Matérias Mais Lidas


Paraibões: Deixa de caô - tu era louco de vontade de ter um!

Por Nacho Belgrande
Fonte: Playa Del Nacho
Postado em 02 de agosto de 2015

Os PARAIBÕES são, por definição, exagerados. Com seu grave acentuado e brilhantes painéis de cromo, essas bestas elétricas são pesadas o suficiente para tonificar seus bíceps. Também conhecidos como ‘ghetto blasters’ ou ‘jamboxes’ no inglês, eles ascenderam à fama nos anos 80 junto com o hip hop, florescendo como uma ferramenta para compartilhamento e mixagem das batidas mais recentes. Mesmo com sua enorme popularidade, os inovadores que inventaram esses aparelhos ainda são totalmente desconhecidos, afundados no anonimato pelas corporações que industrializaram suas contribuições para a música.

CONTINUA DEPOIS DA PUBLICIDADE - TAB 1

Texto original no site COLLECTORS WEEKLY

MILES LIGHTWOOD espera mudar isso. Ele é o fundador do site Boomboxラジカセ Creators, um arquivo online e um vindouro documentário dedicado a identificar os indivíduos por trás dos modelos mais famosos de todos os tempos. Até agora, Lightwood conseguiu localizar alguns designers e engenheiros originais, alguns dos quais já falecidos – mas ele espera que, com a ajuda do alcance global da internet, mais deles sejam encontrados antes de morrerem.

CONTINUA DEPOIS DA PUBLICIDADE - TAB 2

Comparados aos micro aparelhos de hoje, os paraibões são como dinossauros eletrônicos, datados tanto por seu tamanho bestial e sua tecnologia ultrapassada. A partir dos anos 70, as empresas reconheceram que os compradores queriam que seus rádios tivessem mais amplitude [volume] e mais dinâmica, então estas certificaram-se de que cada modelo pudesse ressoar em um mix coeso de agudos, midrange e grave, e também oferecer opções de gravação e mixagem. Era essa gama de funções que determinava as enormes dimensões dos paraibões, exigindo falantes enormes, decks para fitas cassete, um receptor de rádio, e até 10 pilhas grandes, tudo isso no mesmo gabinete.

CONTINUA DEPOIS DA PUBLICIDADE - TAB 3

Os agigantados combos de rádio e cassete logo se tornaram um símbolo de status entre a juventude urbana, que conhecia esses modelos de nome: o JVC RC-550, o Panasonic RX-7200 e o Sharp VZ-2000. Eventualmente, eles teriam outros atrativos, como falantes removíveis e sintetizadores de teclado, permitindo ainda mais capacidade de mixagem. Esses monstros ficaram tão enormes e caros que um modelo, o Conion C-100F, incluía até mesmo um detector de movimento que apitava caso o aparelho fosse movido de lugar.

CONTINUA DEPOIS DA PUBLICIDADE - TAB 4

Hoje em dia, os entendidos em paraibões trocam conhecimento e informação em sites e fóruns como o Boomboxery e o Stereo2go, lembrando, de maneira nostálgica, de festas de rua e fitas que não teriam existido sem tais aparelhos. Em seu livro de 2010, ‘The Boombox Project’, o colecionador de paraibões e fotógrafo Lyle Owerko lamentou a mudança de cultura do compartilhamento feito em público para outro que fica no privado. "O mundo do compartilhamento de música feito nos parques e nas ruas agora está no ciberespaço e compartilhamos tudo anonimamente. O paraibão que marcou essa mudança de ‘transmissão’ pública de música para a de consumo privado foi o JVC PC-100, uma miniunidade com um fone destacável. Agora você poderia dividir sua música publicamente, ou mantê-la privada usando fones de ouvido. "

CONTINUA DEPOIS DA PUBLICIDADE - TAB 5

Lightwood tem esperança de que, ao desvendar a origem de paraibões clássicos, possa haver uma renovação do interesse na tecnologia que facilitava a cultura comunal de áudio. Ele respondeu algumas perguntas para o site Collectors Weekly, e dentre elas, reproduzimos algumas.

COMO SURGIRAM OS PARAIBÕES?

O paraibão – por definição, um rádio portátil com toca-fitas e um ou dois falantes – foi inventado na Holanda pela Philips em 1969. Aquele que é considerado o primeiro paraibão foi fabricado de modo que você pudesse gravar do rádio para uma fita sem ter nenhum cabo externo. De repente, você tem uma cultura de compartilhamento musical muito fácil, e as empresas japonesas pegaram a ideia e saíram correndo com ela.

CONTINUA DEPOIS DA PUBLICIDADE - TAB 6

Em minha mente, o primeiro paraibão que é o típico da cultura popular é o JVC RC-550, que era um monstro. Ele tinha um falante de 10 polegadas, uma aparência assustadora, e tinha luzes e tudo mais. Ele foi feito em 1975.

[…]

Enquanto a funcionalidade fora desenvolvida na Holanda, os paraibões mais icônicos foram criados no Japão durante os anos 70 e 80. Essa foi uma época na qual o design e a manufatura japonesa estava se desenvolvendo de uma cultura de cópia para ser uma cultura de inovação, e o paraibão é um grande exemplo disso. Eu quero achar os inventores desses aparelhos ‘sagrados’ e contar as histórias sobre como eles desenharam as máquinas que amamos, antes que seja tarde demais. Além de minha própria curiosidade pessoal, os criadores dos paraibões precisam ser reconhecidos e celebrados por suas contribuições, não somente nos campos do designe engenharia, mas também para a cultura mundial de compartilhamento de música.

CONTINUA DEPOIS DA PUBLICIDADE - WHIP
Divulgue sua banda de Rock ou Heavy Metal

[…]

POR QUE ELES ERAM TÃO GRANDES?

Os paraibões clássicos dos anos 70 e 80 eram desenhados para prover a mesma experiência da aparelhagem doméstica de áudio, mas pra viagem. Isso implicava em vários falantes grandes [geralmente de 2 a 3 falantes indo de 2 a 10 polegadas em diâmetro], um ou mais decks de fitas, um receptor de rádio de várias bandas [tipicamente de 2 a 5 faixas, mas alguns tinham mais], a fonte de energia para usá-lo na rua [de 8 a 10 pilhas grandes] e a fonte para liga-lo na rede elétrica em casa. Na era do analógico, para obter o som mais alto de falantes grandes, você precisava de um amplificador grande e outros eletrônicos, como um circuito de crossover, que ocupavam muito espaço físico dentro de um paraibão.

CONTINUA DEPOIS DA PUBLICIDADE - WHIP
publicidadeAdriano Lourenço Barbosa | Airton Lopes | Alexandre Faria Abelleira | Alexandre Sampaio | André Frederico | Ary César Coelho Luz Silva | Assuires Vieira da Silva Junior | Bergrock Ferreira | Bruno Franca Passamani | Caio Livio de Lacerda Augusto | Carlos Alexandre da Silva Neto | Carlos Gomes Cabral | Cesar Tadeu Lopes | Cláudia Falci | Danilo Melo | Dymm Productions and Management | Efrem Maranhao Filho | Eudes Limeira | Fabiano Forte Martins Cordeiro | Fabio Henrique Lopes Collet e Silva | Filipe Matzembacker | Flávio dos Santos Cardoso | Frederico Holanda | Gabriel Fenili | George Morcerf | Henrique Haag Ribacki | Jesse Alves da Silva | João Alexandre Dantas | João Orlando Arantes Santana | Jorge Alexandre Nogueira Santos | José Patrick de Souza | Juvenal G. Junior | Leonardo Felipe Amorim | Luan Lima | Marcello da Silva Azevedo | Marcelo Franklin da Silva | Marcio Augusto Von Kriiger Santos | Marcus Vieira | Maurício Gioachini | Mauricio Nuno Santos | Odair de Abreu Lima | Pedro Fortunato | Rafael Wambier Dos Santos | Regina Laura Pinheiro | Ricardo Cunha | Richard Malheiros | Sergio Luis Anaga | Silvia Gomes de Lima | Thiago Cardim | Tiago Andrade | Victor Adriel | Victor Jose Camara | Vinicius Valter de Lemos | Walter Armellei Junior | Williams Ricardo Almeida de Oliveira | Yria Freitas Tandel |

Transportar todos esses componentes de modo seguro e com estilo, era necessário haver um gabinete que satisfizesse exigências estéticas, sônicas e funcionais; consequentemente, esses paraibões eram grandes pesados. Questões práticas à parte, um aparelho maior, mais potente e espalhafatoso atraía mais atenção a você na rua – e lhe dava certa reputação – e os fabricantes podiam cobrar mais, então todo mundo ganhava. Tamanho é documento.

CONTINUA DEPOIS DA PUBLICIDADE - WHIP
Anunciar bandas e shows de Rock e Heavy Metal

O QUE PERDEMOS COM OS MP3 PLAYERS?

O calor do som e a comunidade física. Quando compartilhado em um espaço público, um paraibão é como uma fogueira, atraindo aqueles nas proximidades para desfrutarem de uma experiência musical analógica e os liga em uma comunidade espontânea. Em qualquer momento que eu dividir a partir de um paraibão em público, eu conheço novas pessoas, aprendo novas histórias, e todo mundo se diverte. Ouvir um MP3 player em público simplesmente não é a mesma coisa.

[…]

CONTINUA DEPOIS DA PUBLICIDADE - WHIP
Siga Whiplash.Net pelo WhatsApp
Compartilhar no FacebookCompartilhar no WhatsAppCompartilhar no Twitter

Siga e receba novidades do Whiplash.Net:

Novidades por WhatsAppTelegramFacebookInstagramTwitterYouTubeGoogle NewsE-MailApps




publicidadeAdriano Lourenço Barbosa | Airton Lopes | Alexandre Faria Abelleira | Alexandre Sampaio | André Frederico | Ary César Coelho Luz Silva | Assuires Vieira da Silva Junior | Bergrock Ferreira | Bruno Franca Passamani | Caio Livio de Lacerda Augusto | Carlos Alexandre da Silva Neto | Carlos Gomes Cabral | Cesar Tadeu Lopes | Cláudia Falci | Danilo Melo | Dymm Productions and Management | Efrem Maranhao Filho | Eudes Limeira | Fabiano Forte Martins Cordeiro | Fabio Henrique Lopes Collet e Silva | Filipe Matzembacker | Flávio dos Santos Cardoso | Frederico Holanda | Gabriel Fenili | George Morcerf | Henrique Haag Ribacki | Jesse Alves da Silva | João Alexandre Dantas | João Orlando Arantes Santana | Jorge Alexandre Nogueira Santos | José Patrick de Souza | Juvenal G. Junior | Leonardo Felipe Amorim | Luan Lima | Marcello da Silva Azevedo | Marcelo Franklin da Silva | Marcio Augusto Von Kriiger Santos | Marcus Vieira | Maurício Gioachini | Mauricio Nuno Santos | Odair de Abreu Lima | Pedro Fortunato | Rafael Wambier Dos Santos | Regina Laura Pinheiro | Ricardo Cunha | Richard Malheiros | Sergio Luis Anaga | Silvia Gomes de Lima | Thiago Cardim | Tiago Andrade | Victor Adriel | Victor Jose Camara | Vinicius Valter de Lemos | Walter Armellei Junior | Williams Ricardo Almeida de Oliveira | Yria Freitas Tandel |
Siga Whiplash.Net pelo WhatsApp
Anunciar bandas e shows de Rock e Heavy Metal

Sobre Nacho Belgrande

Nacho Belgrande foi desde 2004 um dos colaboradores mais lidos do Whiplash.Net. Faleceu no dia 2 de novembro de 2016, vítima de um infarte fulminante. Era extremamente reservado e poucos o conheciam pessoalmente. Estes poucos invariavelmente comentam o quanto era uma pessoa encantadora, ao contrário da persona irascível que encarnou na Internet para irritar tantos mas divertir tantos mais. Por este motivo muitos nunca acreditarão em sua morte. Ele ficaria feliz em saber que até sua morte foi motivo de discórdia e teorias conspiratórias. Mandou bem até o final, Nacho! Valeu! :-)
Mais matérias de Nacho Belgrande.

 
 
 
 

RECEBA NOVIDADES SOBRE
ROCK E HEAVY METAL
NO WHATSAPP
ANUNCIAR NESTE SITE COM
MAIS DE 4 MILHÕES DE
VIEWS POR MÊS