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Iron Maiden: Qual o tema de cada música do Book of Souls? (parte 2)

Por Bruno Prado
Postado em 17 de outubro de 2015

Anteriormente falamos sobre as músicas do disco 1 do Book of Souls (se você não leu a matéria anterior confira no link abaixo). Nesta matéria veremos uma análise sobre o tema de cada uma das 5 músicas do disco 2. Boa leitura.

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GLÓRIA E MORTE NOS CÉUS DA FRANÇA
Death or Glory (Smith / Dickinson)

"Morte ou Glória" tem certa ligação com "Empire Of The Clouds" (Império das Nuvens), não por ser apenas mais uma música de aviação, mas por ela ter "roubado" o tema que Bruce pensava usar em "Empire".

"Eu estava, originalmente, tentando escrever uma música sobre a Primeira Guerra Mundial e um avião triplano, mas aí eu fui à casa de Adrian e nós escrevemos Death or Glory. Esta é uma canção sobre triplanos e a Primeira Guerra Mundial, então já tínhamos feito isso. De repente, pensei ‘Que tal o R101?’... e a ideia foi crescendo e crescendo" - disse Bruce em entrevista para a Metal Hammer.

Leia a entrevista neste link

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"Took a bullet in my brain / Inside I’m the king of pain / Outside you will fear my name / I ride a blood red triplane". (Levei um tiro na cabeça / Por dentro sou o rei da dor / Por fora meu nome lhe amedronta / Eu piloto um triplano vermelho sangue).

Logo no início da música a letra deixa claro de quem se trata. Manfred Von Richthofen era um piloto alemão que voava num famoso triplano vermelho "blood red triplane" e alcançou espantosos recordes de vitórias durante a 1a guerra mundial (foram 80 no total). Seu apelido era Barão Vermelho.

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Considerado até hoje o "ás dos ases", o Barão Vermelho morreu em abril de 1918 em um combate próximo a Amiens, na França. Um tiro fatal no coração foi a causa da morte, mas acredita-se que o fator contribuinte para sua imprudência nesta última batalha foi uma ferida na cabeça provocada por outro tiro, este ocorrido em julho de 1917.

Em tal ocasião, Richthofen conseguiu controlar seu avião e pousá-lo seguramente, entretanto, a ferida na cabeça lhe proporcionou diversas operações e uma indicação de seu médico para que não voltasse a voar. A despeito disso, e com muita náusea e dor de cabeça, o Barão Vermelho voltou aos céus.

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Ao contrário do que muitos pensam, o Barão, chamado assim por causa do seu título de "Freiher", não era um piloto arrojado ou acrobata. Na verdade ele era muito técnico, coeso e rígido. Temido pelos oponentes e idolatrado pelo império alemão, ele também era um atirador impecável, exímio estrategista e líder.

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Uma de suas principais estratégias é citada na letra: "Turn like the devil, shoot straight from the sun / Climb like a monkey out of hell where I belong". Richthofen costumava manobrar subitamente colocando seu avião entre o adversário e o sol, prejudicando a visibilidade da sua "presa", para depois atirar (shoot straight from the sun). Ele afirmava que seu avião "escalava (os ares) como um macaco" (Climb like a monkey) e "virava como um diabo" (Turn like a devil).

IMDB - o filme de 2008 sobre o Barão Vermelho

History Channel - O barão Vermelho (em inglês)

Quem foi o Barão Vermelho? (em português)

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TRANSGRESSÕES DIANTE DO VALE DA MORTE
Shadows of the Valley (Gers / Harris)

Shadows of the Valley é uma daquelas músicas que podemos chamar de ambígua, onde se pode tirar apenas uma certeza: a influência bíblica. "As sombras do vale" são uma clara referência a Salmos 23:4 "Mesmo quando eu andar por um vale de trevas e morte, não temerei perigo algum, pois tu estás comigo". A versão em inglês, "Even though I walk through the valley of the shadow of death, I fear no evil, for You are with me" se assemelha ainda mais com um trecho da letra: "Into the valley of death fear no evil / We will go forward no matter the cost"

Bíblia Online - Salmos 23:4

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Em seguida a letra cita algo um tanto quanto controverso, "Into the valley of death follow me now / Bring me your souls and I’ll make it our last" (dentro do vale da morte me sigam agora / me tragam suas almas e eu darei um fim"). Tais palavras podem ser entendidas tanto com otimismo quanto de uma forma negativa.

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"He lived on this earth for a time and a half / Playing a tune to the old man’s laugh / The fear that’s inside the men of the oath / In the script of the book that he wrote". Aqui podemos tratar a letra tanto literalmente quanto ironicamente. "Ele viveu na terra / tocando uma melodia para o velho sorrir" pode ser encarada como a passagem de Jesus na terra vista com alegria, mas também nos lembra que as risadas podem ser irônicas, já que o mundo não se tornou um lugar melhor, segundo o "script" que ele (Deus) supostamente teria escrito na bíblia.

Existe um livro de 1678 chamado "The Pilgrim's Progress from This World to That Which Is to Come" do autor britânico John Bunyan (Em português, "O Peregrino - A Viagem do Cristão da Cidade da Destruição para a Jerusalém Celestial") no qual o Iron Maiden supostamente já se utilizou de sua inspiração para compor a música "The Pilgrim". Tal livro, com inspiração nas palavras bíblicas, tem um trecho onde o protagonista entra no Vale das Sombras da Morte e ouve as palavras do Salmo 23. A ligação entre as músicas parece ficar evidente. Mas também há uma outra possibilidade explicada a seguir.

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Roger Fenton foi um famoso fotógrafo inglês. Um dos primeiros fotografos de guerra do mundo. Uma de suas fotos mais famosas é conhecida como "Shadow of the Valley of Death". Esta foto foi tirada durante a guerra da Crimeia e mostra os arredores de onde a cavalaria britânica enfrentou os russos, o famoso vale da morte citado no poema "Charge of the Light Brigade" de Alfred Lord Tennyson. Os fãs mais atentos vão lembrar que foi justamente este poema que inspirou o grande clássico The Trooper!

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O enredo da letra, sendo tratado da forma bíblica ou como uma metáfora para o vale da morte na guerra da Crimeia, é muito bem escrito e procura se basear nos pecados da humanidade. "Living with temptation / Wanting and crime / A walk in the shadow of the valley of death / Knowing I’ll take my last breath": as palavras demonstram a preocupação em ceder a tentações e acabar pagando suas penitências pelos pecados cometidos. Sejam eles pecados de guerra ou não.

Texto completo da versão original do livro O Peregrino (em inglês)

Livro O Peregrino versão em português

O Poema "Charge of the Light Brigade"

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A DESMOTIVAÇÃO DO MOTIVADOR
Tears of a Clown (Smith / Harris)

Uma das músicas mais aguardadas do novo álbum, Tears of a Clown foi alegadamente inspirada no ator e comediante Robin Williams. Em agosto de 2014 Williams foi encontrado morto em sua casa em Paradise Cay, Califórnia. A polícia concluíu que ele cometeu suicídio e seu agente confirmou que ele sofria de depressão.

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Vencedor do Oscar em 1998 por seu papel no filme Gênio Indomável, lançado no ano anterior, Williams era famoso também por diversos outros filmes como Popeye, Jumanji, Hook e Inteligência Artificial, entre outros. Recentemente ele havia participado dos 3 filmes da série Uma Noite no Museu, interpretando T. Roosevelt.

Na letra é possível achar referências a Williams, em uma delas, "Who motivates the motivator?" (quem motiva o motivador ou quem inspira o inspirador) é feita uma clara alusão a um de seus grandes sucessos, Sociedade dos Poetas Mortos, onde Williams interpretava um professor de poesia que inspirava seus alunos de maneira nada usual. Este papel lhe rendeu uma indicação ao Oscar e colocou o filme como vencedor na categoria de melhor roteiro original.

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Além do Oscar, prêmio no qual foi indicado 4 vezes, ele recebeu 7 indicações ao Globo de Ouro, tendo vencido em 3 oportunidades pelos seus papéis em Bom dia Vietnã, Uma babá quase perfeita e O Pescador de Ilusões.

Robin Williams sofria de diversas doenças. Além da depressão, ele tinha problemas cardíacos e chegou a substituir sua válvula aorta em 2009. Ele também estava em estágio inicial do mal de Parkinson além de sofrer pelo alcoolismo, doença na qual procurou se tratar em agosto de 2006.

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Segundo o próprio Williams, o uso de cocaína fez parte de sua vida até ver seu grande amigo e também ator John Belushi morrer de overdose em 1982. Desde então, segundo Williams, as drogas foram retiradas de seu cardápio.

Página de Robin Williams no IMDB

A depressão em profissionais que trabalham com humor parece ser mais frequente do que se imagina. Psicologos americanos tem feito uma relação entre a aparente felicidade e a depressão alegando que as risadas são uma forma de auto-defesa contra os problemas cotidianos.

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Sobre o título da música, este nos remete a clássica imagem do palhaço triste com uma lágrima pintada em seu rosto. Nos países de cultura inglesa, "The Sad Clown" é uma das variantes icônicas do Pierrot (versão francesa) ou Pedrolino (italiana), personagem alegre, carismático, mas que as voltas se vê triste em função do seu amor não correspondido por Colombina.

A psicologia do palhaço triste (em ingles)

Tears of a Clown (artigo em ingês de 2008)

VIR DOLORUM
The Man of Sorrows (Murray / Harris)

Em 1997 um dos singles do álbum Accident of Birth, lançado por Bruce Dickinson, tinha o exato título de Man of Sorrows. A letra da música falava sobre o ocultista britânico Aleister Crowley. Desta vez a composição é de Dave Murray e Steve Harris e o conteúdo, completamente diferente do single de Bruce, tem mais enfoque no título.

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"Man of Sorrows" (do latim original "Vir Dolorum", e em português "Homem das Dores") é uma das mais famosas imagens do cristianismo e é representada por diversos pintores no mundo. As ilustrações do Homem das Dores geralmente fazem referência a um trecho da bíblia em Isaías 53:3-6 onde Jesus com as chagas da crucificação assumiria as dores pelas transgressões da humanidade. Sua popularidade se desenvolveu principalmente no norte da Europa.

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Liricamente falando, enquanto a música anterior focava na depressão, esta foca na esperança de reencontrar o caminho certo ("So we live and breathe again / Better days for you and me"), apesar do mundo de mentiras e ilusões ("Living in a world of lies / No matter how or hard we try").

É curioso notar algumas semelhanças entre a letra e a bíblia, nas quais podemos destacar:

"Like a man without a home" (Como um homem sem lar).

Em Mateus, 8:20: "E disse Jesus: As raposas têm covis, e as aves do céu têm ninhos, mas o Filho do homem não tem onde reclinar a cabeça".

Bíblia Online

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"Free the angry from their pain / Free the captives from the chains" (Livre a raiva de suas dores / livre os presos das correntes)

Em Isaías 42:7: Para abrir os olhos dos cegos, para tirar da prisão os presos, e do cárcere os que jazem em trevas"

Bíblia Online

"Now we need to know the truth now" (Agora precisamos conhecer a verdade)

Em João 8:32: "E conhecereis a verdade, e a verdade vos libertará"

Bíblia Online

"Open our eyes that we can see" (Abrir nossos olhos para que possamos ver)

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Em Atos 26:18: "Para lhes abrires os olhos, e das trevas os converteres à luz, e do poder de Satanás a Deus; a fim de que recebam a remissão de pecados, e herança entre os que são santificados pela fé em mim"

Bíblia Online

"As one turns against the other / With a brother against brother" (Enquanto um se vira contra o outro / com irmão contra irmão)

Em Mateus 10:21: "E o irmão entregará à morte o irmão, e o pai o filho; e os filhos se levantarão contra os pais, e os matarão"

Bíblia Online

"So we look to see the man of sorrows / And the light is the darkness no more" (Então olhamos para ver o Homem das Dores / e a luz não é mais escuridão)

Em I João 1:5: "E esta é a mensagem que dele ouvimos, e vos anunciamos: que Deus é luz, e não há nele trevas nenhumas"

Bíblia Online

O GIGANTE DOS CÉUS
Empire of the Clouds (Dickinson)

Última música do disco, uma "obra de arte" para muitos fãs, o Império das Núvens nasceu de uma idéia de parceria no piano entre Bruce Dickinson e Jon Lord (DEEP PURPLE). "Tudo começou quando ganhei um piano em uma rifa! (...) Eu levei pra casa e comecei a brincar com ele. Foi quando John Lord adoeceu. Nós estávamos falando sobre a possibilidade de trabalharmos em conjunto nessa época, então eu estava experimentando algumas coisas. Infelizmente, John nos deixou, mas eu continuei experimentando no piano. Esta foi a gênese da coisa toda" afirmou Bruce em uma entrevista para a Metal Hammer.

Leia a entrevista neste link

A primeira ideia de Bruce era criar algo sobre batalhas aéreas de triplanos na 1a guerra mundial, o que acabou sendo feito em Death or Glory (*). Com o tema já comprometido, ele partiu para outra inspiração: o dirigível R101. Desde criança ele era fascinado por dirigíveis, especialmente o R101 que ele inclusive possuía uma réplica em miniatura.

"To ride the storm to an empire of the clouds": O Império das Nuvens é uma alusão ao império Britânico que no início do século XX possuía o domínio político, terrestre e marítimo mas ainda não era tão dominante nos céus. Os Irmãos Wright e Santos Dumont colocaram os EUA e a França um passo à frente dos ingleses, por exemplo. A respeito dos dirigíveis o próprio Santos Dumont já havia feito evoluções consideráveis, e o alemão Ferdinand Von Zeppelin e também o francês Henri Giffard deram aos seus respectivos países boa vantagem em relação aos ingleses.

Visando superar não apenas outros países mas também encurtar a distância entre diversas partes do seu império como Austrália, Canadá e Índia, o governo britânico resolveu investir num programa chamado "Imperial Airship Scheme" (Esquema de Aeronaves Imperiais) para construir dois dirigíveis avançados tecnologicamente, um deles, o maior dirigível já construído.

"To ride the storm to a kingdom that will come" - o "reino que virá" é uma referência ao amplo desenvolvimento que os ingleses obtiveram a partir de então para tentar formar um império também nas nuvens. No livro de mesmo nome, "Empire of The Clouds", o autor James Hamilton-Paterson descreve como iniciou-se este império após a 2a guerra mundial e como ele foi caindo com o passar dos tempos.

"Royalty and dignitaries, brandy and cigars": Realeza, dignitários, conhaque e charutos são as marcas dos primeiros passageiros do R101 que incluíam Lord Thomson, secretário de estado aéreo (especie de min. da aeronautica), Sir Sefton Brancker, diretor de aviação civil e William Palstra, oficial da RAAF, entre outros mais da realeza na época.

"The millionth chance they laughed / to take down His Majesty’s craft": nesse ponto Bruce lembra que segundo os construtores as chances de queda eram "1 em 1 milhão" quando perguntados pela imprensa antes do vôo inaugural.

"We must go now / For a politician, he can’t be late": o R101 tinha problemas estruturais graves, todos eles remendados ás pressas por pressões políticas para que o primeiro vôo ocorresse a tempo da Conferência Imperial de 1930, portanto, o dirigível jamais foi testado em condições adversas como diz a letra: "Never tested with the fury, with the beating yet to come / The fury yet to come".

"She’s the biggest vessel built by man / A giant of the skies / For all you unbelievers, the Titanic fits inside": O R101 de fato foi a maior embarcação construída pelo homem, tanto para os ares quanto para os mares, até o alemão LZ 129 Hindenburg superá-lo 6 anos depois (**). "Para os incrédulos o Titanic cabia dentro". Era verdade. Com 223m o R101 trazia diversas inovações e superava seu irmão mais velho, o R100 construído em 1929 que tinha "apenas" 219m.

"To India – they say – magic carpet float away": O vôo inaugural ocorreu em 4 de outubro de 1930 e tinha como destino final a cidade de Karachi na Índia, mas a embarcação jamais chegou lá. "Tapete mágico" seria um apelido carinhoso para o gigante R101 pois seu imenso tamanho tornava um vôo algo realmente inacreditável.

"Said the coxswain 'Sir, she’s heavy, she’ll never make this flight' / Said the captain 'Damn the cargo, we’ll be on our way tonight': O timoneiro avisou que "ela estava pesada e jamais conseguiria fazer o vôo (a tempo)" e o comandante responde "dane-se a carga, nós estaremos a caminho esta noite". Especialistas que acompanharam a partida do R101 acreditam que 3 toneladas de carga foram reduzidas de seu peso inicial para tentar alcançar sua velocidade máxima, algo que jamais foi testado antes.

Neste ponto vale citar uma observação: pouco depois das palavras "Baptizing them her water from the ballast fore and aft / Now she slips into our past" (Batizando-os sua água do lastro adiante à popa / Agora ela escorrega ao nosso passado) a banda toca duas vezes tanto na bateria quanto nas guitarras algo que parece totalmente desarmônico. Na verdade isto é proposital. São sons que simulam o sinal de S.O.S. enviado pela tripulação em código Morse. Como percebe-se até o que parece "feio" tem sua explicação.

"Bleeding to death and she’s falling / Lifting gas is draining away": No dia 5 de outubro por volta de 2h da manhã no horário local (França) o R101 teve uma queda substancial devido a um vazamento de gás. Os peritos acreditam que este vazamento de gás contribuiu para que o dirigível perdesse o controle mas não explica sua explosão.

"'We’re down lads' came the cry / Bow plunging from the sky": G. W. Hunt, o navegador, é o autor da famosa frase "estamos caíndo rapazes" que alertou a tripulação para o que estava por vir. "Proa mergulhando dos céus" é uma referência ao que ocorreu após o vazamento de gás. Parte da cobertura dianteira do R101 se rasgou durante a tempestade e provocou a queda da proa. Sem identificar o exato problema a tripulação tentou recuperar o curso do R101 sem sucesso. Após uma segunda queda o R101 atingiu o solo próximo ao povoado de Allonne no norte da França (*).

"The empire of the clouds / Just ashes in our past, just ashes at the last": Mesmo com a queda o dirigível poderia ainda ter tido um desastre menor, não fosse o vazamento de gás e as fagulhas provocadas pela queda inclinada e brutal que iniciaram um imenso incêndio em todos os seus compartimentos em poucos segundos. Especialistas acreditam que caso o R101 não tivesse caído com tal inclinação provocando fagulhas, dificilmente teria explodido pois muitos outros dirigíveis já tinham caído nas mesmas condições e não explodiram. De qualquer forma, o R101 acabou virando cinzas (just ashes in our past).

"Eight and forty souls / Who came to die in France": A tragédia do R101 matou 48 pessoas, incluindo o então Ministro Britânico e outros oficiais de alto escalão. Após esse acidente o governo resolveu aposentar seu irmão, o dirigível R100 e cogitou-se iniciar o projeto para um possível modelo R102 mas em agosto de 1931 os britânicos decidiram abandonar o Imperial Airship Scheme. O R100 foi desmontado e suas peças vendidas.

"Oh, the dreamers may die, but the dreams live on": Quase no fim da música Bruce nos lembra que o sonhadores podem morrer mas o sonho continua. Seria uma alusão ao projeto "Airlander" no qual o próprio Bruce é um dos investidores com 450 mil dólares. O projeto promete criar novamente a maior aeronave do mundo, um dirigível hibrido. O primeiro vôo com passageiros está previsto para 2016.

Site oficial do Airlander (em inglês)

(*) É curioso notar que o local da queda do R101 (Allonne) é muito próximo de onde o Fokker Dr.I do Barão Vermelho, que seria o tema preferencial de Bruce para esta mesma música, também caiu (Vaux-sur-Somme). Os vilarejos ficam no norte da França e estão apenas a cerca de 80 km de distância um do outro.

(**) Existem alguns relatos não totalmente comprovados que boa parte do esqueleto de metal do R101 foi vendido como sucata aos alemães, e que eles o aproveitaram na construção do Hindenburg. Ironicamente em 1937 o Hindenburg teve o mesmo destino trágico do R101 e pegou fogo ao pousar em New Jersey.

Materia do History Channel sobre o dirigível R101 (em inglês)

Confira todas as letras do Book of Souls no link abaixo.

http://we.tl/e9W5A4ZJUk

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