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Marilyn Manson: violência, sociedade, juventude

Por Narcissus Narcosis
Fonte: Site oficial do Marilyn Manson
Postado em 30 de novembro de 2012

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Quando vieram à tona as acusações de que a sua música influenciava negativamente os jovens e que os assassinos do massacre de Columbine eram seus fãs, MARILYN MANSON se comunicou com o mundo via carta aberta em seu site oficial. Segue abaixo o conteúdo do documento:

"É triste pensar que as primeiras pessoas que pisaram na terra não tinham livros, filmes, jogos nem música, onde pudessem se inspirar para cometerem assassinatos a sangue frio. No dia em que Caim esmagou os miolos do seu irmão Abel, a única motivação que ele precisou foi a sua própria disposição humana para a violência.

Interpretamos a Bíblia como literatura ou como a palavra final daquilo que Deus supostamente é.

O cristianismo deu-nos uma imagem de morte e sexualidade, em volta da qual temos baseado praticamente toda a nossa cultura. Um homem morto, meio nu, permanece nas paredes de quase todos os lares e em volta dos nossos pescoços, e nós temos encarado isso como essencial e como garantia para as nossas vidas.

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Seria isso um símbolo de esperança ou de desespero? O mais famoso assassinato/suicídio do mundo foi também o nascimento do ícone da morte. Infelizmente, por toda a sua moralidade inspirada, nunca nos Evangelhos a inteligência é rogada como uma virtude. Muitas pessoas esquecem, ou nunca se aperceberam, que eu comecei a minha banda como crítica a estes mesmos temas de hipocrisia e desesperança. O nome MARILYN MANSON elegeu o triste fato de que a América coloca os assassinos na capa da revista Time, dando-lhes tanta notoriedade como às nossas estrelas de cinema favoritas.

Desde Jesse James a Charles Manson, a mídia, desde o seu principio, tem tornado os criminosos em heróis folclóricos. Recentemente foram criados mais dois, no momento em que colocaram as fotografias daqueles dois montes de merda, Dylan Klebold e Eric Harris nas capas de todos os jornais. Não se admirem se todos os jovens que se sintam pressionados e discriminados ganharem dois novos ídolos. Aplaudimos a criação de uma bomba cujo único objetivo é destruir toda a humanidade, e crescemos vendo os miolos dos nossos presidentes espalhados por todo o Texas. Os tempos não se tornaram mais violentos, apenas se tornaram mais televisivos.

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Alguém acredita que a Guerra Civil foi minimamente civil? Se a televisão existisse na época, certamente teria estado lá para cobrir o acontecimento, ou até mesmo participar dele, como aconteceu na violenta perseguição ao automóvel da Princesa Di.

Abutres desgostosos à procura de corpos explodindo, fornicando, filmando e servindo-os como um banquete ao nosso apetite, numa voraz manifestação de desmedida estupidez humana.

Quando chega a interrogação sobre de quem foi a culpa dos assassinatos do liceu em Littleton - Colorado, atirem uma pedra ao ar e acertarão num culpado. Nós somos as pessoas que se refestelam e toleram crianças possuindo armas e que sintonizam e observam as detalhadas noticias em-cima-da-hora, daquilo que fazem com essas armas.

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Acho terrível quando alguém morre, especialmente se for alguém que conhecemos e amamos. Mas o que é mais ofensivo quando estas tragédias acontecem é que a maior parte das pessoas não se importam mais com isso do que em ver o final da série "Friends", ou "The Real World". Emudeci ao ver os sanguessugas da mídia , em cima do assunto, não perdendo uma única lágrima ao entrevistar os pais das crianças mortas, televisionando os funerais.

Depois veio a caça às bruxas. O maior medo do homem é o caos. Era impensável que esses jovens não eram possuidores de uma simples causa preto no branco para justificar os seus atos. Assim, foi preciso um bode expiatório. Lembro-me de ouvir as primeiras alusões vindas de Littleton, que Harris e Klebold usavam maquiagem e vestiam-se como MARILYN MANSON, a quem obviamente deviam adorar já que estavam vestidos de preto.

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Claro, especulações desceram como bolas de neve, fazendo de mim o rapaz do cartaz apresentando tudo o que é mau no mundo. Estes dois idiotas não estavam usando maquiagem, e não estavam vestidos como eu nem como góticos. Já que a mídia americana nunca tinha ouvido falar da música que eles realmente ouviam (RAMMSTEIN, KMFDM, entre outros), escolheram outro mais conhecido que acharam semelhante.

Jornalistas responsáveis reportaram com menos publicidade que Harris e Klebold não eram fãs de MARILYN MANSON, que eles até de fato não gostavam sequer da minha música. Mesmo se fossem fãs, isto não lhes dá a desculpa nem significa que a música seja a culpada. Procuramos pela motivação do James Huberty quando disparou contra várias pessoas no McDonald’s? O que Timothy McVeigh gostava de ver? E David Korsh, Jim Jones? Pensam que foi o entretenimento que inspirou Kip Kinkel, ou devemos nós culpar o fato de que o seu pai comprou-lhe as armas que ele usou nos assassinatos em Springfield? O que motiva Bill Clinton a destruir pessoas no Kosovo? Foi alguma coisa que a Monica Lewinsky lhe terá dito? Não será matar apenas por matar, não obstante de ser no Vietnã ou no Arkansas?

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Por que justificamos um, por parecer que é pelas razões corretas? Deverá alguma vez existir a correta justificação? Se um jovem tem idade suficiente para conduzir um carro ou comprar uma arma, não terá ele idade suficiente para ser levado à responsabilidade por aquilo que fez com o seu carro ou com a sua arma? Ou se for um adolescente, deve ser alguém culpado por ele não ser esclarecido e inteligente como um adulto?

A América adora encontrar um ícone para pendurar os seus pecados.

Admiti e assumi o papel do Anticristo; eu sou a voz da individualidade dos anos noventa, e as pessoas tendem a associar todos aqueles que se afiguram e se comportam diferentemente com atividades ilegais e imorais. No fundo, a maior parte dos adultos odeiam os que caminham contra a engrenagem. É irônico as pessoas serem ingênuas o suficiente para terem esquecido o Elvis, o Jim Morrison e o Ozzy tão depressa.

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Todos eles foram sujeitos aos mesmos velhos argumentos, pesquisas e preconceitos. Escrevi uma canção chamada "Lunchbox", e alguns jornalistas interpretaram-na como uma canção acerca de armas. Ironicamente, a canção é acerca de ser chateado e da minha lancheira dos Kiss, que eu usava para me defender no recreio. Em 1979, as lancheiras de metal foram banidas por serem consideradas armas perigosas nas mãos de delinquentes.

Também escrevi uma canção chamada "Get Your Gunn". O título é escrito com dois "n’s", porque a canção foi uma reação ao assassinato do Dr. David Gunn, que foi morto na Flórida por ativistas pró-vida, na altura em que vivi lá. Isto foi a derradeira das hipocrisias que assisti enquanto cresci: estas pessoas mataram outra pessoa em nome do conceito "pró-vida". As, de certa maneira, positivas mensagens destas canções, são usualmente as que os sensacionalistas interpretam de forma errada como promoções às coisas que eu critico.

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Neste momento toda a gente está pensando como podem evitar que aconteçam coisas como o massacre de Littleton. Como se previne a AIDS, as guerras, depressões, desastres de automóveis? Vivemos num país livre, mas em união à liberdade, está um fardo de responsabilidade pessoal.

Ao invés de ensinar às crianças o que é moral e imoral ou o que é certo e errado, antes de tudo devemos estabelecer quais são as leis que nos governam. Pode-se sempre escapar ao inferno, não acreditando nele, mas não se pode escapar à morte nem à prisão. Não é nenhum espanto que as crianças estejam crescendo mais cínicas; elas estão num mundo de informação à sua frente.

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A América tornou-se um gigantesco centro comercial, e devido à Internet e a toda a tecnologia que rege este mundo, não há lugar para onde fugir. As pessoas são o mesmo em toda a parte.

Por vezes música, livros e filmes são as únicas coisas que nos fazem sentir que há alguém que sente o mesmo que nós. Eu sempre tentei deixar evidente para as pessoas que as coisas estão bem, ou até melhores, se elas não se encaixam nos padrões. Usem a imaginação - se um lerdo de Ohio consegue ser alguma coisa, por que não conseguirão todos os outros com força de vontade e criatividade?

Eu escolhi não saltar no meio do espalhafato da mídia e defender a mim mesmo, apesar de ter-me sido suplicado por todos os programas de televisão que existem. Não quero contribuir para estes jornalistas e oportunistas à procura de fama e à procura de encher as suas igrejas, ou de serem eleitos devido aos seus próprios planos daquilo que é certo ou não.

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Querem culpar o entretenimento? Não será a religião o principal entretenimento? Toda a gente concorda que não há nada mais recreativo que o Clinton disparando o seu aguilhão e as suas bombas numa verdadeira forma política. E as noticias - isso é óbvio. Então, é o entretenimento o culpado? Gostaria que os comentadores se interrogassem, já que as coberturas do acontecimento foram dos mais agressivos entretenimentos que já temos visto.

Penso que a National Rifle Association é demasiado poderosa para acatar com a culpa, por isso muitas pessoas culpam ainda "Doom", "The Basketball Diaries" ou este vosso querido. Este tipo de controvérsia não me ajuda a vender discos ou bilhetes, e eu não o quereria. Sou um artista controverso, atrevo-me a ter uma opinião e a criar música e vídeos que desafiam as idéias das pessoas num mundo seco e esquisito. No meu trabalho, examino a América em que vivemos, e tenho sempre tentado mostrar às pessoas que o diabo que culpamos pelas nossas atrocidades é realmente cada um de nós.

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Por isso não esperem que o fim do mundo chegue um dia assim fora do contexto. Está acontecendo todos os dias desde há muito tempo".

MM

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Sobre Narcissus Narcosis

Narcissus Narcosis é fã de Marilyn Manson desde o final dos anos 90 e tirou o seu nome de uma música do cantor. Além do roqueiro, também é apreciador de literatura, cinema, filosofia, psicologia, teatro, shows, etc.
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