Matérias Mais Lidas


Brujeria: O tão falado show da "favela" carioca

Por Rodrigo Freire
Postado em 23 de março de 2014

Na apresentação do Brujeria no RJ, Juan Brujo chamou de "Favela" o local da última apresentação da banda. Muita gente que estava no Teatro Odisseia em 2014, sete anos depois, riu muito da piada do vocalista. Alguns dos presentes, como eu, que estavam na fatídica apresentação, riram com gosto da coisa, mas afinal de contas, muito pouco se sabe sobre o show da favela. Muitos bangers que não estavam lá e a galera mais nova estava curiosa. Afinal, O que foi isso?

Quando começou a circular o boato que o Brujeria iria tocar no RJ, muita gente duvidou. Nenhuma casa de show anunciava o evento, apenas um post no finado Orkut (além do boca a boca) anunciava o grupo pseudo mexicano em um lugar um tanto que inusitado: Duque de Caxias, município "Chapa quente" (na gíria carioca) da baixada fluminense, por um preço convidativo: R$ 20. Lugar que, até onde eu sabia na época, não tinha nenhuma casa de show com porte para um evento desse calibre.

Brujeria - Mais Novidades

CONTINUA DEPOIS DA PUBLICIDADE - TAB 1

Naquela tarde de domingo posterior ao show do The Police no Maracanã (alguns foram quase virados), nos encontramos no Centro de Niterói para pegar a van que alguns dos lojistas que estavam promovendo o show alugaram. Seguimos.

Ao chegar em Caxias, a primeira surpresa: o show iria ser na quadra de um tipo de clube, que ficava BEM longe do centro, em uma enorme ladeira, em um bairro residencial. Lugar que olhava torto para os grinders chegando em excursões de todo estado. Logo que desembarquei, encontrei meus amigos do Unliver, que foram uma das trocentas bandas de abertura do evento.... e aí começa o desencontro de informações com o que foi contado na mídia especializada.

CONTINUA DEPOIS DA PUBLICIDADE - TAB 2

Foi largamente publicado que o time (de qual esporte não sei ao certo) do clube precisou treinar e isso atrasou a abertura da casa, isso ocorreu segundo alguns, mas não foi só isso. O primeiro grande problema foi com a bateria do evento, um instrumento surradíssimo que seria para todas as bandas (até para o principal). Na época, Adrian, recém saído do Cradle of Filth, recusou-se a tocar no instrumento em petição de miséria. Os organizadores saíram loucos atrás de uma bateria em melhor estado para alugar, nas barbas do show começar.

Problema resolvido? Nem tanto. Durante a passagem de som, vi claramente Jeff Walker saindo do camarim pela esquerda do palco, com uma lata de cerveja na mão e com uma cara nada agradável. Ele olhava desolado para tudo e dava para ler o pensamento dele: "O que eu tô fazendo aqui?" Bem irritado, o baixista teve uma reação bem reprovável, pegou o microfone e gritou: Bullshit!! (besteira, merda) e jogou com raiva no chão. Se fosse dele ele faria isso?

CONTINUA DEPOIS DA PUBLICIDADE - TAB 3

Outro detalhe interessante foi que o Brujeria tocou com material emprestado. Parece que parte do acordo não foi cumprido e faltava ferragens de bateria. Assim, gentilmente a banda de abertura Unliver cedeu suas peças, peguei na mão a caixa com a pele autografada pela banda, já que sou bem amigo dos caras.

Mas o pior estava por vir...

CONTINUA DEPOIS DA PUBLICIDADE - TAB 4

Na frente do palco não tinha nenhum tipo de proteção, só uma corda. Aquilo bateu mal quando eu entrei na quadra, alguma coisa dizia que não ia dar certo. Para piorar, não havia seguranças no palco. Havia também uma escada que dava LIVRE acesso ao público para o palco. Estava anunciada a tragédia...

Começa Brujeria com som embolado (novidades?) e logo em uma das primeiras músicas a guitarra para! La guitarra se murió! Gritou Fantasma. Problema resolvido rápido. Mas o pior se aproximava.

Em La Migra, já no fim, um infeliz rouba o chapéu de Jeff Walker. Eu estava numa posição em um tipo de escada à direita do palco e vi a cena de camarote. Tudo para. Jeff não quer voltar. Um dos organizadores manda acender as luzes e protagoniza um verdadeiro fiasco: pede que o ladrão devolva o chapéu, que ganharia fotos e autógrafos com a banda. Que meigo.

CONTINUA DEPOIS DA PUBLICIDADE - TAB 5

Anunciando que "com uma grande demonstração de profissionalismo" a banda volta ao palco e termina o show. Já nos primeiros minutos de segunda-feira voltamos para casa.

Com o passar do tempo, soube que o chapéu voltou para Jeff, uma menina tomou do ladrão e mandou para ele via sedex. Boatos? Quem me disse também é um grande amigo e afirmou que foi uma ex-namorada dele. Só se diverge onde isso ocorreu. Na imprensa saiu que o cara foi para um show de metal com o chapéu, a minha "fonte" afirma que foi na finada festa rave DDK, no mítico Cine Íris, centro da boemia carioca.

O fato é que Ana, a responsável pelo retorno do chapéu ao dono foi apresentada ao público no Teatro Odisseia, fechando mais um hilário capítulo do extremo underground do Rio de Janeiro!!

CONTINUA DEPOIS DA PUBLICIDADE - TAB 6

Vale lembrar que o evento de Caxias continuou em atividade trazendo Paul D'ianno, Angra, Krisiun e (acredite se quiser) Mayhem. No Mayhem eu estava, e a organização foi bem melhor.

Um grande amigo meu sempre disse que quem frequenta o underground do som pesado tem história para contar....

Compartilhar no FacebookCompartilhar no WhatsAppCompartilhar no Twitter

Siga e receba novidades do Whiplash.Net:

Novidades por WhatsAppTelegramFacebookInstagramTwitterYouTubeGoogle NewsE-MailApps




publicidadeAdriano Lourenço Barbosa | Airton Lopes | Alexandre Faria Abelleira | Alexandre Sampaio | Alex Juarez Muller | André Frederico | Ary César Coelho Luz Silva | Assuires Vieira da Silva Junior | Bergrock Ferreira | Bruno Franca Passamani | Caio Livio de Lacerda Augusto | Carlos Alexandre da Silva Neto | Carlos Gomes Cabral | Cesar Tadeu Lopes | Cláudia Falci | Danilo Melo | Dymm Productions and Management | Efrem Maranhao Filho | Eudes Limeira | Fabiano Forte Martins Cordeiro | Fabio Henrique Lopes Collet e Silva | Filipe Matzembacker | Flávio dos Santos Cardoso | Frederico Holanda | Gabriel Fenili | George Morcerf | Henrique Haag Ribacki | Jesse Alves da Silva | João Alexandre Dantas | João Orlando Arantes Santana | Jorge Alexandre Nogueira Santos | José Patrick de Souza | Juvenal G. Junior | Leonardo Felipe Amorim | Luan Lima | Marcello da Silva Azevedo | Marcelo Franklin da Silva | Marcio Augusto Von Kriiger Santos | Marcus Vieira | Maurício Gioachini | Mauricio Nuno Santos | Odair de Abreu Lima | Pedro Fortunato | Rafael Wambier Dos Santos | Regina Laura Pinheiro | Ricardo Cunha | Richard Malheiros | Sergio Luis Anaga | Silvia Gomes de Lima | Thiago Cardim | Tiago Andrade | Victor Adriel | Victor Jose Camara | Vinicius Valter de Lemos | Walter Armellei Junior | Williams Ricardo Almeida de Oliveira | Yria Freitas Tandel |
Siga Whiplash.Net pelo WhatsApp
Anunciar bandas e shows de Rock e Heavy Metal

Sobre Rodrigo Freire

Rodrigo Freire, nascido no ano que Ozzy Deixou o Black Sabbath, é guitarra e vocal da banda de Doom/Black Silentio Mortis, já tendo participado de diversos outros projetos frustrados do underground. Ouve do extremo grindcore e punk, mas nutre uma paixão pelo som prog/ psicodélico da década de 70. É professor e linguista nas horas vagas.
Mais matérias de Rodrigo Freire.

 
 
 
 

RECEBA NOVIDADES SOBRE
ROCK E HEAVY METAL
NO WHATSAPP
ANUNCIAR NESTE SITE COM
MAIS DE 4 MILHÕES DE
VIEWS POR MÊS