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Deep Purple: a era pós-Ritchie Blackmore

Por Paulo Roberto Unzelte
Fonte: MTV Brasil e Site Oficial
Postado em 17 de outubro de 2009

Ritchie Blackmore dava as costas ao Deep Purple há 16 anos, bem no meio da turnê do disco "The Battle Rages On", que comemora 25 anos do grupo. O Purple sobreviveu a mais uma crise, mas como tem sido a sua carreira desde então? Acompanhe um perfil deste período, tendo como base curiosidades e a discografia da era pós-Blackmore.

Você conseguiria conviver quase que diariamente com um guitarrista genial, mas ao mesmo tempo genioso e, na maioria das vezes, desagradável e egocêntrico? Este era o principal dilema vivido por Ian Gillan, Roger Glover, Ian Paice e Jon Lord no ano de 1993. Após o lançamento do disco "The Battle Rages On", que tinha como principal destaque o retorno de Gillan, a banda sai em uma das suas muitas e longas turnês. Qual não foi a surpresa quando no final da "perna" européia desta turnê, mais precisamente no final de 1993, Blackmore simplesmente abandonou a banda sem aviso prévio. O pior é que o guitarrista puxou o carro às vésperas das apresentações no Japão, consideradas tradicionalmente como muito importantes para a banda. O Deep Purple estava numa verdadeira sinuca de bico graças aos diversos contratos assinados e à pressão de Sr. Udo, o empresário responsável pela turnê. Após especular-se até não cumprir as datas, o que resultaria num enorme processo contra Ritchie Blackmore por todas as partes - inclusive do próprio Deep Purple, uma solução foi sugerida pelo empresário nipônico. De acordo com Roger Glover, em entrevista para a MTV Brasil, Sr. Udo aceitaria que o Purple cumprisse as datas com um outro guitarrista, desde que este fosse de primeira linha. O próprio empresário sugeriu os nomes de Jeff Beck, que não aceitou o convite, e o de Joe Satriani.

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A rápida passagem de Joe Satriani

A banda agiu rápido e recrutou o lendário guitarrista Joe Satriani como guitarrista convidado para cumprir a agenda de shows, que incluía a turnê japonesa (que foi um grande sucesso, vendendo cerca de 80 mil ingressos) e mais uma nova turnê pela Europa – que foi até o verão naquele continente. Alguns destes shows podem ser facilmente encontrados em bootlegs.

Apesar do convite para tornar-se integrante permanente da banda, o guitarrista declinou e voltou à sua carreira solo. O motivo divulgado para a recusa foi que Joe teria longos contratos firmados como guitarrista solo, o que inviabilizaria sua efetivação no Purple. Só que o tempo passou e o próprio Joe Satriani costuma afirmar que nunca foi parte da banda, principalmente por uma questão de estilo. Ele também salientou que o peso de ter a sombra de Blackmore não valeria a pena o risco, a pressão e as comparações que teria de enfrentar se assumisse o posto, principalmente por ser um guitarrista já conceituado e com uma sólida carreira solo.

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A entrada de Steve Morse

Estava na hora do Deep Purple recrutar um novo guitarrista. A banda apostou na mesma fórmula utilizada com Joe Satriani. Após pensarem no nome Hank Marvin, do Shadows e que nem foi contactado, é a partir da indicação de Ian Gillan que Steve Morse é convidado para fazer alguns shows em novembro de 1994. Morse era um guitarrista de destaque que já havia tocado no Kansas. Ele também era o fundador das bandas Dixie Dregs e Steve Morse Band, que alcançaram relativo sucesso. Steve Morse também havia sido considerado o melhor guitarrista do mundo pelos leitores da revista Guitar Player por cinco anos consecutivos, de 1982 a 1986. Quando foi convidado pelo Purple, Morse estava afastado da música e trabalhava como co-piloto numa empresa de aviação.

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O próprio Steve Morse explicou para a MTV Brasil como se deu a sua entrada na banda: "Eu tocaria em quatro shows. Era algo sem compromisso. Não havia nenhuma certeza da efetivação. Recebi uma fita com as músicas que tocaríamos e fiz o primeiro show um dia após conhecer o pessoal do Purple. Claro que conhecia as músicas e gostava muito da banda. Inclusive, eu e meu irmão tocávamos 'Hush' quando crianças, mas estar no palco com eles era diferente. No primeiro show fiquei meio preso, mas o Gillan me apoiou o tempo inteiro. Aliás, no fim do show, foi ele que me puxou para frente na hora de cumprimentar a platéia".

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A entrada de Steve Morse representou o renascimento do Deep Purple, como pode ser comprovado pelas palavras dos integrantes da banda na mesma entrevista para a MTV Brasil: "A entrada de Steve foi um catalisador na banda que fez com que nos redescobríssemos e nos tornássemos muito mais expressivos. Redescobrimos a ingenuidade, redescobrimos o espírito da banda!", afirma Roger Glover.

Para Jon Lord, Steve Morse devolveu a auto-estima para os demais integrantes. Auto-estima que havia sido perdida há muito tempo. Ian Paice também não deixou de dar o seu pitaco: "somos uma banda outra vez. Antes éramos quatro pessoas e mais uma. Nunca uma união de cinco integrantes".

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A avaliação pelos quatro shows nunca veio. O que veio, após vários outros shows, foi o primeiro registro da nova formação.

Purpendicular

Lançado em fevereiro de 1996, o álbum causou grande impacto pela qualidade. Estava evidente que o estilo de Steve Morse era muito diferente do estilo de Ritchie Blackmore, e que por isto o Purple havia evoluído sem perder a qualidade. Os riffs e solos eram de uma competência sem dúvida, além das boas músicas compostas. O destaque foi o retorno da utilização maciça dos confrontos entre guitarra e teclados que eram uma marca registrada da banda, porém esquecida nos últimos álbuns. Algumas musicas como "Vavoom", "Ted the Mechanic", "Loosen my Strings", "Rosa´s Cantina" e "Hey Cisco" são tocadas até hoje ao vivo e causam excelente impressão no público. Porém o destaque maior é "Sometimes I Feel Like Screaming", que na minha modesta opinião é o único clássico da fase pós-Blackmore. Este é o melhor álbum da MK VII, principalmente pelo "frescor" causado pela entrada de Morse, que contagiou a todos os demais integrantes. A turnê de "Purpendicular" foi a segunda passagem do Purple pelo Brasil, com nove apresentações em seis estados diferentes.

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Recomendação: imperdível

Abandon

Infelizmente, não há muito a dizer sobre este álbum. Lançado na primavera européia de 1998, o álbum não traz nenhuma novidade e acaba mostrando que é Ian Gillan quem está dando as cartas nas composições. Não que isto seja ruim, porém a maioria das composições segue um estilo arrastado, lembrando bastante alguns momentos de sua carreira solo. O grande destaque do álbum é a regravação de "Bloodsucker" (do "In Rock"), só que recebe o nome de "Bludsucker". Apesar de ser uma excelente composição, ela deixa claro que Ian Gillan não é mais o mesmo. Mais uma vez o Brasil é agraciado com mais uma turnê da banda. São seis apresentações em quatro estados.

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Recomendação: só para os fãs

Bananas

Em 2002 é anunciada a saída amigável de Jon Lord do Deep Purple. Lord alegou que estava muito velho para viver na estrada em turnês e que queria se dedicar mais à família e aos seus projetos solos, que priorizam a música clássica. Para o seu lugar, entra Don Airey. A escolha é lógica, pois Don é um veterano no cenário do hard rock (com passagens ou colaborações com Cozy Powell Band Hammer, Black Sabbath, Rainbow, Gary Moore, Ozzy Osbourne, Jethro Tull, carreira solo, entre outros). Outro motivo é que Airey foi o substituto numa parte da turnê quando Lord precisou de uma cirurgia no joelho em 2001. A MK VIII estréia com o bom álbum "Bananas", lançado em agosto de 2003. Trata-se de um álbum bastante agradável, com músicas de muita qualidade, que mesclam o estilo mais básico de rock da banda com alguns momentos mais calmos, com influência mais bluseiras. O problema é que Bananas não conta com nenhum clássico ou música indispensável nas apresentações ao vivo, que acabam sendo engolidas pelo material mais antigo e tradicional. Destaco as músicas "House of Pain", "Sun Goes Down", "I Got Your Number" e "Bananas". A turnê do álbum voltou para o Brasil com seis apresentações em seis estados, além de participações nos programas Casseta & Planeta e Programa do Jô, da Rede Globo.

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Recomendação: vale a pena o investimento

Rapture of the Deep

Lançado em novembro de 2005, "Rapture of the Deep" reafirmou a boa fase da banda e agradou os fãs. Com composições bem construídas, o álbum foi o maior sucesso comercial da banda desde "Battle Rages On". De acordo com a Billboard.com, "Rapture of the Deep" alcançou a posição 43 de álbuns independentes. As músicas que valem destaque são "Wrong Man", "Rapture of the Deep", "Clearly Quite Absurd" e "Junkyard Blues". Apesar da qualidade inegável deste álbum, prefiro o "Bananas". O Purple voltou a fazer shows no Brasil para divulgar o "Rapture", não apenas uma vez, mas três passagens na mesma turnê, totalizando 11 shows em seis estados. Novamente foram entrevistados por Jô Soares, que se mostrou completamente ignorante em relação à banda.

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Ao vivo

Se os cds decepcionam às vezes, ou valem por algumas músicas, não podemos dizer o mesmo dos shows do Deep Purple sem Blackmore. Apesar de Steve Morse não se preocupar muito em apenas imitar o mestre Blackmore, chegando muitas vezes a modificar as tradicionais guitarras, uma apresentação do Purple é certeza de bom espetáculo. Recheados de clássicos, os shows são uma prova viva da competência dos músicos, que beiram a perfeição na execução das músicas – mesmo com o "probleminha" apontado acima. Há ainda a questão de que as apresentações da banda são verdadeiros encontros de gerações de roqueiros atrás de boa música. Imperdível!!!

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O mais incrível é que o fantasma Blackmore ainda assola a banda e Morse. Mesmo após 16 anos da saída de Ritchie, muita gente ainda pergunta para os integrantes do Purple como é conviver sem ele ou se há a chance de um retorno, além da pressão exercida sobre Morse (coisa que eu mesmo fiz acima comparando seu estilo e forma de tocar).

Para finalizar, como sou um grande fã da banda, minha única decepção é saber que as possibilidades de ver ao vivo um show do Deep Purple com a sua maravilhosa MK II é quase impossível, mas fazer o que... é a vida... e por culpa do Blackmore.

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