Matérias Mais Lidas


Stamp
Summer Breeze 2024

Uganga: promissora banda da cena metálica brasileira

Resenha - Vol. 3: Caos Carma Conceito - Uganga (2010)

Por Ricardo Seelig
Fonte: Collector's Room
Postado em 08 de março de 2010

Nota: 8 starstarstarstarstarstarstarstar

Fazer heavy metal com letras em português não é para qualquer um. Assim como acontece no rock, no metal a língua universal também é o inglês. Gerações e gerações cresceram ouvindo os discos de bandas como Black Sabbath, Motorhead e Metallica, e décadas de exposição sonora a clássicos deste calibre, todos cantados na língua da Rainha Elizabeth e do Tio Sam, condicionaram nossos cérebros a um padrão sonoro.

CONTINUA DEPOIS DA PUBLICIDADE - TAB 1

Quer dizer então que não se pode fazer metal com letras em português? Não, não foi isso que eu disse. O que eu estou dizendo é que, por causa desses fatores descritos no primeiro parágrafo, é preciso ser muito competente, até mais do que o habitual, para conceber um disco de heavy metal cantado na língua que falamos aqui no Brasil sem que ele soe estranho aos ouvidos de quem passou as últimas décadas tendo os ícones mundiais do gênero como companheiros do cotidiano. E o Uganga consegue isso com folga em "Vol. 3: Caos Carma Conceito".

O grupo mineiro está há 15 anos na estrada. No início, a banda se chamava Ganga Zumba, e fez parte da lendária cena mineira que gerou nomes importantíssimos para o metal nacional, como Sepultura, Sarcófago, Chakal e Overdose, entre outros. A sonoridade atual dos caras agrega enormes doses de peso a elementos do hardcore e algumas passagens que remetem ao rap e ao reggae, tudo feito com muita criatividade e talento.

CONTINUA DEPOIS DA PUBLICIDADE - TAB 2

A banda já lançou três demos, participou de várias coletâneas e tem três discos no currículo: "Atitude Lótus" de 2003, "Na Trilha do Homem de Bem" de 2006 e "Vol. 3: Caos Carma Conceito", lançado no início de 2010. Esse último disco foi gravado pelo novo line-up do grupo, que atualmente conta com Christian Franco e Thiago Soragi nas guitarras, Rasphael Franco no baixo, Marco Henriques na bateria e Manu "Joker" Henriques no vocal. Uma curiosidade: Manu foi baterista do lendário Sarcófago, uma das mais importantes bandas brasileiras de heavy metal de todos os tempos, influência confessa de grandes nomes do metal extremo em todo o mundo. Além disso, o grupo conta com o DJ Vouglas "Eremita" nas pick-ups, convidado especial em todos os discos e também nos shows.

CONTINUA DEPOIS DA PUBLICIDADE - TAB 3

Gravado no Orbis Estúdio em Brasília (mesmo local onde nomes como Violator, DFC e Rumbora gravaram alguns de seus discos) com produção de Riti Santiago (ex-Câmbio Negro) e da própria banda, o CD é pesadíssimo, colocando na mesa influências de thrash e death metal somadas a características punk e hardcore. A masterização, feita na Alemanha pelo conceituado produtor Harris Johns, o mesmo nome por trás de clássicos como "Pleasure to Kill" do Kreator, "Killing Technology" do Voivod, "Persecution Mania" do Sodom e "Brasil" e "Anarkophobia" do Ratos do Porão, foi fundamental para tornar essas características ainda mais evidentes. Além disso, o álbum segue a ideia apresentada no título, sendo dividido em três partes: "Caos", "Carma" e "Conceito". O som que sai das caixas de som é muito bem produzido, mostrando uma banda competente, talentosa e que sabe exatamente o que quer.

CONTINUA DEPOIS DA PUBLICIDADE - TAB 4

Entre as faixas, destaque para a abertura climática com "Kali-Yuga", com belas passagens de cítara; a ótima "Meus Olhos de Enxergar o Mal (2 Lobos)", com passagens thrash e influências que lembram o Trivium, além de uma bem-vinda e surpreendente escaleta, que enriquece demais a música, e também alguns trechos reggae que servem de contraponto para a pancadaria; "ISO 666", onde o convidado especial Vouglas "Eremita" mostra a que veio; a excelente instrumental "Velas", que serve de introdução para a segunda parte do CD, intitulada "Carma"; "Zona Árida"; a também instrumental "P.A.X.", que simultaneamente encerra a segunda parte do play e introduz a terceira, "Conceito"; e o encerramento com a longa "O Primeiro Inquilino", onde em mais de sete minutos são narrados os fatos de um assassinato sobre uma base que une guitarras heavy metal com um vocal rap. Aliás, "O Primeiro Inquilino" é apenas a primeira parte de uma história que contará com mais dois capítulos, que serão desenvolvidos e apresentados nos discos futuros do grupo.

CONTINUA DEPOIS DA PUBLICIDADE - TAB 5

O CD é muito bom. Inspirado, com letras inteligentes, instrumental excelente e muito, muito peso. Além disso, vem em uma bonita e muito bem acabada embalagem digipack, com um longo encarte com todas as letras e informações sobre o grupo. Resumindo, um trabalho gráfico nota dez, que só valoriza ainda mais o conteúdo do álbum.

Um ótimo registro de uma das mais promissoras e talentosas bandas da atual cena metálica brasileira, um quinteto com imenso talento, que não tem medo de ousar e experimentar em busca de sua própria sonoridade. Se você gosta de música, vá atrás de "Vol. 3: Caos Carma Conceito", porque vale muito a pena.

CONTINUA DEPOIS DA PUBLICIDADE - TAB 6

Faixas:
1. Kali-Yuga
2. Fronteiras da Tolerância
3. 3XC
4. Meus Velhos Olhos de Enxergar o Mal (2 Lobos)
5. Asas Negras
6. ISO 666
7. Velas
8. Sua Lei, Minha Lei
9. Encruzilhada
10. Milenar
11. Zona Árida
12. P.A.X.

Compartilhar no FacebookCompartilhar no WhatsAppCompartilhar no Twitter

Siga e receba novidades do Whiplash.Net:

Novidades por WhatsAppTelegramFacebookInstagramTwitterYouTubeGoogle NewsE-MailApps


Bruce Dickinson
Jethro Tull

Grave Digger: Ceifando a vida dos incrédulos da Terra Santa

Resenha - Aurora do Triunfo Herétiko - Sevo

Resenha - Black Bible - Judas Iscariotes

Resenha - Master Executor - Warfield

Resenha - Ocean - Holdark

Resenha - SupremeInstinctNumb - Malice Garden

Varathron: A hegemonia do caos

Resenha do álbum "Eu Sou a Derrota", da banda Sangue de Bode

Resenha - Gates Of Metal Fried Chicken Of Death - Massacration

Guns N' Roses: Resenha de "Chinese Democracy" na Rolling Stone

Dream Theater: Falling Into Infinity é um álbum injustiçado?

Pink Floyd: The Wall, análise e curiosidades sobre o filme


publicidadeAdriano Lourenço Barbosa | Airton Lopes | Alexandre Faria Abelleira | Alexandre Sampaio | André Frederico | Ary César Coelho Luz Silva | Assuires Vieira da Silva Junior | Bergrock Ferreira | Bruno Franca Passamani | Caio Livio de Lacerda Augusto | Carlos Alexandre da Silva Neto | Carlos Gomes Cabral | Cesar Tadeu Lopes | Cláudia Falci | Danilo Melo | Dymm Productions and Management | Efrem Maranhao Filho | Eudes Limeira | Fabiano Forte Martins Cordeiro | Fabio Henrique Lopes Collet e Silva | Filipe Matzembacker | Flávio dos Santos Cardoso | Frederico Holanda | Gabriel Fenili | George Morcerf | Henrique Haag Ribacki | Jesse Alves da Silva | João Alexandre Dantas | João Orlando Arantes Santana | Jorge Alexandre Nogueira Santos | José Patrick de Souza | Juvenal G. Junior | Leonardo Felipe Amorim | Luan Lima | Marcello da Silva Azevedo | Marcelo Franklin da Silva | Marcio Augusto Von Kriiger Santos | Marcus Vieira | Maurício Gioachini | Mauricio Nuno Santos | Odair de Abreu Lima | Pedro Fortunato | Rafael Wambier Dos Santos | Regina Laura Pinheiro | Ricardo Cunha | Richard Malheiros | Sergio Luis Anaga | Silvia Gomes de Lima | Thiago Cardim | Tiago Andrade | Victor Adriel | Victor Jose Camara | Vinicius Valter de Lemos | Walter Armellei Junior | Williams Ricardo Almeida de Oliveira | Yria Freitas Tandel |
Siga Whiplash.Net pelo WhatsApp
Anunciar bandas e shows de Rock e Heavy Metal

Sobre Ricardo Seelig

Ricardo Seelig é editor da Collectors Room - www.collectorsroom.com.br - e colabora com o Whiplash.Net desde 2004.
Mais matérias de Ricardo Seelig.

 
 
 
 

RECEBA NOVIDADES SOBRE
ROCK E HEAVY METAL
NO WHATSAPP
ANUNCIAR NESTE SITE COM
MAIS DE 4 MILHÕES DE
VIEWS POR MÊS