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Quatorze anos: as muitas histórias e (poucos) pecados do Dr. Sin

Por Marcelo Marcondes Fonseca
Postado em 20 de março de 2006

Imagine uma banda de rock brasileira com 14 anos de existência e sete álbuns - extremamente bem produzidos - lançados, sendo que cinco foram gravados nos melhores estúdios americanos. Adicione a essa banda experiência de grandes festivais, e participações ao lado de artistas do calibre de Black Sabbath, Ian Gillian, AC/DC, Kiss, Bruce Dickinson, Nirvana, Slayer, Yngwie Malmsteen, Joe Satriani, Dream Theater, Scorpions, Dio, Paul Di'Anno, Pantera, Steve Vai.

Comandando a 'sonzera', três músicos indiscutivelmente talentosos; dois irmãos que nasceram com a música correndo em suas veias de sangue croato-brasileiro, considerado por muitos como a melhor "cozinha" (Baixo e bateria)do rock nacional e ainda um guitarrista eleito pelos 200 maiores guitarristas brasileiros , em 1997 como um dos dez melhores do Brasil, capaz dos mais elaborados e complexos solos que impressionam pela técnica e também pelo bom gosto, chegando a receber elogios de nomes como Steve Vai , que fez questão de chamá-lo para um dueto num show e até mesmo do temperamental Yngwye Malmsteen. Para dar um toque final à coisa, acrescente carisma e bom humor.

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Todos estes elementos descreveriam de maneira fiel a banda Dr. Sin, mas nada melhor do que uma boa, sincera e descontraída troca de idéias para se ter uma idéia da dimensão do talento, da carreira e da importância desta que é uma das maiores bandas de rock que já surgiram no País. Mas não sou eu quem vai dizer a vocês isto. Leiam a entrevista - feita com os três membros da banda - e vejam por si mesmos.

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Os nomes das bandas de hard rock e heavy metal costumam dizer algo sobre elas. Fazendo então uma brincadeira com o nome de vocês, qual o maior pecado que a banda cometeu, nestes 14 anos de vida?

Ivan - Acho que o maior pecado foi trabalhar com empresários incompetentes.

Andria - E assinar contratos errados

Ivan - Por exemplo, no final dos anos noventa, uma gravadora japonesa lançou três discos nossos no Japão e a gente até hoje não viu a cor do dinheiro proveniente disso. Infelizmente são coisas da carreira que nos aconteceram. Mas eu diria que em termos musicais, não cometemos pecado algum. Acho que nestes 14 anos de vida não houve erros na nossa trajetória musical e a banda está contente onde está.

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Vocês já tocaram com Kiss, Black Sabbath, Slayer, Paul Di'Anno, Bruce Dickinson, Scorpions, Dio, Bon Jovi, AC/DC, Joe Satriani, Nirvana, L7, entre outros grandes nomes do Rock. Algum foi antiprofissional com vocês? Alguma história de bastidor inusitada aconteceu em algum desses encontros?Alguma curiosidade que a maioria dos fãs não saiba?

Ivan - Ah, o pessoal das bandas nunca é antiprofissional. O único episódio envolvendo uma banda ocorreu no Philips Monsters of Rock, em 1994. Na verdade envolve um 'roadie'. No intervalo entre o show do Black Sabbath e o do Slayer, eu fui olhar o palco para ver como tava o público. Aí a galera me reconheceu e começou a me chamar pelo nome. Como eu vi que tinha um monte de gente esmagada lá na pista, eu fui e joguei uma garrafa de água para eles. Nesse momento veio um roadie do Slayer, de uns dois metros de altura e pesando 200 quilos querendo me agredir. Aí deu uma grande confusão e o pessoal da produção do festival interveio, e disse para os roadies do Slayer que a nossa banda era tanto um destaque quanto a deles. Aí ficou um clima super chato entre as duas bandas. Mas na verdade o pessoal do Slayer, da banda mesmo, não teve nada a ver com o incidente. Eles são muito legais, aliás.

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Edu - O que acontece é que num festival desse porte você tem que ser extremamente profissional e disciplinado a ponto de cumprir os horários do festival, porque se uma banda atrasa alguma coisinha, já compromete o show das outras. E se você atrapalhar essa agenda a produção do show e até o público vão te esculachar.

Ivan - Exatamente. Essa experiência até acabou sendo positiva para eu aprender isso. Eu não tinha nada que ir lá falar com o público. Em festivais, as bandas têm que chegar, tocar e pronto. O que acontece é que eu realmente tenho um amor muito grande pelo público que é a outra metade do show.

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Andria - Mas tiveram outras histórias magníficas de shows.

Ivan - Ah, sim. Eu me lembro que por volta de 1992 nós abrimos o show do (vocalista do Deep Purple) Ian Gillian. Mas isso foi antes do lançamento do 'Dr. Sin', o primeiro álbum. O Ian adorou o show; ficou o tempo todo ao lado do palco assistindo o show e depois nos elogiou. Depois ele voltou ao Brasil e nós fomos chamados para a tour novamente.

Edu - Uma coisa curiosa que nos aconteceu foi o show com o Pantera, em 1994. O nosso som é menos extremo que o deles e o que aconteceu foi que a galera curtiu muito o nosso show. Uma grande noite. Nos deixa com saudades do Dimebag.

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Ivan - Uma outra história engraçada foi em 1998, quando fomos convidados para tocar num festival (supostamente) de grande porte, com o Michael Vescera e o Quiet Riot, em Campinas. Só que o que aconteceu foi que a contratante acabou pagando apenas a metade do valor do cachet do show para as bandas. Aí o pessoal das três bandas ficou revoltado, porque o contratante não tinha pago o hotel, cinco estrelas. Então fomos dar queixa na polícia, na delegacia (risos). Imagine você chegar numa delegacia e ver o Rudy Sarzo (guitarrista do Quiet Riot,Whitesnake,Ozzy) na sua frente (risos). No final resolvemos tudo nem me lembro como. Outra coisa muito engraçada aconteceu num show do Bon Jovi. Em 1995, o Bon Jovi veio tocar aqui e na última hora a banda de abertura cancelou. Então eles tiveram que chamar correndo uma banda para abrir o show e nós fomos os escolhidos(duas horas antes da passagem de som). Foi tão de última hora que não houve divulgação nenhuma de que nós abriríamos o show. Por coincidência, dois roadies nossos estavam na platéia aguardando o começo do show. Aí eles começam a ver uma bateria bem familiar ser montada. Dez minutos depois, desce uma bandeira do Dr. Sin. Aí, nessa, os roadies ficaram espantados, achando que nós tínhamos despedido eles (risos).

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Edu - Agora eu me lembrei de outra coisa engraçada que nos aconteceu. Era 1993 e íamos fazer um show no Olympia com o Angra e o Raimundos, sendo que nós éramos a atração principal da noite. E era o nosso primeiro show no Olympia, na época a maior casa de shows de São Paulo. Então estávamos todos ansiosos para ver nosso nome no letreiro do Olympia

Ivan - É, eu estava até com a máquina fotográfica pronta para tirar uma foto do letreiro, mostrar para os amigos. Aí chegamos lá, o nosso ônibus parou na frente do Olympia; quando demos uma olhada no letreiro estava lá : SHOWS DA NOITE: RAIMUDOS (sem o "N"), BAQUINTO SIM. Aí foi uma grande decepção para a gente, mas acabou sendo uma história engraçada que, anos depois, a gente ainda especulava o que levou o técnico do letreiro a confundir 'Dr. Sin' com 'Baquinto Sim'. (risos).

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Fazia oito anos que vocês não tocavam num grande festival (desde o Skol Rock, em 1997); como foi tocar no Live n´ Louder, no final do ano passado?

Ivan - Bem, na verdade, alguns meses antes do 'Live n´ Louder', tocamos no festival 'Porão do Rock', em Brasília, com o Barão Vermelho, Pitty, Dead Fish, Supla, Shamaan, Plebe Rude e Los Hermanos. Teve um público de mais ou menos 30 mil pessoas. Mas esse negócio de 'megafestival' é uma coisa que havia desaparecido no País. O Hollywood Rock acabou, o Skol Rock também acabou, o Philips Monsters o Rock também. O Rock n'Rio se tornou um festival bem menos roqueiro. Mas sem dúvida a experiência de tocar num grande festival como o 'Live n´ Louder' é sensacional. Inclusive o nosso público, que nos acompanha desde o primeiro álbum, espera isso. E foi um ótimo termômetro para sentir a força dos fãs que estavam presentes em massa desde cedo. Nos shows antigamente a gente ouvia o público batendo palma. E hoje em dia, a galera não só bate palma como canta as músicas também durante todo o show e isso é emocionante. Particularmente nós adoramos, porque como eu disse, foi como nós conquistamos a maioria dos nossos fãs. Foi assim que a banda começou; tocando em festivais como o Hollywood Rock, depois o Monsters of Rock M2000 Summer Concerts e Skol Rock. O festival M2000 Summer Concerts passou por Santos, Florianópolis e em Porto Alegre. Em todas as cidades, o show aconteceu na praia, e o de Santos acabou sendo nosso maior público: 100 mil pessoas.

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Continuando com as curiosidades, na década de 90, o Ivan gravou um comercial no qual participava uma adolescente de nome Gisele Bündchen. além disso, a Mariana Ximenes aparecia no clipe de 'Futebol, Mulher E Rock N Roll" e vocês ainda gravaram "The Unforgiven" do Metallica com a Cléo Brandão em 1998. três grandes beldades brasileiras. na época a Gisele já era bonita? Tem alguma história engraçada destes encontros?

Ivan - Ah, Graças a Deus as beldades nos acompanham (risos). Bom, mas falando sobre esse comercial, a verdade era do tênis All Star, e ela fazia a papel de tiete e eu era o músico famoso. Mas ela já era bonita sim, mas muito novinha. Foi em 1997, acho que ela tinha uns 14 anos na época. No caso do clipe de 'Futebol, Mulher e Rock n' Roll', a Mariana foi chamada porque nós precisávamos de meninas no videoclipe e ela estava fazendo tudo quanto era comercial de TV na época; além disso, ela era amiga do diretor do clipe. Já a Cléo sempre foi amiga nossa, sempre teve contato com a banda.

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Andria - Na verdade quem teve a idéia de gravar 'The Unforgiven' com Dr. Sin e Cléo Brandão foi o Pastore, da rádio 89 FM.

"Futebol, mulher e rock n' roll" é um dos grandes sucessos da banda. Vocês ainda mantêm algum tipo de contato com o Silvio Luiz?

Andria - Sim, mantemos, claro. Inclusive nós ficamos amigos da família dele, da esposa, dos filhos, após esse clipe. E ele sempre foi um ídolo para nós, eu e o Andria passamos a infância vendo jogo somente com a narração dele, jogávamos futebol de botão imitando ele.

Ivan - Na época do 'Insinity', a gente já estava gravando, aí me deu um estalo no corredor da gravadora: "Pô, a gente tem que gravar com o Silvio Luiz". Aí fomos até ele e pedimos para ele cantar com a gente. E aí ele disse que não sabia cantar em inglês, então a gente falou: "Se você for participar, a gente faz uma música em português", e assim nasceu a música. E o legal é que ela veio numa boa hora, porque era véspera da Copa do Mundo (da França, em 1998), e é uma música bem alto astral. Aí fomos fazer o clipe, do qual a Mariana Ximenes participou também, e queríamos botar ele na banheira, só de fralda. Aí ele ficou pê da vida, deu um esporro na gente, mas tudo do jeito dele, muito engraçado, como se fosse um paizão.

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Fazia cinco anos que vocês não gravavam material inédito. Em dezembro do ano passado, a banda lançou o álbum 'Listen to the doctors', com 12 canções de nomes famosos do rock, pop e até jazz, todas com a palavra 'doctor' no título. Porque Vocês Decidiram Gravar esse disco?

Ivan - Por conta do trabalho e das dificuldades de gravar o DVD '10 anos ao vivo', em 2003, não nos pareceu que foi tanto tempo assim. Mas o negócio é que o álbum 'Listen to the doctors' veio numa boa hora. A gente não ensaiava mesmo porque os nossos álbuns geralmente nascem no estúdio; esse nasceu de uma idéia que eu tive a partir de uma fita que eu gravei com músicas de artistas que eu gosto com a palavra doctor. Em termos de projeto, o Edu estava fazendo um projeto paralelo solo, instrumental. Eu e o Andria produzimos, vez ou outra, álbums de outras bandas de rock , além de darmos aulas e workshops.

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A capa do último CD mostra um médico com cara de psicopata, meio 'Dr. Phibes'. Algum de vocês tem medo de médico, ou hospital também? Quem foi o responsável pela arte da capa?

Andria - Nossa, eu particularmente odeio hospital, sempre odiei. Mesmo porque, quando a gente precisa dele, geralmente está muito mal.

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Ivan - O criador da arte da capa foi o Alberto Torquato, na verdade a idéia foi dele; ele sugeriu para a gente e a gente achou super legal, e aprovamos.

Como foi feita a escolha das músicas do último álbum? Algumas dessas músicas vocês já interpretavam?

Ivan - A gente nunca tinha tocado covers com a palavra 'doctor', que foi a proposta desse álbum. Claro que às vezes em shows a gente faz alguns covers, de Led Zeppelin, AC/DC, essas coisas, mas nunca foi a proposta da banda gravar um álbum assim. Mas isso surgiu por uma coincidência. Como eu estava falando, eu estava parado no trânsito, ouvindo um CD que eu tinha gravado, que tinha "Somebody get me a doctor" do Van Halen e "Rock and Roll Doctor", do Black Sabbath. Aí eu pensei naquela coincidência, e liguei para o Andria, e assim tivemos a idéia. Pouco tempo depois, nós entramos em estúdio.

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Andria - Aí nós tivemos que fazer uma pesquisa para achar mais músicas com a palavra, porque toda música tinha que ter 'doctor' no título.

Edu - E fomos escolhendo músicas que soassem legal; que tivessem a palavra e que nós pudéssemos dar um arranjo legal a elas.

Ivan - Umas seis músicas a gente já tinha na cabeça: Calling Dr. Love, do Kiss; Dr. Rock, do Mötörhead; Doctor Doctor do UFO, Dr. Feelgood, do Motley Crue, Rock n' Roll Doctor, do Black Sabbath e Somebody get me a Doctor do Van Halen.

Andria - As outras seis foram músicas que a gente pesquisou, e foi descobrindo aos poucos, por exemplo, Dr. Robert, dos Beatles, Please Doctor dos Rolling Stones e The Doctor, dos Doobie Brothers.

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Vocês precisaram obter autorização dos artistas para gravar estas músicas? Como foi?

Ivan - Sim, e isso foi a parte mais trabalhosa do álbum. Porque o CD ia sair pela Warner, aí eles entraram com os pedidos de autorização. Mas teve uma confusão e o CD acabou saindo por outra gravadora, a Trinity. Aí a nova gravadora teve que entrar com o pedido de autorização novamente para podermos lançar o álbum.

Esse CD dá para dar uma idéia da ecletismo da banda. vocês puseram músicas de jazz, músicas de metal puro e até uma dos Stones, acústica. era essa a idéia que vocês queriam passar aos fãs com este último álbum?

Ivan - É, acho que foi sim, era essa a idéia.

Edu - Não foi muito intencional, mas tudo o que está no cd, todos aqueles artistas, nos influenciaram e nos influenciam de alguma forma.

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Falando mais sobre esse ecletismo, e especialmente sobre a música 'Dr. Jazz', pode-se dizer que a escolha desta canção é uma homenagem ou ao menos uma influência do Seu André, pai Do Andria e do Ivan, da Traditional Jazz Band?

Andria - Ah, sim, é homenagem mesmo. A gente sempre quis tocar com o meu pai, colocá-lo de algum jeito no disco. Aí a maneira que a gente encontrou foi colocar uma música de jazz no álbum. E lembramos da 'Dr. Jazz'.

Ivan - Inclusive nós tínhamos a idéia de colocar essa música logo que pensamos no disco, mas quando começamos a gravar, deixamos a idéia para trás.

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Andria - Aí depois que as faixas estavam decididas, pensamos: "É melhor a gente gravar mais músicas, porque se não conseguirmos a autorização para todas elas, temos outras de reserva". Aí gravamos Dr. Jazz e o resultado agradou a todos.

Ivan - Inclusive os jovens fãs do Dr. Sin estão gostando muito da música, porque isso os põe em contato com uma raiz do rock que eles não conheciam, que é o Jazz. E é um registro da influência do meu pai.

Andria - Inclusive, uma coincidência, é que essa música foi gravada no ano em que eu nasci.

Ivan - Provavelmente essa música influenciou até no nome da banda, porque eu lembro que, ainda criança, eu e o Andria gostávamos dessa música. E meu pai chegou a gravar um clipe dessa música para o "Fantástico" com a Traditional Jazz Band, em 1975.

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Da mesma maneira, Eduardo, sua mãe e sua tia eram cantoras antigamente. Até que ponto isso foi uma influência? Até que ponto isso influencia você até hoje?

Edu - Elas eram cantoras, sim, mas tinham um repertório que consistia mais de músicas populares brasileiras e italianas. A tendência musical veio dela, sim. Meus irmãos, mais velhos, começaram na música cedo e eu acabei indo atrás.

Para finalizar, quais os planos da banda para 2006?

Ivan - Vamos fazer uma turnê pelo Brasil, promovendo o Listen to the doctors, e já temos também várias músicas próprias, então o plano é também lançar um novo disco ainda esse ano. Agora também temos contrato sendo analisado para lançamentos na Europa ,Ásia e EUA com algumas gravadoras. Então o plano é tentar lançar o Listen to the doctors na Europa e em quantos países for possível, porque a gente sempre foi mal divulgado, lá fora. Queremos ver se achamos um bom empresário lá fora, porque desde o começo - e essa é principal razão de cantarmos em inglês - o nosso objetivo foi fazer música que pessoas no mundo inteiro possam ouvir, entender e se indentificar. Estivemos na França e na Itália ano passado e plantamos boas sementes.

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PROCESSO DE GRAVAÇÃO DOS ÁLBUNS E CURIOSIDADES

DR. SIN,1993:

Ivan - O que marcou o primeiro disco foi o nascimento da banda. A gente, com a cara e a coragem, nos juntamos e primeiramente fomos gravar com o Supla. Depois gravamos um disco instrumental com o Edu. Essas duas experiências nos mostraram que nós três tínhamos uma química muito grande, e uma admiração mútua. Aí decidimos ir para os EUA para tentar tocar por lá. Nos instalamos em Nova Iorque, onde fazíamos shows de graça. Num desses shows, uns olheiros apareceram e nós mandamos uma fita para eles. Aí algum tempo depois, recebemos uma ligação, dizendo que era da Warner.

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Andria - Eu cheguei a pensar que era mentira e desliguei na cara do sujeito. (risos)

Ivan - Aí ele ligou novamente, e nós fomos até a Warner Music. Lá, o sujeito da Warner que tinha nos chamado, que se chamava John Hughes nos mostrou um saco que devia ter milhares de fitas. Ele explicou que, daquele saco, ele pega uma fita e ouve, o resto ele descarta. E por sorte ele pegou a nossa, gostou do nosso som e disse que a gente tinha uma sonoridade parecida com a do Van Halen. Aí ele assinou contrato com a gente e então fomos para o estúdio gravar o primeiro álbum.

Ivan - Aí aquilo foi um sonho para a gente: viajávamos de primeira classe, o estúdio era perfeito, foi o lendário Carriage House, em Stamford, Connecticut e o produtor foi o Stephan Galfas. Aí voltamos para o Brasil como artistas da multinacional, o que nos deu prestígio no cenário musical mesmo antes do CD ser lançado, o que foi um problema até, porque fizemos o Hollywood Rock, no começo de 1993, a mídia nos colocou como um dos destaques do festival, mas a Warner Brasil acabou lançando o nosso CD só um ano depois.

BRUTAL, 1995:

Ivan - O segundo disco foi um baque muito grande, pois tivemos uma reunião com a Warner, na qual a gravadora nos sugeriu cantar em português e fazer um som diferente, adaptado ao que vinha estourando no Brasil e lá fora. E a gente recusou e acabou rescindindo o contrato com a Warner. Só que essa decisão tornou o disco muito sofrido, porque a gente queria manter o mesmo padrão do anterior. Então tivemos que bancar do nosso próprio bolso o custeio de viajar para os EUA pra gravar novamente no Carriage House, dessa vez produzidos pelo Phil Magnotti. Essa decepção com a Warner, com o mercado, foi o que acabou deixando o álbum mais pesado, eu acho; e até hoje ele é um dos mais pesados da banda.

INSINITY,1997:

Ivan - Nesse intervalo de 95 para 97, nós conhecemos o Michael Vescera, que era vocalista da banda do sueco Yngwie Malmsteen, e ele nos convidou para gravar o nosso próximo álbum no estúdio na casa dele, o MVP Studio. Então o Mike veio numa ótima hora, porque não só ele produziu o álbum como ele também cantou numa das faixas do álbum, a 'No Rules'. Tivemos também a participação do baterista Jonathan Mover, que tocava com o Steve Vai e com o Joe Satriani, na música "Insomnia" e do comentarista esportivo e ídolo nosso Silvio Luiz, em "Futebol, Mulher e Rock n' Roll". E essa música foi um divisor de águas na nossa carreira, porque ela tocou muitíssimo bem nas rádios - sem jabá -, ela foi a primeira em português e ela foi nosso primeiro videoclipe, desde "Emotional Catastrophe", a figurar no Top 10 da MTV Brasil. Tem uma história de bastidor muito engraçada da gravação desse disco: A gente ficou hospedado na casa do Mike, que é perto duma cidade pequena chamada Bethlehem. E á uma casa grande, onde o Mike vive com a mulher e os filhos, mas fica num lugar meio isolado. Nós três dormíamos no porão da casa. Aí, o Edu estava chapado, tinha tomado todas numa noite e a gente começou a contar histórias de terror, e o Mike combinou comigo e com o Andria, de inventar que havia um assassino na região. Estávamos todos contando histórias de fantasmas, e até a mulher do Mike tinha entrado na brincadeira. Num determinado momento, o Edu ficou meio 'noiado' e foi para o nosso quarto, no porão, porque ele não queria mais ouvir aquelas histórias, ele estava começando a ficar assustado. Aí a gente teve a idéia de esconder embaixo da cama dele, um comunicador que era dos filhos do Mike, e ficávamos, da sala, fazendo sons fantasmagóricos. Depois de uns 5 minutos, o Edu sobe a escada correndo, morrendo de medo, e nós três escondendo a risada. Ele até chegou a falar para mim que não queria mais ficar na casa. E nós agindo na maior cara de pau, falando para ele que ele estava viajando, que não tinha nada. Nisso, o Andria pegou o comunicador debaixo da cama dele e colocou na cozinha. Aí eu e o Mike levamos ele para a cozinha, e o Andria ficava de fora da casa fazendo os barulhos. Só que a gente fingia que não ouvia nada. Eu sei que a gente colocou novamente o comunicador na cama dele, escondido, e chegou uma hora que a gente estava 'zuando' tanto que a gente colocou a voz de um boneco animado do filho do Mike no comunicador. Aí o Edu foi para a sala e descobriu a gente, mas demorou para cair a ficha dele (risos).

ALIVE, 1998:

Ivan - Começamos a gravar tudo quanto é show que fazíamos: abertura do Dream Theater, abertura do Yngwie Malmsteen, show nosso no Aramaçan e outros. Aí juntamos todo esse material ao vivo e resolvemos lançar o Alive, que são várias músicas ao vivo e duas inéditas que já tínhamos gravado. E esse disco até hoje é meio raro no Brasil, porque ele foi lançado no Japão junto com uma caixa de luxo do Yngwie Malmsteen, que vinha com um vídeo dele ao vivo no Brasil, um livro, um CD duplo e ainda o nosso cd, que no Japão se chamou 'Live In Brazil'. E essa caixa foi uma coisa muito boa para a gente, porque o Malmsteen vendia muitíssimo bem no Japão e para nós aquilo era uma ótima divulgação. Considerando a personalidade forte do Malmsteen, acho que o nosso empresário (que também era empresário dele) nos deu uma forcinha. Mas até hoje não recebemos porcentagem alguma da venda do álbum no Japão. Aqui no Brasil o Alive é um dos discos mais procurado pelos nossos fãs. esteve muito tempo fora de cdatálogo mas agora está de volta pela Unimar.

DR. SIN II (2000):

Ivan - Esse álbum representa o segundo estágio da banda e consolidou nossa amizade com o Mike (Vescera).

Edu - Mas foi um dos discos mais importantes da nossa carreira não só pelo fato do Mike ter cantado nele inteiro, mas pelo modo como foi distribuído.

Ivan - Esse disco foi legal para nós sentirmos como o mercado estava reagindo ao Dr. Sin. Nós gravamos mais uma vez no estúdio do Mike, e ele canta em todas as faixas, e ainda teve participação do guitarrista Roland Grapow , do Helloween, em 'Time after time'. Após o golpe que sofremos no Japão nós estávamos totalmente decepcionados com gravadoras.

Andria - Aí nós resolvemos, por conta dessas experiências passadas, lançar o álbum nas bancas. E vendemos 20 mil cópias em três meses, sem divulgação nenhuma.

Ivan - Isso nos fez perceber que tínhamos um grande público e que poderíamos sim vender muito bem se a distribuição fosse grande e a divulgação, bem feita.

CD/DVD 10 ANOS AO VIVO (2003):

Ivan - Começamos a gravar esse DVD em 2002 e só fomos acabar um ano depois, porque é muito trabalhoso gravar um DVD. E embora o diretor fosse muito bom, às vezes tínhamos problema na hora da gravação por conta de um câmera que não estava acompanhando a vibração no momento, ou que não entende de música e, enquanto o Edu estava solando, ele estava filmando o Andria, por exemplo. Então se toda a equipe não sacar muito bem a música e o show, ou se alguém não entender de música, fica muito difícil, aí tem que voltar, filmar duas, três vezes. Por outro lado, a parte sonora foi muitíssimo bem cuidada e muito bem masterizada. Esse DVD teve a participação do André Matos (Shaaman), do percussionista Marcos Cezar e Marcos Sérgio. E saiu como um álbum duplo e como um DVD, que foi gravado no teatro do Sesc Ipiranga. Foi um produto trabalhoso, que exigiu muito fisicamente de nós.

Andria - Inclusive teve alguns dias que eu saí com a garganta sangrando das gravações.

Ivan - Mas o resultado final ficou ótimo, e a qualidade do som é impecável.


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