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Shadowside: Cinco perguntas para a vocalista Dani Nolden

Por Thiago El Cid Cardim
Fonte: Observatório Nerd
Postado em 09 de junho de 2011

1) O que anda tocando no MP3 player da Dani? Você experimenta bandas novas ou ainda prefere ficar com os ouvidos ligados nos clássicos?

Dani: Nesses últimos dias, toca "Inner Monster Out" da Shadowside o tempo todo! (risos). Eu ainda não enjoei do disco, gostei tanto do resultado final que realmente acabou se tornando uma coisa que eu gosto de verdade de ouvir, não só de cantar. Mas é claro que não sou narcisista a ponto de escutar apenas a minha própria banda...(risos) Eu gosto muito de escutar bandas relativamente novas, coisas mais atuais como Disturbed, Rammstein, Avenged Sevenfold, eu acho esse tipo de som muito interessante, gosto do peso, da energia, porém nunca deixo de escutar meus antigos ídolos. Ainda rola muito Judas Priest, Deep Purple, Skid Row, Kiss e algumas coisas mais alternativas como Skunk Anansie.

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2) Aliás, na era da disseminação do MP3 e dos muitos aparelhinhos digitais, você acredita que ficou mais fácil (pela facilidade de divulgação) ou mais dificil (pelo desapego dos fãs dos CDs físicos) para uma banda que começa de maneira totalmente independente?

Dani: Eu sinceramente acredito que continua tão difícil quanto sempre foi. Não está mais fácil, nem mais complicado. O grande problema continua sendo se fazer ouvir... hoje podemos ter os meios de expor o material mais facilmente, supostamente para todo o mundo, mas existem tantas bandas que encontrar algo de qualidade de uma banda nova é como procurar uma agulha em um palheiro. Não que existam poucas bandas boas, ao contrário, existe muita coisa excelente que infelizmente acaba sufocada no meio de tantas outras que não valem a pena. Veja o MySpace ou o Facebook... existem incontáveis páginas de bandas e ninguém vai visitar uma por uma. Os músicos continuam precisando trabalhar e muito para provar que merecem uma chance, além de serem obrigados a serem mais criativos que os outros, não apenas na música, mas também na forma de chamar a atenção. Você tem que conseguir a atenção do seu futuro fã em potencial, mas sem encher o saco dele, sem spam. Começar nunca será fácil, mas vale a pena.

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3) Vocês fizeram uma turnê com o W.A.S.P., abriram para o Iron Maiden, gravaram o novo CD com participações de músicos do Dream Evil, do Soilwork, do Dark Tranquility... Estar ao lado destes medalhões faz aflorar o seu lado fã ou você consegue se controlar? =)

Dani: Eu nunca tive esse lado "fã", acho que pedi apenas 2 ou 3 autógrafos em toda a minha vida, depois deixei de pedir porque achava que aquele "rabisco" tinha estragado meu encarte (risos). Também sempre vi músicos de forma muito natural, como simples pessoas que por acaso vivem da arte. Hoje todos eles são apenas colegas de trabalho, exceto o Iron Maiden, para eles apenas rockstars são colegas de trabalho, na minha opinião (risos). Nós estamos apenas engatinhando, perto deles. Mas por tudo isso, não sinto a necessidade de ter auto-controle... o máximo que acontece é sentir que aquilo tudo não parece real, afinal uma banda como o W.A.S.P. tem mais tempo de estrada que eu de idade, dá um certo frio na barriga imaginar que depois de tanto esforço, você está recebendo a oportunidade de tocar ao lado de alguém que você admira e tem uma carreira sólida e bem-sucedida. Leva um tempo para você se permitir acreditar que tudo está mesmo acontecendo.

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4) Muito tem se falado nos últimos meses sobre a necessidade (ou não) de uma maior união das bandas brasileiras de metal e do apoio dos fãs brasileiros aos grupos de nosso país. O que você acha do assunto? Apoiamos o metal nacional só por ser nacional ou ainda falta um salto de profissionalismo para quem quer sair do underground?

Dani: Sinceramente, um pouco dos dois. O que o brasileiro tem que parar de fazer é torcer contra. Ninguém precisa gostar de uma banda só pelo fato dela ser brasileira, mas também não precisa desejar o fracasso das bandas que você não gosta. Não precisa fazer torcida organizada. "Gosto daquela banda, então todo o resto é lixo!". O único apoio que eu acho que o público precisa dar é escutar aquilo que o agrada, independente de ser nacional ou estrangeiro, mas ter orgulho de tudo aquilo que alcança sucesso e sai daqui. Não importa se você escuta Sepultura, mas você deve ter um orgulho imenso do que eles conquistaram, por exemplo. Mas sobre a falta de profissionalismo... ela existe? Sim, existe. A maioria das bandas não consegue a mesma qualidade de som que as bandas estrangeiras conseguem. Não existe a possibilidade de se fazer turnês no Brasil como acontece nos Estados Unidos e Europa. A grande maioria das nossas bandas são amadoras. Tem motivos pra isso? Claro que tem! A realidade brasileira não é como a dos europeus e americanos. Nós, músicos, sabemos como tudo é muito mais difícil para uma banda brasileira. Porém, o público não quer saber disso, e eles tem razão. Eles apenas querem música de qualidade. Ele quer colocar uma música pra tocar e gostar, não pensar "essa gravação é meio ruim, mas como eles são brasileiros, este é o melhor disco do mundo!" Portanto, cabe a nós, músicos, trabalhar dobrado para fazer acontecer, se quisermos, é claro. Não acho que temos que nos fazer de vítimas, porque nós escolhemos esse caminho... quando eu tinha 15 anos, ninguém apontou uma arma para mim e disse "você vai ser cantora". Eu que escolhi isso, então agora é problema meu se eu vou ter que passar noites em claro e lutar duas vezes mais que os europeus para conseguir alguma coisa. Gravar um disco é fácil, você grava em qualquer estúdio ou até mesmo em casa, gravar um disco bom já não é tão simples, gravar um disco excelente é complicadíssimo. Nós, na Shadowside, encontramos nossa qualidade de som internacional agora, gravando na Suécia com o Fredrik Nordström. Levamos dois álbuns, quase uma dezena de turnês no exterior sem luxo algum para finalmente conseguirmos levantar os recursos para fazer isso acontecer. Antes de isso ser possível, sempre procuramos fazer o melhor que estava ao nosso alcance. Começamos com um EP gravado no estúdio aqui do lado da minha casa e melhoramos aos poucos. Conforme a banda cresce, nós procuramos também elevar o nível do que apresentamos ao nosso público antigo e ao novo que ainda vai escutar. E eu quero que os fãs no Brasil gostem de nós porque acharam a música interessante, não porque somos brasileiros. O público tem que fazer a parte dele... tem que comprar o material e ir aos shows das bandas que o agradam. E os músicos tem que evoluir cada vez mais, sempre atrás do máximo que eles podem oferecer.

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5) O fato de ser uma mulher à frente de uma banda de metal te traz algum tipo de dificuldade adicional? Afinal, durante muitos anos, o gênero sempre foi associado a algo como "música de macho". E falando nisso: ser tratada como musa por parte de seus fãs te incomoda de alguma maneira?

Dani: Não me incomoda nem um pouco, mas também não é algo que eu busco... eu vejo isso como um elogio, sem basear minha carreira nisso, afinal eu não quero me aposentar cedo e o tempo passa para todos (risos). O fato de ser mulher não tem realmente complicado minha vida (risos). Eu apenas vejo algumas situações engraçadas, de pessoas falando que não gostam de Shadowside porque não gostam de "gothic metal". Então quando perguntados se já escutaram Shadowside, eles admitem que não, mas assumiram que somos uma banda "gótica" por sermos uma banda com uma mulher nos vocais. Apesar de odiarmos isso, somos sempre obrigados a deixar nossos perfis na internet com aquele irritante "auto-play", para que entendam nosso som antes de nos julgarem para o bem ou para o mal por eu ser mulher (risos). Não, isso é brincadeira... eu realmente acredito que a grande maioria já sabe que "vocal feminino" não significa mais um tipo de som específico. O Inner Monster Out é um trabalho pesado, com um toque de moderno, porém bem musical, com melodias grudentas sem deixar de lado nossas raízes tradicionais e está bem diferente do padrão atual, seja para bandas com homens ou mulheres nos vocais. Não acredito que ser mulher vai trazer qualquer vantagem ou desvantagem, mas esse disco vai ser mais uma coisa nova, que uma mulher ainda não havia feito.

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Sobre Thiago El Cid Cardim

Thiago Cardim é publicitário e jornalista. Nerd convicto, louco por cinema, séries de TV e histórias em quadrinhos. Vegetariano por opção, banger de coração, marvete de carteirinha. É apaixonado por Queen e Blind Guardian. Mas também adora Iron Maiden, Judas Priest, Aerosmith, Kiss, Anthrax, Stratovarius, Edguy, Kamelot, Manowar, Rhapsody, Mötley Crüe, Europe, Scorpions, Sebastian Bach, Michael Kiske, Jeff Scott Soto, System of a Down, The Darkness e mais uma porrada de coisas. Dentre os nacionais, curte Velhas Virgens, Ultraje a Rigor, Camisa de Vênus, Matanza, Sepultura, Tuatha de Danaan, Tubaína, Ira! e Premê. Escreve seus desatinos sobre música, cinema e quadrinhos no www.observatorionerd.com.br e no www.twitter.com/thiagocardim.
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