kachinsky / Pois é. E ele chegava atrasado aos ensaios - o que nos fazia ter que alugar por mais horas o estúdio e assim pagar mais. Tinha ensaios em que ele nem ia. Cara, às vezes estávamos todos no estúdio - menos ele - e horas depois ele ligava e dizia "ah, minhas costas estão meio doloridas, não estou afim de ir pro ensaio hoje"... e não ia, mesmo. Foram coisas como essa que nos deixaram descontentes com ele. Ele nunca provou ser realmente merecedor do cargo para nós. As atitudes dele davam mais mostras de que nós é que deveríamos provar alguma coisa a ele. Até que chegou um ponto em que dissemos "ah, cara, não vou mais me esquentar por causa disso. Esse cara tem que sair, não dá mais."

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Whiplash! / E como vocês acharam o Kevin [Cafferty, bateria]?

Steve Kachinsky / É engraçado, ele trabalhava no mesmo lugar que eu e o John... bem, na verdade, ele era nosso chefe. [risos]

Whiplash! / Sério?!?

Steve Kachinsky / [rindo] É, nosso chefe, imagine. Bem, ele às vezes, no trabalho, conversava comigo sobre bateria e música. E eu já achava que ele deveria ser um bom baterista. Nós fizemos umas jams e realmente descobri que ele é um grande batera. Além disso, nós já éramos amigos há cerca de 5 ou 6 anos. Quando o Pat saiu, ele foi a primeira pessoa para quem liguei. Então, saímos e eu disse a ele "cara, estou precisando de uma ajuda sua" e ele olhou pra mim e disse "de quando você precisa?" [gargalhadas]. Então eu expliquei a situação da bateria a ele e ele falou "tudo bem, vamos nessa".

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Whiplash! / Legal. Mas Steve, por que vocês levaram quase 10 anos para lançar a primeira demo de vocês, "Inner Ascendance"?

Steve Kachinsky / [pensa um pouco] Acho que no meio do caminho nós fizemos uma ou duas fitas, mas não eram boas. Quero dizer, no comecinho de tudo não poderíamos nos considerar como uma banda realmente, éramos mais como uma banda de garagem ou coisa do tipo. Éramos uns caras tentando juntar-se com alguém que tocasse os instrumentos para fazer um som. Tivemos o Nick, como você falou, que era realmente muito bom, mas não era o cara certo. Depois arranjamos o Rick, que fez com que o grupo tomasse um rumo mais profissional. Foi aí que gravamos "Inner Ascendance" no final de 89 e lançamos em 90.

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Whiplash! / Pode-se dizer então que vocês ficaram tanto tempo no anonimato - além das mudanças de formação - pelo fato de que ainda não eram maduros o suficiente para lançar algo profissional?

Steve Kachinsky / Sim, acho que sim.

Whiplash! / Quero dizer, vocês passam cerca de 6 anos sem lançar nada e então, quando o Rick entra vocês lançam uma demo imediatamente. O que há de tão especial nesse cara? /)

Steve Kachinsky / [pensando] Acho que é como eu te falei; ele era o cara certo. Sabe, um vocalista é muito importante numa banda. Geralmente as pessoas ouvem um conjunto e dizem "a banda é boa, mas esse vocalista é uma droga" e você não consegue chegar a lugar algum contanto que arrume um bom vocal.

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Whiplash! / É, o vocalista é a identidade da banda...

Steve Kachinsky / Isso, exatamente. E ficava mais difícil de arranjar alguém pelo fato de que eu queria ter alguém que seguisse a linha Dickinson - Halford - Dio, alguém que tivesse a voz poderosa. Só que não é todo mundo que consegue cantar bem assim. Então, foi muito bom conseguir o Rick porque ele era realmente o cara certo.

Whiplash! / A propósito, a "The Apparition" que vocês gravaram para o "Dark Hallucinations"... cara, que diabos é aquilo?! A música está simplesmente idêntica. É como se o Fates Warning com John Arch entrassem num estúdio novamente e pudessem regravar a música com uma produção melhor. Está muito bem feita.

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Steve Kachinsky / [surpreso] Sério?! Sério mesmo? Você não está falando só pra agradar, né? Nossa, que legal que você gostou. Muita gente tem nos parabenizado também. Fico feliz por ter conseguido fazer algo de qualidade.

Whiplash! / Pode acreditar que fez. Mas continuando, o Steel Prophet tem 17 anos de carreira. Vocês são uma banda bem antiga, porém apenas agora vocês têm se tornado conhecidos. Na sua opinião, porque levou tanto tempo?

Steve Kachinsky / [pensa] Eu acho que por todo esse negócio de mudanças de formação e etc. Eu montei o Steel Prophet quando ainda estava na escola e naquele tempo nós éramos mais uma banda de garagem, não havia um profissionalismo na banda a ponto de arrumarmos um contrato com uma major, como conseguimos agora. Nós ficamos na garagem até 1990, quando lançamos a primeira demo. Era com uma demo oficial que finalmente teríamos a oportunidade de encontrar portas que pudéssemos atravessar. Só que, como se não bastasse, nos anos 90 vieram a moda do Grunge, Alternativo, Rap e aí danou-se de novo. Ninguém nos Estados Unidos queria nada com uma banda de metal. A não ser que fosse de Death. Demorou até 95 para que lançássemos nosso primeiro disco [N do E: "The Goddess of Principle"]. Quer dizer, demoramos para conseguir uma formação estável e profissional, e quando conseguimos tinha passado a hora. As pessoas ouviam e, por causa do movimento de bandas death que estavam surgindo, diziam "não é brutal o bastante". Mas pô, não tem nada a ver, o nosso objetivo não era ser brutal, entende? Foi difícil.

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Whiplash! / Como está a cena nos EUA agora?

Steve Kachinsky / Horrível. Aqui é difícil pra cacete conseguir alguma coisa. Cara, os Estados Unidos estão afundados na moda. Pura moda. Aqui tudo é feito de moda. Tem pessoas que gostam, claro, de metal, o problema é que não há acessibilidade para adquirir ou mesmo ouvir material. Nisso, a Internet tem ajudado enormemente.

Whiplash! / Eu perguntei isso porque fiz uma entrevista com o David DeFeis há umas semanas e ele me disse que tinha alguma coisa acontecendo. Devagar, lentamente, mas estava acontecendo. Você concorda com ele?

Steve Kachinsky / David DeFeis do Virgin Steele?! Cara, eu gosto pra caramba de Virgin Steele. Como ele está? Existe data de lançamento para "The House of Atreus - Act II"? O "Act I" foi arrebatador.

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Whiplash! / É verdade, o disco conseguiu notas muito altas em revistas e zines de todo o mundo. Quando eu conversei com ele, o David disse que já tinha 70% do disco pronto. A essa altura do campeonato, ele já deve ter terminado. Ele é um maníaco de estúdio e é muito rápido com essas coisas. Ah, sim, ele mora em Nova Iorque.

Steve Kachinsky / Oh, sim. Vamos esperar pelo disco, então. Bem, eu devo concordar com ele. Está acontecendo pelo fato de que parece que há uma certa quantidade de pessoas que gostam de metal. E esse número parece aumentar. Mesmo que pouco ou seja quase imperceptível. Mas há pessoas que gostam e isso é bom. O que é mal é exatamente o fato de a mídia não ajudar, o que proporciona o esquecimento do estilo, já que o EUA é um país de modas, mesmo. Mas é aí que entra a Internet. É um lance legal. E para ambos os lados, porque você não precisa ter bilhões de dólares para arranjar um selo e mostrar sua música. Há sites grátis que você pode usar para colocar a sua música lá e um internauta vem, ouve a música e diz "nossa, eu nunca tinha ouvido falar dessa banda mas eles fazem um som foda!!". Para o fã é bom exatamente porque ele está conhecendo coisas novas.

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Whiplash! / Por que o EUA é tão diferente da Europa? Por que o metal não é tão popular aí?

Steve Kachinsky / Não sei, o povo daqui é estranho. Na verdade, são muito influenciáveis pela mídia, acho. Quero dizer, se o rádio diz que aquilo está na moda, eles ouvem. Se dizem que não está na moda, eles passam a odiar. Não é moda, é ruim. Se é moda, é bom. Não é assim na Europa, as pessoas não precisam desse negócio de uma moda vindo por cima da outra. Eles independem de moda. Se você ouve metal lá e vem techno nas rádios, você pode até ouvir techno, mas vai continuar ouvido metal, porque metal é bom. Se bem que a maioria dos fãs de metal ficam com o metal. E isso é bom, é outro ponto: a fidelidade. E além disso, as revistas dos US não ajudam em nada. Já na Europa encontramos revistas de peso como Metal Hammer, Heavy Oder Was?, Flash...

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Whiplash! / Falando em revistas, o que aconteceu com a Kerrang! ? Ela era uma ótima revista no passado, no começo, mas hoje em dia ela só traz alternativo.

Steve Kachinsky / A Kerrang! é uma revista que segue a moda. Digo, os caras são jornalistas e querem colocar o dinheiro no bolso. Se eles não colocarem artigos, entrevistas e etc. sobre aquelas bandas, ninguém vai comprar a revista. Então, eles não ganham. Eles se preocupam com as vendas, acho que estão pouco se importando se a banda é boa ou não, eles só querem vender.

Whiplash! / É como o lance de gravadoras, então. Se a sua banda não é comercial, não vende e você não vai conseguir um contrato.

Steve Kachinsky / [pronunciando cada sílaba] E-xa-ta-men-te!!! Isso é o que mata. É um saco. Tocamos a música que gostamos mas não podemos ter um CD porque não vende. Ainda bem que existem lugares como a Europa e a América do Sul, onde existem fãs que seguem a própria cabeça e não o que o rádio diz ou a tevê dizem.

Whiplash! / Sobre o disco, agora: "Dark Hallucinations" tem sido muito bem recebido pela crítica especializada no mundo inteiro e a Heavy Oder Was? elegeu o disco "O Álbum do Mês", onde deu 12 pontos de 12. Também recebeu notas máximas no Underground Empire e na That’s Metal. Além de, claro, inúmeras outras revistas que deram vários pontos ao disco. Na sua opinião, o que fez desse disco esse estouro?

Steve Kachinsky / [pensa um pouco] Sabe... essa é uma boa pergunta [risos]. Não sei, acho que as pessoas ouviram e gostaram porque, bem, em primeiro lugar, é metal. Depois, que as pessoas podem ver que há muita influência de bandas como Iron Maiden, Judas Priest e coisas assim, o que dá aquele toque de metal clássico no disco; além disso, as pessoas podem ver também que, apesar de termos influências pesadas de grupos da NWOBHM e metal oitentista, fazemos um som que tem a nossa cara. No disco você pode ver que há muito experimentalismo, há passagens que são thrash pra caramba e outras que já são bem mais trabalhadas com toques de progressivo. E aí é que está. Apesar do experimentalismo e de ter a nossa cara no disco, o álbum é simplesmente metal. Metal, metal, metal, o que o público de lá [da Europa] gosta. No mais, estamos mais maduros musicalmente, então foi um lance que ajudou muito.

Whiplash! / Em "Into the Void" você teve a participação do Bernie [Versilles, Agent Steel]. No "Dark Hallucinations", você teve de novo o Bernie e mais o Roy Z [Tribe of Gipsies, Bruce Dickinson]. Como você conseguiu esses caras pro disco?

Steve Kachinsky / Ah, o velho Bernie... na verdade, o Bernie se tornou um grande amigo nosso. Foi engraçado, porque a história começou há alguns anos atrás. Quero dizer, quando eu estava crescendo ouvindo o metal oitentista, tinha o Agent Steel, que eu considerava uma puta banda. Eu era louco pelo som dos caras. Na verdade, o Bernie foi uma das grande influências guitarrísticas que eu tive. E eu nunca nem tinha visto esses caras pessoalmente, e eles moravam aqui, em Los Angeles!! Bem, então, vários anos depois, um amigo meu me liga dizendo "cara, formei uma bandinha aí"... e eu "ah, legal, os músicos são legais?". E ele diz "ah, são legaizinhos. Um deles veio de uma banda Agent Iron, algum negócio assim.." e eu digo "hã?! Como é?! Explica isso direito!!! [risos] Não era Agent Steel??", e o cara "Aahhh! É isso aí, mesmo!!". Porra, eu fiquei gritando no telefone que não acreditava e que ia pro ensaio dos caras assim que marcassem um [risos]. Terminou que eu realmente fui pro ensaio e conheci o Bernie, que é um cara extremamente simpático e logo ficamos amigos. Então, quando fui lançar "Into the Void", não perdi tempo: chamei-o rapidamente para fazer uma participação especial. Ele aceitou e fomos correndo pro estúdio debulhar as guitarras. [risos] [N do E: a música em que Bernie participa é "Hate 2"].

Whiplash! / E quanto ao Roy Z?

Steve Kachinsky / Nós fomos gravar o disco em Burbank [N do E: cidade vizinha a Los Angeles, perto de Pasadena] num estúdio que era de ninguém menos que Roy Z. E era lá que ele produzia e/ou gravava os discos do Warrior, do Bruce Dickinson, desse novo projeto do Rob [Halford]... Bem, ele nos recebeu lá numa boa e fizemos amizade. Então, nesse período de gravações nós simplesmente perguntamos se ele estaria afim de fazer um som conosco. Ele estava, então sentou conosco na mesa e passamos as músicas pra ele. O cara conseguiu pegar tudo em 30 minutos!!! Daí, fomos gravar o disco.

Whiplash! / Algum deles ajudou na escrita das músicas?

Steve Kachinsky / Não, não. A não ser que você se refira à escrita dos solos, porque foi a única coisa que eles fizeram mesmo. E foi bom, porque os solos saíram de uma forma que não sairiam se fosse eu ou o John [Pons] tocando. O Roy e o Bernie colocaram o estilo deles ali e ficou muito legal. E tinha que ficar, mesmo, eles dão um banho em mim. [risos]

Whiplash! / Você acabou de lançar o "Messiah", que tem músicas bem diferentes entre si, ao contrário do "Dark Hallucinations", que tem as músicas seguindo um tipo de linha comum. Primeiro de tudo, porque "Messiah"?

Steve Kachinsky / Achamos que era um nome forte. Quero dizer, nós temos esse nome, "Prophet" {N do E: "profeta"], na banda e tínhamos algumas idéias sobre mitos bíblicos, então achamos que ‘Messiah’ seria o nome ideal, porque o Messias é aquele que pode mudar toda a vida de uma nação, um povo, uma raça. Pode mudar a vida de todos. E temos a música Messiah, que acho que é o ponto forte do disco. Então, achamos que era um bom nome para ele.

Whiplash! / O que os fãs podem esperar dele?

Steve Kachinsky / As pessoas podem, na verdade, esperar por um experimentalismo maior, sem, entretanto, que perca a cara do Steel Prophet, até porque nós temos essa cara meio esperimentalista pela diversidade de coisas que ouvimos dentro do metal. As pessoas podem esperar um disco mais maduro, com melhor produção, um nível mais elevado de composições, também. Apesar de que as músicas são um tanto mais diretas, mais "na cara". Quem gosta da velha escola metal vai gostar desse disco. Quem gostou do "Dark Hallucinations" só vem a gostar desse também, sem dúvida.

Whiplash! / Esse é seu disco favorito até agora?

Steve Kachinsky / Ele é, sim. Na verdade, quando estávamos escrevendo esse disco estávamos muito preocupados e temerosos. "Dark Hallucinations" tinha se saído extremamente bem e temíamos não conseguir fazer tão bem quanto ele. Quando fomos gravar, aconteceu a mesma coisa. Pensávamos se estaríamos fazendo a coisa certa por colocar aquele trecho ali ou se deveríamos acelerar aquele outro, e a gravadora estava exercendo uma pressão muito grande sobre nós, e se você não é uma pessoa que sabe lidar com isso, você não consegue dar tudo de si e não faz direito. Acho que foi um momento tenso na nossa carreira. Mas assim que lançamos, todo mundo começou a nos dar os parabéns e dizer que tinha sido um grande disco, melhor que o "Dark Hallucinations" até, o que nos deixou muito felizes. Realmente foi um alívio.

Whiplash! / Alguma chance de serem premiados com "O Álbum do Mês" na Heavy Oder Was? de novo?

Steve Kachinsky / Oh, nós conseguimos de novo, já.

Whiplash! / ...?? Conseguiram de novo o quê?!? Com o "Messiah"??

Steve Kachinsky / Sim, isso.

Whiplash! / Nossa!! É o segundo disco consecutivo de vocês a alcançar "O Álbum do Mês" na revista. Eu nem sabia disso, meus parabéns!!

Steve Kachinsky / Cara, muito obrigado, isso é muito importante para todos nós. Realmente é um prazer estar aqui e amamos todos vocês [N do E: começa a imitar com a boca um barulho como se fosse o da platéia gritando]. Sim, sim, obrigado, obrigado [começa a bater palmas também], oh, vocês são muito atenciosos... [risos gerais]

Whiplash! / Um lance curioso agora: por que você abre o disco com "The Ides of March"?

Steve Kachinsky / Bem, na verdade, não é realmente "The Ides of March", a música do Iron Maiden. A letra dela é baseada na história de Júlio César...

Whiplash! / Júlio César, você quer dizer aquela obra de Shakespeare??

Steve Kachinsky / [impressionado] Isso, exatamente! Você gostar de ler também, é? Bem, além disso tem o lance de que nesse mês, em Março, os guitarristas Randy Rhoads e Paul Kosoff [Free] ambos morreram no mesmo dia.

Whiplash! / É, foi em 19 de Março. Acho que também é a data do aniversário de alguém da banda, não?

Steve Kachinsky / Sim, é o meu. [risos]

Whiplash! / Oh, sério?! Então meus sinceros parabéns. Estou lhe dando adiantado porque eu provavelmente não vou falar com você no dia, então quero que saiba que lá no dia 19 vai ser muito especial porque você é uma pessoa muito especial na vida de todos nós e você fez uma diferença muito grande na minha vida e na de todos esses brasileirinhos aqui reunidos em prol de uma causa maior e...

Steve Kachinsky / [rindo muito] Oh, meu Deus, pare, não agüento mais de rir!! Está bem, está bem, eu vou aceitar os seus votos de Feliz Aniversário. Nem quero saber o que aconteceria se eu não aceitasse. [risos gerais]

Whiplash! / É bom mesmo [risos]. Mas, de qualquer forma, esse disco tem uma música chamada 07/03/47 (03 de Julho de 47). Essa não foi a data daquele Ufo que...

Steve Kachinsky / [interrompendo e completando] ...caiu aqui nos Estados Unidos, lá em Roswell [Novo México]. Exatamente! Essa é uma história muito famosa e é a continuação de "We’re Not Alone" [faixa do "Dark Hallucinations"]. Acreditamos que o governo tenha acobertado muitas coisas a respeito, assim como esse OVNI que veio parar aqui e tudo foi negado e até mesmo esquecido. Na verdade, é como se o governo soubesse de muita coisa mas escondesse tudo de nós por alguma razão. Eu acho que, na verdade, eles sabem, mesmo, de alguma coisa. Parece que é tudo uma conspiração, um plano, alguma coisa do tipo. É uma intriga "do outro mundo". Trocadilho horrível, né? [risos gerais]

Whiplash! / Quem é que fica por dentro desses assuntos de Aliens na banda? Você?

Steve Kachinsky / Não, na verdade quem gosta mais desses assuntos é o Rick. Ele lê sobre essas coisas e até estuda sobre isso. Alguns fenômenos e etc.

Whiplash! / Você acredita nesse lance de Aliens?

Steve Kachinsky / Eu realmente não sei ao certo em que acreditar. O Universo é realmente grande, não acho possível que só existamos nós nele. Tem que haver mais alguém. E tem o lance do governo também. Se não existisse porcaria nenhuma, não acho que eles iriam acobertar alguma coisa. Mas eles parecem fazer questão que o povo esqueça o que aconteceu. Acho que há alguma coisa por trás disso tudo. Não sei se há realmente aliens andando entre nós por aí, nas ruas, ou se eles vêm aqui com freqüência, mas é, eles devem existir. Não estou 100% certo de uma coisa ou de outra para afirmar algo com tanta firmeza, mas sou mais balançado pro lado de que eles devem existir.

Whiplash! / Você vê filmes a respeito?

Steve Kachinsky / Ah, não, não. Na verdade, eu nem assisto tantos filmes nem muita TV. E não sou muito fã desse gênero, também. Não gosto de filmes de terror nem nada desse tipo. Sabe, eu já vejo desgraças demais no mundo real. Eu procuro outra coisa nos filmes. Eu prefiro as comédias, pois eu gosto muito de rir [N do E: percebe-se. Antes de começar a entrevista, ele contou duas piadas], então se eu for assistir alguma coisa, vai ser algo engraçado.

Whiplash! / E qual seu programa de TV favorito?

Steve Kachinsky / Cara... é Seinfeld.

Whiplash! / Putz. Da Sony Entertainment Television?

Steve Kachinsky / Oh, isso mesmo!! Eu adoro Seinfield, é muito engraçado. Eu me lembro de um episódio da chave...

Whiplash! / [interrompendo] Meu Deus do céu, não acredito que você assistiu esse episódio!!! Ele ficava tentando esconder a chave do apartamento e escondia nos lugares mais idiotas que havia para esconder.

Steve Kachinsky / [rindo muito] É isso mesmo. Kramer escondeu a chave no apartamento de Jerry, e quando ele e Elaine chegaram em casa, Jerry foi até a gaveta e quando abriu, retirou a chave!! Kramer olhava pra ele sem acreditar que ele tivesse descoberto, foi simplesmente hilário!!! [N do E: ele fica rindo muito e fica contando vários episódios de Seinfield até que se ouve um barulhão]

Whiplash! / Que diabos foi isso?!

Steve Kachinsky / [ainda rindo] Cara, eu caí da cadeira de tanto rir, nem acredito [N do E: ele estava rindo muito, mesmo]. Oh, Deus, deixe-me recuperar o controle. Pronto. [N do E: ele ainda fica ameaçando rir um pouco e depois se controla]

Whiplash! / Nossa, você ri mais do que eu assistindo Cosby. Mas bem, vamos retomar a entrevista... {N do E: ele fica dizendo que essa estava sendo uma das entrevistas mais engraçadas que ele tinha feito] Na faixa "Goddess Arise" você usou três vocalistas para os coros. Quem foram esses vocalistas?

Steve Kachinsky / Bem, foram eu, o John [Pons] e uma vocalista feminina [N do E: o nome dela é Jean]. Dublamos as vozes seis vezes, até que conseguimos 18 (!) vozes para o coral. Ficou bem legal o resultado final, acho.

Whiplash! / Em "Mysteries of Iniquity" pode-se ouvir umas batidas meio be-bop jazzísticas. Você não ficou com medo de que os fãs pudessem pensar que o Steel Prophet estava tomando outra direção?

Steve Kachinsky / Ah, não, não, de modo album. Essas batidas não são resultado de uma mixagem à lá techno ou dance ou coisa do tipo. Nós colocamos a batida na bateria, mesmo, digo, com os pedais fizemos um lance mais power ou coisa do tipo. É como eu lhe disse gostamos bastante de fazer experimentalismos e nesse disco tem bastante disso [de experimentalismo]. Por enquanto ninguém nos falou de estilo diferente ou coisa do tipo. Na verdade, eu acho até legal porque conseguimos colocar algumas influências diferentes ali no meio sem descaracterizar o nosso estilo metal. Nosso disco é metal, é pesado e apenas ficamos felizes por termos conseguido alcançar o resultado pretendido.

Whiplash! / O Rick [Mythiasin, vocal] era viciado em Metamfetaminas no passado, o que teve parte no processo de escolhe do nome "Dark Hallucinations". Ele ainda usa esse tipo de coisa?

Steve Kachinsky / Não, isso tem tempo, foi na época do "Into the Void", ele já se distanciou há tempos desse tipo de coisa. Naquela época ele estava com vários problemas com drogas e etc., mas ele felizmente já superou isso tudo. Ele está perfeitamente bem agora.

Whiplash! / Steve, quando você era mais jovem - adolescente, pra ser mais exato - você estava bem familiarizado com as artes. Na verdade, você começou a carreira com artes. Quando tinha 14 anos, você era bom com desenhos a lápis, caneta, até tinta. Você ainda desenha?

Steve Kachinsky / Oh, sim, desenho. Eu ainda gosto muito de desenhar. Claro que não possuo o mesmo tempo livre de quando era adolescente, então desenho muito menos, mas tenho algumas coisas aqui. Mas... como diabos você descobriu isso?! [risos] Ah, eu tenho umas pinturas a óleo, que eu gosto muito.

Whiplash! / Quantos quadros a oléo você tem?!

Steve Kachinsky / Uns 10 ou 15... você desenha também?

Whiplash! / Digamos que eu tento. Mas provavelmente não são tão bons quanto os seus desenhos...

Steve Kachinsky / Ahhhh, modestão!! Como você sabe? Nem viu os meus ainda! [risos]

Whiplash! / Ah, é, mas você tem cara de profissional...

Steve Kachinsky / Cara de profissional, mas que diabos..?! [gargalhadas] Cara, você é doido. Mas está bem, talvez um dia você possa vir aqui em casa e eu lhe mostrarei meus desenhos. Mas aí você também terá que trazer alguns desenhos seus para que eu possa ver.

Whiplash! / Combinado, então [N do E: ele fica rindo e dizendo que eu vou trapacear]. Steve, vou fazer uma pergunta pessoal agora, espero que você não se importe. Eu ouvi dizer que você é adotado, isso é verdade mesmo?!

Steve Kachinsky / [visivelmente impressionado] Porra, agora você vai ter que falar, como no inferno você foi descobrir isso?! Caramba, você tem o quê? Um dossiê sobre mim?! [risos]

Whiplash! / Ah, digamos que um passarinho me contou...

Steve Kachinsky / Esse passarinho tinha dois braços, duas pernas, uma boca, nariz, dois olhos e falava inglês?

Whiplash! / [risos] Está bem, foi um amigo meu que disso isso e eu quis tirar a prova.

Steve Kachinsky / Tudo bem [risos]. Bem, sim, eu sou adotado mesmo. Fui adotado com 3 meses ainda, era bem novinho.

Whiplash! / Mas você soube disso desde o começo ou foi descobrir muito mais tarde?

Steve Kachinsky / Ah, eu soube disso desde que me conheço por gente, desde o começo, mesmo. Desde que consigo me lembrar. Uns 4 ou 5 anos, sei lá. Tem muito tempo, mesmo. Meus pais [adotivos] acharam melhor me contar no início para que eu não sofresse um baque muito grande depois.

Whiplash! / Entendo. E você conhece seus pais biológicos?

Steve Kachinsky / Não, infelizmente, não. Nunca nos falamos. Eu não cheguei a conhecê-los, nem sei se ainda estão vivos. Nunca trocamos nem cartas nem telefonemas. Nada.

Whiplash! / Certo. E como está a sua mãe [adotiva]? Ouvi dizer também que ela não ia muito com a cara das capas e letras dos discos do Steel Prophet...

Steve Kachinsky / [rindo alto] Ah, é verdade. No começo, quando me decidi por largar o desenho e encarar uma banda, ela não gostou muito da idéia. Ela ficou meio desapontada quando comecei a escutar Heavy Rock e pedi uma guitarra, logo depois. Lembro que minha mãe ouviu Deep Purple e disse "por que ele tem que gritar desse jeito?" [risos gerais]. Mas hoje eles acham legal eu Ter conseguido algum reconhecimento pelo que faço. Mas mesmo assim, minha mãe ainda olha para as letras e pergunta: "por que elas são tão sombrias? Você não poderia escrever sobre alguma coisa mais feliz?". [risos]

Whiplash! / E o seu pai?

Steve Kachinsky / Ah, ele não liga muito. Para ele o que deixar minha mãe feliz é bom. E ele acha legal o fato de eu finalmente estar me dando bem nisso. É até engraçado, porque eu estava em tour recentemente e toquei na Áustria, e ele dizia "você tocou na Áustria?" e eu falava que sim, e ele "ah, eu estive lá em 1940 e alguma coisa, quando não-sei-quem detonou não-sei-o-quê". [risos]

Whiplash! / Falando em Áustria, o que você achou de Joerg Haider assumir o poder no país?

Steve Kachinsky / Um absurdo sem tamanho. Diabos, o que aquele cara está fazendo lá? Eu não entendo como ele ainda pode dizer que não é nazista. Todas as evidências apontam exatamente o oposto. O cara já fez parte do Partido da Liberdade [N do E: agremiação formada por dois nazistas onde um deles era ex-oficial da SS] e chegou a ser líder do movimento alguns anos mais tarde. Os pais eram nazistas, ele conviveu a vida inteira com isso. Como não seria? Acho que tanto os EUA como a Bélgica fizeram bem em retirar de campo seus embaixadores. A Áustria não vai ser mais país neutro de nada. Só espero que isso tudo não vá muito longe.

Whiplash! / Eu também. Mas você há pouco estava falando de turnês. Vocês estavam tocando com o Edguy e com o Gamma Ray, como foi a tour?

Steve Kachinsky / Foi muito legal, ambas as bandas nos trataram muito bem. Nós tínhamos ouvido que, por sermos americanos, não seríamos bem recebidos pelas bandas européias e tal, mas rolou justamente o contrário. Todos nos trataram super bem, fomos aos bares juntos, bebemos juntos e eles disseram "é, vocês são dos nossos" [risos]. Foi bem legal, adoramos tocar com eles. Inclusive nos demos muito bem com o pessoal do Edguy, com quem mantemos contato até agora.

Whiplash! / Já que rolou participação do Bernie e do Roy Z no Steel Prophet e o Edguy já teve várias participações de outros músicos nos discos deles {Timo Tolkki, Hansi Kursch], há alguma chance de rolar uma aparição do Edguy num disco de vocês ou o contrário?

Steve Kachinsky / Sempre há a possibilidade. Claro. É uma coisa a se ver. Mas o [nosso] baixista [Vince Dennis] montou um projeto com o Dirk [Sauer, guitarra] do Edguy. Não ouvi muita coisa, mas parece bem interessante.

Whiplash! / Sério? Que estilo é?

Steve Kachinsky / É uma coisa mais progressiva, parece com Dream Theater ou algo do tipo. O Vince gosta muito de progressivo.

Whiplash! / Você gosta também?

Steve Kachinsky / Hell yeah, progressive kicks ass, man!!

Whiplash! / O que você gosta de progressivo?

Steve Kachinsky / Do progressivo atual tem o Dream Theater, que é muito bom, os instrumentias então nem se fala... tem coisas pesadas como o Symphony X... aliás, aquele guitarrista do Symphony X é um monstro.

Whiplash! / É, o Michael Romeo. Ele é dos US, também.

Steve Kachinsky / É, ouvi falar. Muito bom, o cara. Bem, de qualquer modo, eu cresci ouvindo, além de metal, coisas do rock progressivo como Genesis, Yes, King Crimson...

Whiplash! / E o que você tem ouvido ultimamente?

Steve Kachinsky / Tenho ouvido Trouble, Solitude Aeternus, Iced Earth, o novo do Bruce Dickinson, que está animal. Aliás, o disco foi gravado aí no Brasil, não é?

Whiplash! / Isso! "Scream for me Brazil!".

Steve Kachinsky / Cara, a platéia é absurda nesse disco. Assim que eu ouvi, eu disse "tenho que tocar no Brasil!!" É uma loucura aí!! Já tem bastante tempo que me dizem que os melhores lugares para se tocar são a Grécia e o Brasil. Os fãs daí são muito conhecidos.

Whiplash! / Bem, estamos esperando vocês. Ninguém os chamou ainda?

Steve Kachinsky / Infelizmente, não. Se nos chamarem, iremos com certeza.

Whiplash! / Espero que isso aconteça em breve. Bem, Steve acabaram-se minhas perguntas. Queria agradecer você pela entrevista e perguntar se você tem algum comentário final sobre qualquer coisa?

Steve Kachinsky / Bem, eu gostaria de agradecer a você, Kennedy, e a todos da Whiplash! por me concederem essa entrevista aí. Gostaria de dizer, também, que esperamos ir no Brasil tão logo quanto possível, pois realmente queremos ver com nossos olhos a força do público metaller brasileiro. Por último, mas não menos importante, vai o meu agradecimento aos fãs, que nos deram todo o apoio - e acreditem, precisamos disso. Muito obrigado a todos e vemos vocês na próxima tour.

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