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Iron Maiden: Essencial para todo fã do grupo inglês

Resenha - Book Of Souls - Iron Maiden

Por Ricardo Pagliaro Thomaz
Postado em 06 de novembro de 2015

Nota: 9 starstarstarstarstarstarstarstarstar

Este ano fomos agraciados com mais um álbum da veterana banda britânica Iron Maiden, banda que eu tenho um enorme apreço já faz muitos anos, e que sempre nos trouxe muitas alegrias, falando de temas delicados, e quase sempre ocultistas e místicos. Aliás, esta característica do sobrenatural permeia praticamente todo o álbum novo do grupo, The Book of Souls, disco que, segundo fontes e entrevistas, será o derradeiro álbum de estúdio do Iron Maiden. Claro que isso para mim é motivo de grande tristeza, mas também fico muito contente que a banda esteja fechando sua carreira com um excelente disco e uma carreira invejável.

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Vencido o câncer que Bruce Dickinson teve na língua, a banda resolveu imediatamente começar os trabalhos de seu último disco de carreira. E que forma mais bacana de terminá-la, um disco duplo! Não há álbuns duplos na discografia do Maiden, pelo menos não de estúdio, portanto, isso representa algo bem grande para a banda, uma carta de agradecimento e carinho com seus fãs que os acompanhou durante todos estes anos e também um final de estrada sensacional e majéstico para uma banda que criou um grande legado, influenciando inúmeras pessoas ao redor do globo e que pode se gabar de sair de cena no topo de sua carreira, uma vez que, mais uma vez, um disco do Maiden foi sucesso de vendas.

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Não só a banda é uma grande inspiração, mas também seu frontman, Dickinson, músico, um exímio vocalista, piloto, empresário e um guerreiro, um exemplo como artista e como pessoa para qualquer um que o acompanhe. Tenho uma grande admiração por ele e um enorme prazer de falar sobre o seu trabalho. Embora os três últimos álbums do Maiden não tenham sido meus grandes favoritos, muito por eu achar que a banda meio que estava no piloto automático com eles, você pode pegar qualquer disco do grupo que sempre achará coisas interessantes por lá. Mas este, cara, é um show a parte! Na minha opinião, o melhor álbum do Maiden desde o excelente Brave New World (2000).

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Fica até difícil escolher aqui uma favorita. O primeiro CD abre e "If Eternity Should Fail" resume muito o arquétipo lírico que o Iron empregou durante toda sua carreira, que é a morte e o ocultismo, aqui através dos olhos de um shaman, um curandeiro. Fica então aquela dicotomia entre vida e morte, ou seja, o ser que cura falando sobre o estado de morte, quando ele começa a cantar "Here is the soul of a man, here in this place for the taking". Depois tem "Speed of Light", que é praticamente um tema de ficção-científica com uma instrumentação muito boa. Além da música, ganhamos um clipe muito legal, onde Eddie passa por diversas fases dos videogames, desde os 16 bits com Donkey Kong, passando por Contra, Mortal Kombat, até chegar nos FPS do tipo Call of Duty de hoje. Um dos clipes mais legais do Maiden que eu já vi, até porque também sempre fui gamer.

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Em "The Great Unknown", além da instrumentação e das passagens excelentes que são marca registrada do grupo, há a ótima letra falando do medo pelo desconhecido, das coisas que o homem não entende, e por isso acredita que a morte e o apocalipse sempre se encontram à espreita.

Vem em seguida o primeiro épico do álbum, "The Red and The Black", um épico cheio de dicotomias e lados, quando vemos que The Red (o sangue, penso eu), e The Black (a morte, a escuridão), dois elementos aparentemente opostos, colidem em uma batalha, e isso podemos ver bem no verso "The black jack king and the red queen clash", enquanto nós, seres humanos ignorantes, tomamos lados, mas não percebemos que qualquer força oposta no mundo dos homens está disposta a assumir o controle, e não a nos salvar de nossas próprias angústias, e todo este sofrimento porque não nos dispomos a sermos mais inquisitivos e questionar a todos, não confiando jamais no mundo dos homens para nada. Eu não preciso mencionar a instrumentação excelente e algumas das melhores passagens instrumentais do Maiden em tempos, mas já que acabei de mencionar, também aproveito para falar que o coro de "oh, oh, oh, oh, oh" presente no refrão será devidamente seguido pelos fanáticos durante a turnê.

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"When the River Runs Deep" é uma acelerada que opta justamente por falar das coisas das quais não temos controle e que nosso destino é sempre uma incógnita, quer peguemos o caminho para cima, ou para baixo quando estamos na encruzilhada da vida, pois decidimos ir até o fim do rio que a permeia.

Chegamos no fim do primeiro cd com o épico "The Book of Souls", um excelente épico que resume muito bem os temas destacados até então no álbum; fala sobre o equilíbrio de forças e o destino das almas, a dicotomia entre estar tentando alcançar uma força oposta ao elemento que nos encontramos, como na passagem "They were praying to the gods of nature and were living in the cities of stone", e a sempre angustiante ideia da passagem do tempo, de que tudo um dia acaba, a riqueza, o poder e as almas passam através dos astros e atingem seu destino definido por suas vidas. A riqueza de arranjos e as passagens sempre certeiras e excelentes com a marca registrada do Maiden são a cereja do bolo e fecham com primor o primeiro disco.

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Passemos para o segundo cd, que eu coloco tremulamente no player após a audição magnânima de um trabalho, até então primoroso. Apesar de o segundo disco do álbum não ser tão bom quanto o primeiro, também possui o ótimo trabalho que o Maiden sempre desenvolveu. Abrimos com "Death or Glory" uma daquelas músicas que simplesmente mostra na letra duas forças antagônicas lutando e fazendo de tudo para se sobressaírem, e aquele trabalho instrumental característico do Maiden, semelhante a algo como "Runing Free".

Em "Shadows of the Valley" o que mais me chamou a atenção mesmo foi a instrumentação, nada de novo, típica batida marcheada do Maiden, bacana, inclusive com som orquestral de fundo, mas a letra evocando o vale das sombras e figuras ocultas como o corvo, símbolo do mau agouro e da morte dá o tom soturno, enquanto destila sua mensagem de tentações e pecados desde o início dos tempos do homem. Seguindo ela, "Tears of a Clown" e sua batida arrastada de Hard Rock dá a tônica para um tipo de letra que acho bem bacana, psicológica, sobre o sujeito que mostra um sorriso falso diante de uma multidão, mas por dentro sente angústia e sofrimento; é uma letra falando sobre depressão, ao meu ver.

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A penúltima, "The Man of Sorrows", uma semi-balada, fala sobre a indiferença em relação às atribulações e sonhos alheios, uma letra bem melancólica. Que bom que o álbum fecha com um grande épico chamado "Empire of the Clouds", um título majéstico para um tema também bem majéstico, que faz até o coração palpitar, e inclusive o meu épico favorito do álbum. Com seus 18 minutos de duração, o épico se refere ao desastre aéreo do R101, um dirigível britânico criado em 1929, e na letra é citado em forma de poema, o grande tamanho do dirigível, que segundo as descrições, dava para carregar o Titanic dentro, para se ter ideia da grandeza do veículo, e um dia caiu em um desastre na França que matou 1840 pessoas. A melodia tem bem o aspecto de luto, mas ao mesmo tempo dá uma tônica de grande importância para as almas que se perderam no desastre, fazendo com que seja um dos épicos mais interessantes do Maiden.

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Em termos gerais, as melodias do grupo dão a tônica da idade que carregam no momento em suas vidas, mas nem por um instante desvirtuando da aura que o grupo sempre impôs em seu som, apesar de parecer bem mais pessoal do que de costume. E todas as letras, de forma geral, versam sobre a dicotomia entre vida e morte e falam de almas, constituindo realmente um livro das almas como o próprio título do álbum implica.

E uma vez que fecho este livro das almas, minha reação imediata é abrí-lo novamente desde o início para degustar sua leitura poderosa e épica sobre a natureza da alma humana. Um volume que fecha mais um capítulo na carreira do Maiden e que também fecha o livrão da Donzela de Ferro de forma grandiosa, excitante e que vai nos deixar uma imensa saudade de ver mais um lançamento novo da banda pelos anos que virão. Se este for realmente o último capítulo na trajetória do grupo, eu agradeço com todo meu coração o grande trabalho da carreira da banda, a música, a inspiração, as passagens memoráveis, as letras épicas, históricas, informativas, inspiradoras e toda a força que a banda transmitiu ao longo de sua carreira. Recomendado para todos e essencial para todo fã do grupo inglês.

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The Book of Souls (2015)
(Iron Maiden)

Tracklist:
CD 1:
01. If Eternity Should Fail
02. Speed of Light
03. The Great Unknown
04. The Red and the Black
05. When the River Runs Deep
06. The Book of Souls

CD 2:
01. Death or Glory
02. Shadows of the Valley
03. Tears of a Clown
04. The Man of Sorrows
05. Empire of the Clouds

Selos: Parlophone, Sanctuary Copyrights/BMG (US)

Iron Maiden é:
Bruce Dickinson – voz, piano em "Empire of the Clouds"
Dave Murray – guitarra
Adrian Smith – guitarra
Janick Gers – guitarra
Steve Harris – baixo, teclados (com teclados adicionais de Michael Kenney)
Nicko McBrain – bateria

Discografia anterior:
- The Final Frontier (2010)
- A Matter of Life and Death (2006)
- Dance of Death (2003)
- Brave New World (2000)
- Virtual XI (1998)
- The X Factor (1995)
- Fear of the Dark (1992)
- No Prayer for the Dying (1990)
- Seventh Son of a Seventh Son (1988)
- Somewhere in Time (1986)
- Powerslave (1984)
- Piece of Mind (1983)
- The Number of the Beast (1982)
- Killers (1981)
- Iron Maiden (1980)

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Site oficial: www.ironmaiden.com

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Sobre Ricardo Pagliaro Thomaz

Roqueiro e apreciador da boa música desde os 9 anos de idade, quando mamãe me dizia para "parar de miar que nem gato" quando tentava cantarolar "Sweet Child O'Mine" ou "Paradise City". Primeiro disco de rock que ganhei: RPM - Rádio Pirata ao Vivo, e por mais que isso possa soar galhofa hoje em dia, escolhi o disco justamente por causa da caveira da capa e sim, hoje me envergonho disso! Sou também grande apreciador do hardão dos anos 70 e de rock progressivo, com algumas incursões na música pop de qualidade. Também aprecio o bom metal, embora minhas raízes roqueiras sejam mais calcadas no blues. Considero Freddie Mercury o cantor supremo que habita o cosmos do universo e não acredito que há a mínima possibilidade de alguém superá-lo um dia, pelo menos até o dia em que o Planeta Terra derreter e virar uma massa cinzenta sem vida.
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