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Blues Pills: Você acaba de encontrar a mais nova banda nostálgica

Resenha - Blues Pills - Blues Pills

Por Ricardo Pagliaro Thomaz
Postado em 23 de fevereiro de 2015

Nota: 10 starstarstarstarstarstarstarstarstarstar

Quando você é um fã e admirador do Rock que se praticava nos anos 60 e 70, com toda aquela atmosfera lisérgica e viajante, quando você começa a criar uma real obsessão por aquele som e aquele mundo em que eles viviam e estavam inseridos, você se põe a imaginar o tipo de mentalidade que levava à cultura das "luzes brilhantes", dos clipes absurdamente surreais, aquela sonoridade espacial, que parece que pode te levar a conhecer galáxias distantes, uma verdadeira fuga da realidade e do nosso mundo modernoso... quando você começa a ver uma imagem de um cara, na cidade se apaixonando por uma mulher de cabelos lisos e vestido preto até os calcanhares perdida em uma vasta floresta... ou uma deusa ninfa de seios fartos e expostos, parecida com uma cigana segurando uma bola nas mãos, coberta de adornos até os cabelos com mechas claras e postura sensual e convidativa... você sabe que acabou de encontrar a mais nova banda nostálgica do momento.

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E a nostalgia é de fato a palavra de ordem aqui na estreia do Blues Pills em seu disco de 2014. O grupo que é integrado pela ótima vocalista Elin Larsson, o guitarrista Dorian Sorriaux, o baixista Zack Anderson e o baterista André Kvarnström (substituindo o baterista anterior, Cory Berry) fazem um som bastante pesado e carregado com aquela atmosfera de começo dos anos 70, totalmente imersos em nostalgia. A própria vocalista dá aqueles ares de Janis Joplin muitas vezes, às vezes muda a postura vocal para algo mais remanescente a uma Stevie Nicks, mas sem o apelo pop, mantendo os pés firmes no Hard Rock psicodélico que é a proposta sonora do grupo. Por esta razão a banda chegou a ser classificada pela mídia internacional como um novo Led Zeppelin de nossos tempos. E a parte mais impressionante de todas: são todos suecos!

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Eu muitas vezes referencio a Finlândia como celeiro fértil de boas bandas novas de Rock atualmente, certo? O que não deixa de ser verdade. Mas podem colocar a Suécia aí na conta também, porque já vi muita coisa boa sair de lá. Niclas Etelävuori da banda finlandesa Amorphis diz que o "Blues Pills conseguiu capturar uma incrível sensação e som autênticos para o estilo deles de blues rock. Se ninguém tivesse me dito que eram tão jovens, eu apostaria minhas bolas de eles serem algum tesouro perdido remasterizado do início dos anos 70".

Parece exagero, não? Acontece que o cara está 100% certo no que diz. Não dá para se reproduzir de forma tão autêntica um som, uma identidade de uma época (literalmente, até a ilustração do álbum, os videoclipes estilizados e o vestuário do grupo), uma atmosfera de um período histórico de forma tão perfeita sem mergulhar de cabeça naquele momento. Uma banda que conseguiu um bom efeito reproduzindo todo o feel de um tempo também foi a banda inglesa Blackmore's Night, com seu som folk dos tempos arturianos da Inglaterra, com toda aquela atmosfera de menestréis do campo pastoril. Até hoje para mim, a banda do ex-guitarrista do Deep Purple foi o único caso.

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Aqui, os integrantes do Blues Pills chegam destilando seu Hard Rock lisérgico, enérgico e cheio de feeling através de suas guitarras carregadas e sujas, baixos saturados e vocais potentes e carregados de lamento, paixão e vivacidade. É com aquela atmosfera de início dos anos 70 que acompanhamos pancadas sonoras como "High Class Woman", que remete justamente ao som poderoso do Led Zeppelin no início dos anos 70.

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Ou ao lamento arrastado de "No Hope Left for Me", cheia de blues, sentimento e uma guitarra com efeito espacial com harmonias comoventes.

Agora, se você prefere uma pancada daquelas bem pulsantes e com aquele vocal choroso que a Joplin fazia, experimente "Devil Man". Vai se sentir como se estivesse ouvindo um som da Big Brother and The Holding Company, a banda que acompanhava a Janis Joplin. A própria vocalista Elin Larsson faz questão de elevar sua enorme potência vocal a serviço de uma interpretação muito próxima a de Janis, sua grande influência vocal. Esta mulher tem um gogó que deixaria Joplin orgulhosa. Uma coisa bacana é que trouxeram o clipe da música para a modernidade com essa ideia mais atual de se fazer clipes letrados, com todo aquele visual psicodélico do início dos anos 70.

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Entre outros grandes destaques, está o trabalho de guitarra slide excelente do guitarrista Dorian Sorriaux em "Gypsy", acompanhado de um baixo pulsante do baixista Zack Anderson, a bateria de André Kvarnström e mais uma performace incrível de Larsson.

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Mais alguns ótimos destaques do álbum são a acelerada "Ain't No Change" e "Jupiter" que carrega o som dos instrumentos e tem aquele vocal com efeito de eco característico das bandas sessentistas, recurso este muito usado pelo Cream e pelo Deep |Purple Mark I com o vocalista Rod Evans.

O blues "Black Smoke", com sua melodia chorosa e seu lamento doído também marca presença, acelerando o andamento nos refrões e no clímax. Agora, se quiser uma bem arrastada e bem lenta, experimente o slow blues "River", bastante hipnótico.

Fazendo sua estreia, em meio à modernidade musical onde muitos artistas soam plásticos e comerciais demais, o Blues Pills destila aqui um trabalho de amor. Sim, porque é preciso muito amor e paixão, é preciso acreditar mesmo no som que você faz para fazer um trabalho destes em plena segunda década do século XXI. Mas na minha opinião honesta e sincera, música não tem época, a boa música é, em uma palavra, atemporal.

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Estamos em tempos em que a nostalgia é a moda do momento. Porém, a nostalgia ela é acarretada por muitas coisas, e a principal delas seria a falta de boas coisas atuais. Não há como negar que, nos dias de hoje, vivemos um período difícil para a música de qualidade, onde há muita porcaria se destacando nas rádios em todos os lugares, enquanto que as bandas e artistas realmente boas e que têm conteúdo relevante permanecem no anonimato. Aqui mesmo no meu blog você poderá se deparar com vários exemplos disso, é só verificar na sessão de música.

Talvez a nostalgia seja uma mecanismo que permita que as pessoas se reconectem com o passado para que o futuro seja possível, talvez até para resgatar algo que ficou perdido no meio do caminho. De qualquer forma, eu parabenizo e reconheço o Blues Pills, seu grande trabalho em nos trazer de volta o som e a atmosfera setentista sempre tão bem-vinda na música. E há de se admirar mesmo o trabalho feito pelo grupo, visto a idade de seus integrantes que não chega aos vinte anos. Realmente admirável! Sejam muito bem vindos e espero ouvir de vocês novamente muito em breve. No momento, me deem licença de tomar novamente minhas pílulas de Blues e mergulhar novamente neste sentimento nostálgico de uma era musical a qual também sou um verdadeiro obcecado. E assim como um bom shaman musical, eu receitarei a vocês também, queridos leitores, estas pílulas.

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Blues Pills (2014)
(Blues Pills)

Tracklist:
01. High Class Woman
02. Ain't No Change
03. Jupiter
04. Black Smoke
05. River
06. No Hope Left For Me
07. Devil Man
08. Astralplane
09. Gypsy
10. Little Sun

Selo: Crusher Records, Nuclear Blast

Blues Pills é:
Elin Larsson: voz
Dorian Sorriaux: guitarra
Zack Anderson: baixo
André Kvarnström: bateria

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Site oficial:
http://www.bluespills.com

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Sobre Ricardo Pagliaro Thomaz

Roqueiro e apreciador da boa música desde os 9 anos de idade, quando mamãe me dizia para "parar de miar que nem gato" quando tentava cantarolar "Sweet Child O'Mine" ou "Paradise City". Primeiro disco de rock que ganhei: RPM - Rádio Pirata ao Vivo, e por mais que isso possa soar galhofa hoje em dia, escolhi o disco justamente por causa da caveira da capa e sim, hoje me envergonho disso! Sou também grande apreciador do hardão dos anos 70 e de rock progressivo, com algumas incursões na música pop de qualidade. Também aprecio o bom metal, embora minhas raízes roqueiras sejam mais calcadas no blues. Considero Freddie Mercury o cantor supremo que habita o cosmos do universo e não acredito que há a mínima possibilidade de alguém superá-lo um dia, pelo menos até o dia em que o Planeta Terra derreter e virar uma massa cinzenta sem vida.
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