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Aeroblus, o maior power trio latino americano

Por Marcos A. M. Cruz
Postado em 15 de abril de 2005

"Como? O Papa morreu num acidente de moto???" perguntei ao meu amigo, espantado não tanto pela morte do Sumo Pontífice, algo que já era aguardado e de fato aconteceria alguns dias mais tarde, mas sim pela maneira inusitada como ocorrera, e também por ele ter me ligado para dar esta notícia, que com certeza inundaria a mídia em milésimos de segundo.

"Não, tou falando do Pappo, do Aeroblus", disse-me. Silenciei por um minuto, enquanto muita coisa desconexa passava pelo meu cérebro. Desliguei o telefone, dizendo que mais tarde ligaria para tratar de outros assuntos, e fui confirmar tal notícia na internet. Sim, infelizmente era verdade. Liguei para outro amigo que mandou de volta a mesma pergunta que fiz: "Hã? O Papa perdeu a vida em um acidente de moto???"

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Por mais que vasculhe minha memória não me lembro do nome da loja, tampouco do solícito lojista que me apresentou ao Rock Argentino há muitos anos, sequer sei como fui parar lá, afinal estávamos numa ruelazinha do bairro de Pinheiros (SP), e que hoje eu sinceramente não sei dizer onde fica...

O que me recordo é que quando entrei os falantes estavam despejando um som muito interessante, que eu nunca tinha ouvido em minha vida, e cantado em castelhano. Perguntei o que era, e o cara da loja sacou um LP debaixo do balcão, que trazia um carro ou algo parecido na frente e três sujeitos na contracapa, creditado a uma banda chamada "Aeroblus".

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"Caramba, que paulada!" pensei comigo, não necessariamente com estas palavras. Disse para rolar todo o álbum, que bateu a tal ponto que deixei de vasculhar as estantes de discos para me concentrar no que estava ouvindo. Perguntei quanto custava o LP, mas ele respondeu que não estava à venda, era de seu acervo particular, comentando inclusive que o baterista era um brasileiro que conhecia pessoalmente. Insisti diversas vezes, fiz algumas ofertas generosas, mas ele permaneceu irredutível. No fim das contas o convenci a pelo menos gravar uma fitinha K7, não iria sair dali sem aquele material em mãos.

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Enquanto o disco ia sendo pirateado, ele me falava sobre zilhões de bandas argentinas das quais nunca ouvira falar, me fazendo sentir um roqueiro totalmente ignorante, desinformado. Como estava de passagem por Sampa, combinei que voltaria no futuro para conhecer outras coisas. Tinha no fundo uma esperança de conseguir comprar o disco, porém nunca mais voltei e perdi totalmente o contato.

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Anos mais tarde, entrando na Medusa (Galeria do Rock de SP), dou de cara com um exemplar em CD que parecia estar me esperando. Catei rapidamente o bichinho e falei para o Ray (dono da loja): "embrulha!"

A esta altura do campeonato já conhecera outros trabalhos não apenas da Argentina mas também do Uruguai, Chile, Peru, etc. Muita coisa interessante foi produzida na América Latina, aliás no quesito "hardão setentista" nossos vizinhos vencem de goleada, tendo a pátria de Maradona legado inúmeras bandas que em maior ou menos grau rezaram a cartilha do Blues/Rock pesado, tais como Manal, Cuero, Pappo's Blues, Color Humano, El Reloj, Montes, etc.

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Porém, nenhuma delas me causou tanto impacto quanto o "Aeroblus", que considero um dos grandes trabalhos do hard setentista, aliás um dos discos mais pesados feitos nos 70's por qualquer banda em qualquer parte do mundo!

Pena que parte dos roqueiros brazucas sejam imbecilmente reticentes em relação à produção dos nossos vizinhos - houve uma ocasião em que tentei mostrar o Aeroblus para um amigo, que quando viu se tratar de uma banda da Argentina, disse que não queria nem ouvir, pois não gosta do pessoal de lá - idiotice cúbica...

Mas é fato consumado que antes da chegada da internet existia uma certa dificuldade - pelo menos aqui no sudeste - de se obter mais informações sobre nuestros hermanos, tanto que até Leopoldo Rey e Gilles Philipe, duas pessoas que entendiam do assunto, disseram no "Livro Negro do Rock" que o Pappo havia lançado "várias dezenas" de discos nos anos setenta, algo que, conforme veremos na biografia reduzidíssima que segue abaixo, não condiz com a verdade.

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Pappo, cujo nome real era Norberto Pappo Napolitano, começou sua trajetória na música ainda no final dos anos sessenta, tocando em uma das primeiras formações do LOS ABUELOS DE LA NADA, com o qual registra apenas um compacto. Pouco tempo depois participa de alguns álbuns do LOS GATOS, além de ocasionalmente tocar com o LA PESADA DEL ROCK & ROLL e o lendário MANAL, considerada uma das maiores bandas de Rock da Argentina.

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Mas somente na década seguinte é que ele formaria um dos maiores combos roqueiros da América Latina: o PAPPO'S BLUES, com o qual registra sete maravilhosos trabalhos entre 1971 e 1978, além de outros posteriores.

Inicialmente o power-trio contava com Pappo no vocal e guitarra, David Lebon no baixo e Black Amaya na bateria, formação esta que registraria os dois primeiros discos, chamados apenas "Pappo's Blues" de 1971 e "Pappo's Blues - Volumen 2", de 1972.

No ano seguinte é a vez do "Pappo's Blues - Volumen 3", trazendo Machi no baixo e Pomo na bateria. Pessoalmente, este é meu álbum preferido desta fase, pela seqüência "Stratocaser Boodie"/ "Pajaro Metyalico"/ "Sucio y Desprolijo" e "El Sur De La Ciudad", e talvez pelo fato de ser o primeiro registrado totalmente em estéreo (o disco de 1971 é mono, mas conta com excelentes composições, incluindo uma que considero uma verdadeira pérola: "A Donde Esta La Libertad").

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Por aí percebe-se que a qualidade de gravação destes álbuns não é exatamente um primor - o próprio Aeroblus carece de uma produção mais cuidadosa, na realidade o som do próprio CD dito "remasterizado" é um tanto quanto tosco, mas não nos esqueçamos que não apenas no Brasil as coisas eram um tanto quanto complicadas para os roqueiros cabeludos, barbudos e mal encarados da época...

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Lebon e Amaya retornam para o álbum de 1974, um trabalho talvez um pouco mais calcado no Blues que os antecessores, mas que, como bem notou meu amigo Eduardo "Buss" na biografia feita para o Planeta Stoner: "Pappo conseguiu fazer blues rock cantado em espanhol nos anos 70. E não soa piegas - ouvindo Pappo, o blues parece ser um ritmo genuinamente latino(...)Particularmente, o acho uma perfeita versão latina de RORY GALLAGHER. No 4º álbum do Pappo's Blues, de 1974, gravou uma música chamada 'Festa Cervezal'. A letra é simples e tem tudo a ver com o rock and roll, falando em sair tomar umas cervejas com os amigos para agüentar o calor do verão. É um bom exemplo do blues rock pesado característico da banda: básico e bem executado. Essa música em particular lembra a fase mais 'arena' ou 'cocaína' do Gallagher, apesar do título".

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Em 1975 é a vez do "Triangulo", cujo título quebra a hegemonia dos antecessores, além de contar com uma sonoridade um pouco mais experimental, trazendo Daniel Eduardo "Fanta" Beaudoux no baixo e Eduardo Garbagnati na bateria. E neste ano o guitarrista resolve viajar para a Europa, onde permanece por dois anos, tendo excursionado com PETER GREEN, dentre outros. Nesta época, Pappo chega a tocar com Lemmy, pouco antes do nascimento do MOTÖRHEAD - por sinal, em uma entrevista datada do ano passado (2004), o baixista disse que chegou a cogitar um convite para o guitarrista integrar a banda que estava montando, mas problemas com a imigração fizeram com que a idéia fosse abandonada...

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Neste meio tempo, havia sido lançado na Argentina o "Volumen 6", trazendo material inédito registrado nas sessões do disco anterior, mas aparentemente a banda havia chego ao fim.


Já comentei em outras ocasiões, até aqui mesmo na coluna, que infelizmente nenhuma banda brazuca digna de ser chamada "hardão setentista" deixou registro sonoro gravado (pelo menos até onde sei), e que o mais próximo seria justamente o "Aeroblus", que conta com uma verdadeira lenda do nosso Rock: Rolando Castelo Júnior, que participou do primeiro disco do MADE IN BRAZIL e depois foi um dos fundadores do PATRULHA DO ESPAÇO, que está na ativa até hoje.

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Para quem não conhece, Júnior é a verdadeira personificação do rock'n'roller: um cara simples, despojado, com o qual é possível tomar umas cervejas num bar trocando idéia como se fosse um sujeito qualquer, enquanto vamos ouvindo as histórias que somente aqueles com décadas de estrada têm para contar.

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Conversei uma vez com ele sobre o Aeroblus, e o que ele me contou (até onde me lembro, muitas cervas já haviam sido degustadas...) é praticamente a mesma coisa que ele disse para meu caríssimo cumpadre Dárcio, em entrevista ao Mutantes On Line, e que reproduzo abaixo:

Mutantes On Line: Como surgiu a oportunidade de tocar com o Pappo e o Medina no Aeroblus? Você já estava radicado na Argentina na época ou foi chamado somente para este projeto?

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Júnior: "O convite veio via Alejandro Medina, que seria o baixista do Aeroblus, a quem eu já conhecia há algum tempo, pois ele havia morado no Rio de Janeiro e foi lá que o conheci em 74 ou 75. O trabalho musical dele eu já conhecia de antes via discos, e quando ele veio para São Paulo eu eventualmente o via na cena roqueira local. No final de 1976 eu havia voltado dos EUA e o Alejandro me procurou com a proposta de tocarmos com o Pappo, que já se encontrava aqui em São Paulo, em um sítio perto de Campo Limpo Paulista. Eu também já conhecia o trabalho do Pappo via disco e a possibilidade de tocar com dois ídolos meus foi irrecusável e lá fomos nós. Após alguns ensaios no tal sítio, fomos para Buenos Aires".

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Mutantes On Line: "O pessoal tem muita curiosidade em saber se há alguma gravação ao vivo dessa época - se é que vocês chegaram a fazer shows - e em caso positivo, se existe a possibilidade disto ser editado no futuro?"

Júnior: "Fizemos muitos shows em Buenos Aires, que é uma cidade linda e gigante, chegamos a tocar em três lugares diferentes na mesma noite e tudo isso foi muito bom e legal. O Aeroblus lançou um vinil que recentemente foi relançado em três edições diferente em CD e também em coletâneas de rock argentino. Quanto às gravações, o que há, que por sinal está comigo, é uma gravação péssima feita da platéia de parte do 1º show da banda no teatro 'Premier' em Buenos Aires. Tenho também já um pouco mais audível o primeiro ensaio do Aeroblus no tal sítio em 'Sampa' e o filet-mignon que é uma fita ao vivo de todo o repertório da banda nos estúdios da Phillips em Buenos Aires, em dois canais. Há ali material que não saiu em CD e vinil, e apesar de antiga a fita é maravilhosa. Mas não creio que isso seja lançado no futuro, ao menos oficialmente, mas quem sabe, vamos ver? Seria legal que os temas inéditos e 'jams', saíssem junto com o material oficial".

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O único trabalho do Aeroblus foi gravado em maio de 1977 em Buenos Aires, e o trio original chegou a se apresentar algumas vezes por lá, até que Júnior teve de voltar ao Brasil, e o projeto foi por água abaixo.


Pappo e Medina então se juntam ao baterista Darío Fernández e registram o "Volumen 7", tendo o guitarrista seguido para a Europa, onde ficaria até 1980, inclusive excursionando por seis meses com a banda de Peter Green!

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De volta ao seu país natal, Pappo monta o RIFF, uma banda de Heavy Metal oitentista com influências de AC/DC, MOTÖRHEAD e JUDAS PRIEST, tanto na sonoridade quanto no visual, banda com o qual registraria mais de uma dezena de discos intercalados entre trabalhos solo, parcerias diversas e álbuns creditados ao PAPPO'S BLUES.

Além disso, Pappo gravaria em 1985 um álbum com o PATRULHA DO ESPAÇO, o "Patrulha 85"; eis novamente o relato de Júnior, desta vez extraído do encarte do "Dossiê Vol.3": (...) "Quando o ano chegava aos seus meses finais e com a aproximação do Rock In Rio, saímos da letargia. Havia uma remotíssima possibilidade de participar do mega evento, apesar da banda estar no hangar, nossas bases e alguns contatos de maior nível nos instigavam a sair à luta, novamente pintava uma esperança. E dessa vez um contato feito com um empresário argentino assinalava também a presença no Rio de Janeiro de um velho conhecido e guitar-hero dos pampas, o Pappo, um mito na sua terra e com o qual eu havia tocado junto em 1977 na Argentina com o "Aeroblus", e que inclusive fez um show com a Patrulha em 1979 em São Caetano, São Paulo".

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"Nesse meio tempo, Pappo tinha estourado mais uma vez na Argentina com uma banda chamada 'Riff'. Com o fim do 'Riff', Pappo veio ao Rio de Janeiro para tentar montar algo. Depois de um show no 'Circo Voador' com o Celso Blues Boy, uma máfia de editores argentinos que editavam no Brasil as revistas 'Roll' e 'Metal' tentavam armar para que ele tocasse com o Barão Vermelho no Rock In Rio. Eu sabia que tal empreitada era roubada e impossível. Assim que Pappo se ligou da patifaria, pintou a idéia de juntarmos as forças e de tentar algo com o Patrulha. A distância Rio/São Paulo era um obstáculo, mas depois de algumas viagens e acertos transferimos a operação para São Paulo, começamos a ensaiar e a compor rapidamente, agendamos com o Luiz (Calanca) da Baratos a gravação de novo material no estúdio Vice-Versa".

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"Tudo corria velozmente e em fevereiro de 1985 entramos no estúdio para gravar o nosso quinto disco. Com a entrada do Pappo, o som ficou mais pesado, e como ele é um soberbo guitarrista o som ficou como sempre sonháramos. Mas nosso sangue de roqueiro nos empurrava para o lado oposto do momento. Mais uma vez dissemos foda-se e em três dias gravamos três temas: 'Robot', 'Olho Animal' e 'Mulher Fácil'. O quarto tema gravado, 'Deus Devorador', foi composto e gravado no terceiro dia no estúdio e feito em um take".

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"Com as quatro músicas gravadas, o Pappo voltou a Buenos Aires para cuidar de negócios pendentes e mandar para o Brasil alguns amplificadores 'Marshall' que ele tinha e que aqui eram objeto de desejo e sonho de todos os músicos e bandas. Algumas semanas transcorreram-se, nas quais colocamos as vozes das músicas gravadas. Quando o Pappo retornou para São Paulo, os amplificadores que haviam ido para o Rio de Janeiro estavam presos na aduana por uma cagada burocrática. Lá fomos nós tentar recuperá-los, mas os impostos e o 'imbróglio' alfandegário criado fizeram com que os amplificadores acabassem sendo vendidos para se salvar alguns dólares. Foi uma grande perda financeira e material que abalou totalmente os ânimos do Pappo e nosso. Isso somado a uma milionária proposta para o retorno de sua banda 'Riff' aos palcos argentinos fez com que déssemos um basta ao trabalho que vínhamos realizando. O Pappo retorno a Buenos Aires e nós resolvemos recolher a nave da Patrulha mais uma vez ao hangar".(...)


Nos anos noventa, ninguém menos que B.B.KING ficou maravilhado ao conferir Pappo durante uma turnê na Argentina, e acabou por convidar o guitarrista para subir ao palco durante uma apresentação no Madison Square Garden de Nova Iorque!

Ao contrário de Júnior e outros músicos brazucas, Pappo sempre foi respeitado e admirado na Argentina, basta uma simples conferida no El Sítio Del Pappo para se constatar que as novas gerações, senão todas mas ao menos boa parte, valorizam seus heróis.

Infelizmente, no dia 24 de fevereiro de 2005, este herói, que estava pilotando sua Harley numa estrada próxima à localidade de Luján, na Argentina, perdeu a vida após ser literalmente atropelado por um carro em alta velocidade.

Fica aqui então registrada a singela homenagem de um humilde fã brazuca, que vez por outra, tal qual rolou naquele longínquo dia naquela lojinha, coloca o Aeroblues prá rolar e ainda se emociona - e muito - toda vez que os falantes começam a despejar uma profusão de riffs, acompanhados de um baixo marcante e uma bateria furiosa, seguidos de um vocal cantado em castelhano...

(...)"El rock es una expresión musical que no tiene nada que ver con el resto de las cosas"(...)

(...)"Soy un guitarrista de blues, me gusta tocar rock ‘n’roll y vine a este mundo para eso".

Norberto "Pappo" Napolitano
* 1950 + 2005

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Sobre Marcos A. M. Cruz

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