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Spock's Beard: o estígma de Genesis moderno agora chega ao fim

Resenha - Brief Nocturnes and Dreamless Sleep - Spock's Beard

Por Ricardo Pagliaro Thomaz
Postado em 20 de junho de 2013

Nota: 8 starstarstarstarstarstarstarstar

Muitos fãs de Rock Progressivo devem ter se perguntado ultimamente o que andava fazendo uma das bandas mais legais, subestimadas e inventivas do gênero nos últimos tempos. Estou me referindo, claro, ao Spock's Beard. Como fã da banda estadunidense, eu posso falar por mim; vinha me perguntando muito sobre a próxima manobra do grupo com extrema curiosidade. E escutando o mais novo álbum da banda que, de certa forma marca um segundo recomeço para o grupo estadunidense, podemos dizer que, apesar do grupo manter suas raízes musicais que fez a cabeça de tantos fãs, vieram ao mesmo tempo se reinventando mais uma vez.

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Se há alguns anos atrás eram perseguidos pelo estigma de serem uma espécie de Genesis moderno, até mesmo pelos acontecimentos pertinentes à primeira fase do grupo com seu frontman original Neal Morse, podemos finalmente dizer que este estigma agora chega ao fim.

Tentando sair da sombra de Neal, o quarteto remanescente lançou um quarteto de discos (simbólico, não?) com Nick D'Virgílio, o baterista, fazendo a famosa "manobra Phil Collins". Com esses discos, conseguiu se reinventar e permanecer relevante por bastante tempo. Porém agora, a banda perde mais um membro importante, Nick. E agora? Desistir? Continuar como um trio? Com o Genesis, deu certo...

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Mas não. O trio remanescente decide uma manobra mais ousada. Incorporam finalmente na formação o baterista de turnê Jimmi Keegan que vinha acompanhando a banda nos últimos anos em seus shows e decidem atacar com um novo frontman, tendo como escolha o vocalista Ted Leonard do Enchant, voltando assim a serem um quinteto. Talentoso, multi-instrumentista, com uma voz e estilo marcantes, o frontman fez bastante barulho em seus tempos de Enchant, banda da qual eu gostava, mas parece que algum tempo atrás não se decidia se voltava, e ao menos por enquanto isso não aconteceu.

Ted inicialmente não iria fazer parte do grupo. Ele foi o substituto de Nick por alguns shows em que o mesmo não poderia estar presente na banda em decorrência de diversos compromissos, inclusive com a trupe do Cirque Du Soleil. No fim das contas, Nick achou melhor abandonar o barco e ceder o lugar a Ted, que aceitou de muito bom grado.

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E assim, a nova formação do grupo, hoje composto por integrantes fundadores como Alan Morse e David Meros junto com o tecladista de longa data Ryo Okumoto e os quase-novatos Jimmi e Ted, resolveram logo colocar a prova esta nova fase com seu 11º disco de estúdio, "Brief Nocturnes and Dreamless Sleep", sucessor de seu disco de 2010, "X"; aliás nome muito interessante para um trabalho e que contém uma arte extremamente linda na capa do disco que evoca diversas sensações. Portanto, vamos analisar este segundo renascimento da banda com este primeiro disco da nova formação e ver se a banda de quase duas décadas de existência ainda consegue nos impressionar.

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De cara, podemos notar a extrema guinada sonora que a banda deu, mais uma vez. Em "Hiding Out", Ted traz ao grupo as características da sonoridade que praticava no Enchant e isto é muito visível nos refrões da música. Eu quase que me descuido e penso que estou escutando ao novo álbum do Enchant, o sucessor de Tug of War, último disco da banda que saiu a exatos 10 anos atrás, sem brincadeiras! E não é a toa que nos vem esta sensação, pois a música é de autoria de Ted. De cara, podemos perceber a confiança que os membros remanescentes do grupo tem em seu novo frontman, do contrário não lhe dariam este tipo de liberdade criativa já em sua estréia. E quando esse tipo de coisa acontece, meus amigos, mágica pode ocorrer no grupo! E de fato ocorre! Uma faixa de abertura extremamente convidativa para esta nova fase da banda e que eu escutei repetidas vezes!

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E só para fazer um adendo ao Enchant aqui, a feliz notícia que tive do retorno da banda em Junho de 2012 só me faz ainda mais curioso de como Ted Leonard irá administrar suas duas bandas a partir de agora. E eu de todo coração desejo todo o sucesso para ele, pois o cara manda muito bem, e desejo que esse retorno do Enchant não demore mais a acontecer. Continuando...

Eu falei de como Ted influenciou a reinvenção do som da banda na primeira faixa, certo? Pois bem, "I Know Your Secret" nos traz de volta à sonoridade frenética e mais crua praticada na época de Nick como frontman, inclusive vemos que o webmaster, produtor e amigo próximo do grupo John Boegehold ainda participa do processo de composição, trazendo-nos de volta àquele lugar sonoro que nos fez conhecer com o Beard quarteto. Isto, misturado aos grandes talentos de Ted nos faz ter algo que é ao mesmo tempo excitante, familiar e novo no som da banda. Alguns podem até chamar de o "Beard Enchantizado" a partir de agora, o que para mim não deixa de ser excitante! Com a faixa seguinte, "A Treasure Abandoned", esta impressão não muda, com a banda nos trazendo mais uma bacana viagem sonora que soa familiar porém com alguns novos sabores. Mas é bom lembrar que essa é apenas uma impressão inicial do que pode a vir a ser o som da banda em álbuns futuros, e que não permeia o novo álbum por completo. Teremos então que aguardar os acontecimentos futuros, o que temos no momento são então boas promessas de surpresas ainda por vir.

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E atenção para uma balada mais hard pop, característica que era marcante na época de Neal, continuou em voga com Nick no front e não irá embora tão cedo nem com uma nova formação. A música "Submerged", de autoria de Ted é terreno mais do que familiar para quem tem acompanhado o Beard nestas quase duas décadas de banda. Uma balada depois e agora temos algo realmente clássico na banda. Os irmãos Morse, Alan e Neal, junto com Ted nos trazem "Afterthoughts", e eu sinto a presença de Neal, sinto a musicalidade de Neal, a influência de Neal, ele está, mesmo que indiretamente aqui, presente, latente e constante nesta nova faixa. Quem era fã da fase de Neal na banda vai simplesmente se deliciar com esta faixa! Lembram de "Thoughts"? "Thoughts Pt. 2"? "Gibberish"? Os coros e jogos de vozes? Agora juntem tudo isso! Eu só sei de uma coisa: um sorriso se abriu em meu rosto, de uma orelha a outra! Se esta música fosse declarada como uma conclusão da saga "Thoughts" eu não ficaria nada surpreso! O que me traz à seguinte constatação: Neal Morse nunca saiu realmente da banda. Quem acompanha o grupo desde o começo como eu, sabe o quanto foi difícil para Neal deixar seu grupo com sua conversão e tudo mais. Para mim não há a menor dúvida aqui: ele sempre esteve presente, mesmo que indiretamente. Ouvir esta música meus caros, é como voltar para casa! Pena que Nick não estava presente.

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Arranjos que parecem saídos de um filme de ficção-científica nos introduzem a "Something Very Strange", mais uma colaboração aqui de John Boegehold para a banda e que nos lembra do melhor das duas encarnações anteriores do grupo. O álbum em sua versão normal então fecha com chave de ouro, com a faixa de 12 minutos "Waiting for Me", colaboração advinda dos irmãos Morse, e com Neal aqui fornecendo também seus talentos tocando guitarra ao lado do irmão num breve retorno à sua "ex"-banda. E de cara nota-se sua influência ainda forte e latente nos arranjos e composição. O front ainda é de Ted aqui, assim como a bateria é de Jimmi, mas não há como negar que os três quartos de Beard original (Neal, Alan e Dave) são hiper significativos à experiência final e contam bem mais. Novamente, um verdadeiro deleite aos fãs da formação original e mais um retorno do filho pródigo à sua casa. Neal, amigão, como fã eu digo: seja bem vindo de volta!

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Tem-se ainda um segundo disco de material extra, algo que a banda já fez antes em seu oitavo disco, Octane e repete a fórmula aqui. Vamos falar então um pouco agora do disco extra da Edição Limitada do álbum. Temos uma primeira colaboração de Alan Morse e seu parceiro Stan Ausmus que também toca guitarra aqui, dos discos da era de Nick com "The Man You're Afraid You Are", nos remetendo bem à sonoridade desenvolvida nessa época quarteto da banda. A seguir Boegehold e Alan se juntam de novo para escrever a balada "Down A Burning Road", novamente a sonoridade característica da era Nick está bem presente. Uma terceira faixa bastante interessante, "Wish I Were Here", escrita por Alan, junta conceitos da era Nick com alguma ousadia sonora no som da banda, algo mais espacial. Para finalizar, temos duas contribuições finais de Boegehold para a banda, uma versão alternativa de "Something Very Strange", entitulada de 'Sanctified Remix', seja lá o que isso queira dizer e fechando o disco extra uma faixa instrumental, "Postcards from Perdition" que resume bem o trabalho instrumental do disco.

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Com este novo lançamento o Spock's Beard nos mostra que não perdeu a mão e continua praticando seu característico som progressivo e ousando por novas vias sonoras, buscando novos horizontes e nos mostrando que pode ainda nos levar a lugares incríveis e belos. E eu como fã do grupo estadunidense mal posso esperar para ver esses lugares! Mas uma das melhores surpresas do disco foi o retorno de um "ex"-membro muito querido, nos trazendo de volta sabores e cores muito especiais de uma banda que conquistou o coração dos fãs do bom Rock Progressivo. E que Neal esteja cada vez mais presente num futuro próximo, pois ele é e sempre foi a alma do grupo, alma essa que não só manteve o grupo unido, mesmo estando distante, mas também fez com que a banda continuasse na estrada ousando, buscando e alcançando lugares fantásticos. E que essa Enterprise, essa nave que ainda tem muitos lugares a percorrer tenha vida longa e próspera e nos traga ainda ótimas surpresas!

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Brief Nocturnes and Dreamless Sleep (2013)
(Spock's Beard)
Limited Edition

Tracklist:

01. Hiding Out
02. I Know Your Secret
03. A Treasure Abandoned
04. Submerged
05. Afterthoughts
06. Something Very Strange
07. Waiting For Me

Limited Edition Bonus Disc:
01. The Man You're Afraid You Are
02. Down A Burning Road
03. Wish I Were Here
04. Something Very Strange (Sanctified Remix)
05. Postcards From Perdition

Selo: InsideOut Music

Discografia anterior:

- X (2010)
- Spock's Beard (2006)
- Octane (2005)
- Feel Euphoria (2003)
- Snow (2002)
- V (2000)
- Day for Night (1999)
- The Kindness of Strangers (1998)
- Beware of Darkness (1996)
- The Light (1995)

Site oficial:
http://www.spocksbeard.com

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Sobre Ricardo Pagliaro Thomaz

Roqueiro e apreciador da boa música desde os 9 anos de idade, quando mamãe me dizia para "parar de miar que nem gato" quando tentava cantarolar "Sweet Child O'Mine" ou "Paradise City". Primeiro disco de rock que ganhei: RPM - Rádio Pirata ao Vivo, e por mais que isso possa soar galhofa hoje em dia, escolhi o disco justamente por causa da caveira da capa e sim, hoje me envergonho disso! Sou também grande apreciador do hardão dos anos 70 e de rock progressivo, com algumas incursões na música pop de qualidade. Também aprecio o bom metal, embora minhas raízes roqueiras sejam mais calcadas no blues. Considero Freddie Mercury o cantor supremo que habita o cosmos do universo e não acredito que há a mínima possibilidade de alguém superá-lo um dia, pelo menos até o dia em que o Planeta Terra derreter e virar uma massa cinzenta sem vida.
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